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Palavras não ditas

Era uma vez um escritor que tinha tanta empatia por alguém próximo, que, muitas vezes, levava para a terapia problemas que não eram seus. Nem sempre sabia como ajudar. Não sabia como dizer não. Sempre estava disposto a ouvir. Até o dia em que se esgotou e se deu conta de que se as coisas não mudassem, ali não era seu lugar para ficar. Quando foi que precisou se diminuir tanto para caber nas expectativas do outro? O outro sequer sabia que seus posicionamentos ideológicos eram contrários e, vez ou outra, sofria com microagressões, mas se silenciava em bem da amizade – era quase como se vivesse uma vida dupla, da qual o outro desconhecia. Foi deixando um monstro crescer cada vez mais, um monstro alimentado pelo silêncio e que tanto se preocupava com o outro, que às vezes se deixava de lado. Para pessoas que estão familiarizadas com impor limites, o caso poderia ser bobeira, mas para ele, havia chegado a um estado de exaustão, no qual não queria voltar atrás. Estava exausto de ouvir proble...

Resenha: O Natal de Poirot - Agatha Christie

Texto: Ben Oliveira

Romance policial escrito por Agatha Christie, publicado pela editora Nova Fronteira, O Natal de Poirot conta a história de um velho rico assassinado dentro de sua própria casa durante a véspera do Natal. Os principais suspeitos do crime são os filhos do homem, suas esposas, a neta, o filho de um amigo dele e os funcionários.
Capa do livro O Natal de Poirot –
Agatha Christie. 

Nesta história de Agatha Christie o leitor é convidado a entrar numa casa onde a convivência pacífica não passa de mera formalidade e cada um dos personagens guarda seus próprios segredos, demônios e temores.

Assassinado, Simeon Lee é um homem de gênio forte e suas atitudes semeiam a discórdia entre todos, além de guardar diamantes brutos em segredo. Entre as hipóteses da investigação estão o roubo e / ou o homicídio.

As características do crime indicam que a pessoa estava com raiva do velho quando o assassinou, por causa da enorme quantidade de sangue espalhado pelo quarto.

O detetive Hercule Poirot – um dos principais protagonistas criado por Agatha Christie – também está presente no enredo. Ele está na cidade e auxilia o inspetor a resolver o caso.

Assim como foi dito na resenha de Cai o Pano sobre a história da escritora ser um bom exercício para a mente, o leitor mais atento consegue perceber quem é o suspeito mais provável ao longa da obra.

Os romances policiais de Agatha Christie são como labirintos – quando a luz da verdade parece estar próxima de ser revelada, o leitor é surpreendido por diversas coincidências e acasos.

Agatha Christie comenta no prefácio que esta história foi escrita para suprir as vontades do cunhado de uma história com “um assassinato dos bons, violento e cheio de sangue”.

Por mais que os testemunhos dos suspeitos sejam confusos e o morto foi encontrado em um quarto trancado do lado de dentro, este livro, sem sombra de dúvidas, traz um assassinato em que a vítima é tão egocêntrica e maquiavélica que qualquer pessoa poderia ser o responsável pela sua morte, independente do grau de parentesco e proximidade, tornando uma tarefa árdua, mas não impossível para o detetive Hercule Poirot desvendar.

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