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Destaques

Algoritmos

Algoritmos. Algoritmos às vezes nos mostravam o que não queremos ver. Quando menos nos damos conta estamos diante da recomendação de um conteúdo ou recomendação para seguir de alguém que já não faz parte da nossa vida há anos. Os anos passam, mas é como se os algoritmos não se atualizassem: é quase como se ele nos prendesse ao passado. Algoritmos não eram necessariamente bons ou ruins, mas causavam impacto nos nossos comportamentos. De repente, basta um simples conteúdo para dar um gatilho sobre o que você viveu com alguém do passado. Chega a ser engraçado como os algoritmos falham. Muitas pessoas comentam: eu sei que essas pessoas estão no Instagram (ou qualquer outra rede social), eu só não quero adicionar elas. Os algoritmos seguem sem a nossa vontade. Eles não sabem as histórias que aconteceram fora dos bastidores das telas, não sabem muito sobre o contato humano. Ainda que cause um incômodo e que o algoritmo recomende alguém totalmente diferente do que você esperava: às vezes é me...

Resenha A Arte da Ficção - David Lodge


Texto: Ben Oliveira

A Arte da Ficção é um livro que reúne uma coletânea de artigos publicados por David Lodge, nas páginas literárias do Independent on Sunday e  Washington Post. Traduzido por Guilherme da Silva Braga e publicado no Brasil pela editora L&PM Pocket, em 2011.

The Art of Fiction, nome da coluna semanal transformada em livro homônimo, traz trechos de romances e contos, clássicos ou modernos, de autores ingleses e americanos, utilizados por Lodge para exemplificar características da narrativa de ficção.

O livro é bastante didático e cada capítulo aborda um elemento diferente das narrativas. Com sua experiência como professor e escritor, David Lodge consegue compartilhar o seu conhecimento sobre os romances e ensina o leitor novas possibilidades de leitura e interpretação, além de auxiliar quem pretende mergulhar no mundo da escrita.

Lodge aborda desde o começo até o final do texto narrativo, passando por diversos gêneros, técnicas, efeitos e elementos, como o efeito de breaking frame (quebra de cena), suspense,  pontos de vista, paralelismo, mistério, nomes, fluxo de consciência, estranhamento, monólogo interior, ambientação, personagens, surpresa e manipulação temporal.

O autor também caracteriza e contextualiza alguns romances, como o romance cômico, romance experimental, romance epistolar, narrativa superficial,  realismo mágico, romance histórico, romance surrealista e romance de não ficção.

Entre os escritores citados no livro e suas obras estão: Henry James, Jane Austen, Charles Dickens, T. S. Eliot, Graham Greene, James Joyce, Vladimir Nabokov, George Orwell, Tom Wolfe e J. D. Salinger.

Mesmo que por meio de alguns trechos e passagens, é impossível não viajar em muitas histórias lendo este livro. Melhor do que entrar em diferentes universos, através dos artigos de Lodge, o leitor consegue captar o sentido das palavras e as intenções dos escritores.

Depois de elucidar múltiplas questões sobre a escrita, estilo e compreensão, David Lodge finaliza o livro explicando que é importante não tomar as decisões isoladas sobre aspectos e componentes do romance, pois elas podem se afetar entre si.

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