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Destaques

A surpresa de ler um livro aleatório

A surpresa de ler um livro aleatório. Escolher um livro aleatório é como ir a um encontro às cegas: você nunca sabe o que realmente vai encontrar nem como prever como a experiência vai ser. Só há uma forma de descobrir: tentando. Em um acervo lotado de livros, quer seja uma biblioteca, livraria ou até mesmo sua biblioteca pessoal, por que escolhemos determinados livros e deixamos outros de lado? O que acontece quando decidimos optar por algo aleatório, sem saber qualquer informações prévias sobre o autor ou sem ler a sinopse? É um exercício interessante de descoberta. Por não termos criado tantas expectativas em cima da leitura, abrimos mais espaço para nos deixar surpreender linha após linha. Nem todo mundo gosta de ler um livro aleatório e está tudo bem, mas talvez seja uma experiência que todos nós deveríamos ter de tempos em tempos, aceitando que pode ser um processo de frustração, mas que também pode ser bem prazeroso mergulhar em águas desconhecidas. Sem se dar ao trabalho de pes...

Resenha O Gato Preto - Edgar Allan Poe

Texto: Ben Oliveira

Escrito por Edgar Allan Poe, O Gato Preto é um dos contos mais fascinantes e conhecidos do autor, presente no livro Histórias Extraordinárias – uma coletânea das estórias criadas pelo contista –, publicado no Brasil, em 2002, pela Editora Nova Cultural.

Além de escrever contos, Poe também era poeta e crítico literário. Os textos do autor trazem sua visão sobre o lado obscuro dos seres humanos. Diferente do terror sobrenatural, as estórias de Poe abordam o terror psicológico, e talvez por isto as pessoas se identifiquem, pela possibilidade real de acontecer.

No conto 'O Gato Preto' fica evidente o estilo de escrita de Edgar Allan Poe. Por exemplo, o escritor acreditava que os contos deveriam ser lidos em uma sentada, fazendo menção ao tamanho, estrutura e a capacidade que o texto deveria ter de prender o leitor.

Para Allan Poe, o conto deveria ir direto ao ponto – diferente do que observamos no romance –, além do gênero literário possibilitar uma boa história com apenas um núcleo de conflitos e ênfase.

Outra característica presente no conto O Gato Preto é a narração em 1ª pessoa e a omissão dos nomes dos personagens, exceto pelo gato chamado Plutão, deixando o leitor mais à vontade com a história e viajando para dentro das páginas com mais facilidade.

Ao ler a história, às vezes, o leitor é invadido pela sensação de dúvida sobre o que teria sido real, imaginação ou alucinação. O Gato Preto é só mais uma prova da loucura e perturbação humana, tema debatido ao longo dos anos, e mesmo tendo sido escrito em 1843, o conto continua factual.

Resumo de O Gato Preto

Um homem  e uma mulher apaixonados por animais são casados. De todos os bichos, um gato preto chamado Plutão é o animal favorito do protagonista. A afeição que o homem sente pelo gato começa a se transformar em irritação. O homem arranca uma das órbitas do bicho e depois o enforca.

Algum tempo depois, um novo gato preto cruza o caminho do homem. Se não fosse por uma mancha branca no pescoço – que poderia ser uma marca do enforcamento – o gato seria idêntico ao Plutão.

Sentindo-se culpado, o homem fica atormentado com a presença do Gato. Em um momento de raiva e loucura, ao tentar matar o gato, a mulher o impede, e o homem acaba a matando. Depois de esconder o corpo atrás de uma parede, o gato também parece ter deixado o homem em paz.

Durante uma das investigações, os policiais estão quase indo embora convencidos de que não há nada de errado, quando o protagonista bate na parede falando sobre como a casa tinha sido bem construída. Um som de criança gemendo seguido por um grito inumano faz a polícia descobrir o cadáver da mulher e o gato em cima dele.

"Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!", frase final do conto.

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