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Destaques

Deixar para trás

Deixado o passado para trás se torna mais do que uma necessidade, em alguns casos, uma obrigação.  É somente seguindo em frente que as coisas voltam a fluir. É ao se despedir do que não está servindo, que podemos viver o momento presente. Nem tudo era uma questão de querer. Às vezes, as coisas simplesmente aconteciam e não havia necessidade em olhar para trás: as respostas estavam no aqui e agora. Ia, então, se despedindo. Consciente de que seus caminhos jamais se cruzariam novamente.  Consciente de que o que estava no passado, já não servia para nada do que desejava no presente ou esperava no futuro. Era quando podia respirar no momento presente que o passado se tornava mais leve. Não havia necessidade de relembrar o tempo inteiro das coisas que já não faziam mais parte da vida, tudo o que restava era aceitação.  Ia aceitando que nada seria como tinha sido antes. Ia fazendo as pazes com o desconhecido, com o inesperado, consciente de que quanto menos pensasse no passado,...

Resenha O Gato Preto - Edgar Allan Poe

Texto: Ben Oliveira

Escrito por Edgar Allan Poe, O Gato Preto é um dos contos mais fascinantes e conhecidos do autor, presente no livro Histórias Extraordinárias – uma coletânea das estórias criadas pelo contista –, publicado no Brasil, em 2002, pela Editora Nova Cultural.

Além de escrever contos, Poe também era poeta e crítico literário. Os textos do autor trazem sua visão sobre o lado obscuro dos seres humanos. Diferente do terror sobrenatural, as estórias de Poe abordam o terror psicológico, e talvez por isto as pessoas se identifiquem, pela possibilidade real de acontecer.

No conto 'O Gato Preto' fica evidente o estilo de escrita de Edgar Allan Poe. Por exemplo, o escritor acreditava que os contos deveriam ser lidos em uma sentada, fazendo menção ao tamanho, estrutura e a capacidade que o texto deveria ter de prender o leitor.

Para Allan Poe, o conto deveria ir direto ao ponto – diferente do que observamos no romance –, além do gênero literário possibilitar uma boa história com apenas um núcleo de conflitos e ênfase.

Outra característica presente no conto O Gato Preto é a narração em 1ª pessoa e a omissão dos nomes dos personagens, exceto pelo gato chamado Plutão, deixando o leitor mais à vontade com a história e viajando para dentro das páginas com mais facilidade.

Ao ler a história, às vezes, o leitor é invadido pela sensação de dúvida sobre o que teria sido real, imaginação ou alucinação. O Gato Preto é só mais uma prova da loucura e perturbação humana, tema debatido ao longo dos anos, e mesmo tendo sido escrito em 1843, o conto continua factual.

Resumo de O Gato Preto

Um homem  e uma mulher apaixonados por animais são casados. De todos os bichos, um gato preto chamado Plutão é o animal favorito do protagonista. A afeição que o homem sente pelo gato começa a se transformar em irritação. O homem arranca uma das órbitas do bicho e depois o enforca.

Algum tempo depois, um novo gato preto cruza o caminho do homem. Se não fosse por uma mancha branca no pescoço – que poderia ser uma marca do enforcamento – o gato seria idêntico ao Plutão.

Sentindo-se culpado, o homem fica atormentado com a presença do Gato. Em um momento de raiva e loucura, ao tentar matar o gato, a mulher o impede, e o homem acaba a matando. Depois de esconder o corpo atrás de uma parede, o gato também parece ter deixado o homem em paz.

Durante uma das investigações, os policiais estão quase indo embora convencidos de que não há nada de errado, quando o protagonista bate na parede falando sobre como a casa tinha sido bem construída. Um som de criança gemendo seguido por um grito inumano faz a polícia descobrir o cadáver da mulher e o gato em cima dele.

"Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!", frase final do conto.

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