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Destaques

Alguma paz

A vida era mais do que frases de efeito e pensamento mágico. Muitas vezes, era sobre como realmente se sentia. Ser sincero consigo mesmo nem sempre era fácil, mas necessário.  Aceitar que, em algumas situações, não fazer parte da vida do outro é o mais saudável para os dois. Assim como acreditar que o contrário também era possível. Era enxergando os dois extremos que poderia encontrar um lugar no meio. Então, a dor que havia sentido um dia, desaparecera. Não era nada mágico. Não era simples efeito do tempo. Era processar as emoções e aceitar as coisas como eram. O exercício de lidar com a frustração era algo diário, mesmo quando não imaginava que estava fazendo. Era somente ao lidar com aquilo que o incomodava, que realmente poderia se libertar. Não era fácil, mas era como finalmente tinha encontrado alguma paz. A paz vinha de ter abandonado a necessidade de agradar aos outros, ainda que desagradasse a si mesmo no processo. A paz vinha de entender que a esperança nem sempre era uma...

Finais de estórias e relacionamentos

Texto: Ben Oliveira

Encerrar uma estória é mais ou menos como terminar um relacionamento. Você não consegue dizer se se esforçou ao máximo ou se poderia ter feito algo a mais.

Você começa o texto de uma forma, coloca uma palavra aqui, outra ali, imagina um final, mas quando chega o momento de colocar o último ponto final, percebe que a estória ganhou vida própria e nada é como você tinha pensado.

De repente, você está pensando como é que foi deixar aquilo acontecer. Até notar que algumas coisas fogem ao seu controle. Falou demais, de menos, pensou muito, viveu pouco... Aproveitou à sua maneira.

No primeiro dia você se sente um pouco triste. Todo aquele tempo destinado a escrever os capítulos daquela estória se esgotou. Você está olhando para o papel e ainda não caiu a ficha do que aconteceu. Secretamente você desejou que aquilo nunca pudesse acabar.

Após um dia, você relê o texto e acredita que poderia mudar algumas passagens. Talvez tinha alguma frase dita fora do lugar, alguma descrição mal feita, algum pensamento incompreendido. Você se vê mergulhado em águas negras, atormentado por dúvidas e visões relacionadas aos seus ideais.

O terceiro dia é aquele em que você decide o que fará ou não com a estória. Ela está boa? Era o que você pretendia contar? Para te ajudar, você pede para outra pessoa lê-la e não fica surpreso quando vê que ela também está insegura para te dar uma resposta.

Ficar preso naquela indecisão não estava te fazendo bem. Decidiu confrontar os seus medos, suas verdades, sua preguiça. Teria duas escolhas para fazer: ou continuaria revisando aquela estória ou a terminaria de vez. De uma coisa você estava certo, não importava qual caminho seguisse, ainda não acharia que ela estava boa o suficiente ou pronta para se desapegar.

É... Relacionamentos são mais parecidos com estórias do que imaginamos.

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