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Destaques

Resenha: Tempo de Cura – Monja Coen

O livro Tempo de Cura , da autora Monja Coen , está repleto de reflexões e foi escrito no período da Pandemia de Covid-19, no período em que o Brasil e o resto do mundo estava lidando com questões como o isolamento social e o uso de máscaras respiratórias, bem como com pessoas que se negavam a seguir as orientações de saúde pública. O livro foi publicado pela editora Academia , em 2021. Compre o livro: https://amzn.to/3PiBtFO Em um período difícil, no qual as pessoas tiveram que lidar com a solidão, doenças e mortes, o livro escrito pela Monja Coen serviu como bálsamo para acalmar os corações e mentes – e pode ser lido até nos dias atuais, pois nunca estamos completamente imunes a passar por uma próxima pandemia e a doença permanece causando impactos para a saúde da população.  Compartilhando suas primeiras experiências com o zen e a meditação, Monja Coen é certeira em falar sobre a importância da paz e da cura e da preocupação com o bem-estar coletivo, dando como exemplo as orientaçõe

A Jornada do Escritor – Christopher Vogler

Estou lendo o livro A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler e a cada página me impressiono mais com o conteúdo compartilhado pelo autor. Após analisar mais de 10 mil roteiros de Hollywood, o roteirista criou um guia e o transformou em livro, ajudando escritores e profissionais do Cinema do mundo todo.

No prefácio, Christopher Vogler explica que o livro é como uma onda de ideias do autor que colidem com outras mentes e retornam, gerando reflexões. Após analisar o feedback dos leitores, Vogler compreendeu a importância de sua própria obra e ideias ajudando na utilização de uma linguagem padrão, com informações necessárias para contar histórias. Criticado por alguns artistas contrários à formulação da escrita, ele explica que ensina somente formas de facilitar o entendimento das narrativas e suas formulações, podendo ser adaptada de acordo com a cultura. “No fundo de cada artista existe um lugar sagrado onde todas as regras são postas de lado ou deliberadamente esquecidas, e nada importa senão as escolhas instintivas do coração e da alma do artista”, Christopher Vogler justifica.

Apesar de a cultura norte-americana ser exaltada nos filmes e livros, Christopher Vogler não é a favor do Imperialismo Cultural. “As diferenças locais podem ser esmagadas pela mecânica da produção em massa. Os valores americanos e as premissas culturais da sociedade ocidental ameaçam asfixiar os sabores singulares de outras culturas”, critica. Leitores de outros países, por exemplo, não se identificam com alguns aspectos levantados pelo autor quando se trata da figura do Herói. Ainda segundo Vogler, em países da Europa, alguns escritores estão criando histórias universais, para terem a chance de ultrapassar fronteiras, já que o público local não tem quantidade o suficiente para sustentar os custos de produção. Todavia, mesmo o guia sendo inicialmente voltado para o público de Hollywood, cada um pode adequar de acordo com suas particularidades e necessidades. Não se trata de reproduzir, mas de dominar instrumentos para o ofício da escrita.

Por que as histórias do cinema e livro fazem tanto sucesso? Um dos pontos levantados por Christopher Vogler é a jornada dos seres humanos serem iguais, com nascimento, crescimento e declínio. Entendendo melhor os elementos da narrativa, o escritor pode conduzir o leitor. Inspirado pelo trabalho de Joseph Campbell, no qual o antropólogo analisava os princípios míticos, Vogler verificou como eles podem ser explorados no entretenimento popular. “Todas as histórias consistem em alguns elementos estruturais comuns, encontrados universalmente em mitos, contos de fadas, sonhos e filmes. São conhecidos como a Jornada do Herói”, o autor explica.

Entendendo a Jornada do Herói, segundo Christopher Vogler, o escritor e roteirista podem entender os elementos e como eles são usados na escrita moderna. Toda boa história faz quem está assistindo, ouvindo ou lendo se sentir como se tivesse vivido a experiência e assim como o seu Herói ou Protagonista, o espectador, ouvinte ou leitor também aprende algo sobre a vida. “Essas histórias são modelos exatos de como funciona a mente humana... São psicologicamente válidas e emocionalmente realistas, mesmo quando retratam acontecimentos fantásticos, impossíveis ou irreais”, argumenta.

Ao ler A Jornada do Escritor, aprendi coisas que parecem óbvias se você parar para analisar diversos livros e filmes, podendo ser absorvidas e usadas intuitivamente quando tentamos criar nossos próprios contos, romances, roteiros, narrativas. No entanto, nada como estudar as bases, para entender que um contador história adapta o padrão mítico, por exemplo, para entreter, lidando com questões universais.

Christopher Vogler detalha no livro o que ele chama como os Estágios da Jornada do Herói, uma estrutura que pode ser preenchida com detalhes e surpresas de cada história individual, podendo ser alterada como necessário, sem perder o poder.  As etapas envolvem desde o momento em que o herói é convidado para uma aventura, conhece seus aliados e inimigos, passa por testes, enfrenta os seus medos, derrota seus inimigos até o momento da recompensa e retorno com mais experiência e conhecimento.

“Toda boa história é um reflexo da história humana total, da condição humana universal de nascer neste mundo, crescer, aprender, lutar para se tornar um indivíduo, e morrer”, Christopher Vogler. 

Ainda não estou na metade do livro e já encontrei tantas dicas boas deixadas pelo roteirista. Para quem deseja ser roteirista e escritor, A Jornada do Escritor é um achado e tanto. O próprio autor não deseja que o livro seja seguido à risca, com muita rigidez, porém diz que pode ajudar aos profissionais contadores de histórias nos seus ofícios. Para quem não pensa em se tornar escritor ou roteirista e deseja aprender mais sobre narrativas, podendo revisar e criticar livros e filmes. Para os desenvolvedores de histórias de jogos, a obra também é interessante, já que os seus roteiros trabalham com uma estrutura parecida.

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