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Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Frio, cama e zona de conforto

A manhã estava fria. Minhas mãos estavam doendo, o rosto ardia por causa dos ventos gelados e tudo o que eu desejava era continuar em casa, na minha cama, dormindo embaixo dos cobertores.

Acordei atrasado naquele dia. Tomei um banho quente. O problema dos dias congelantes não era entrar na água, já que os jatos tendem a ficar tão aquecidos a ponto de queimar a minha pele. No momento em que desliguei o chuveiro, abri a porta e senti o contraste da temperatura. Frio e calor lutavam para ver quem levava a melhor.

Após poucos minutos, o meu corpo estava tão gelado, que é como se eu tivesse passando por um daqueles corredores refrigerados do mercado, sentindo o frio percorrer minha espinha. Vesti minhas roupas, coloquei uma blusa e um casaco, e mesmo assim continuava sofrendo com aquela temperatura baixa.

Entrei no carro. O céu estava cinzento e o sol tímido tinha tirado um dia de folga, quem sabe ficando deitado na sua própria cama, até que tivesse coragem o suficiente para dar as caras novamente. Os motoristas dirigiam loucamente, como se estivessem tentando fugir do frio. Liguei o aquecedor e ouvi as músicas que tocavam no rádio. Os minutos passavam devagar, como se o tempo estivesse com preguiça de passar.

Novamente, quando eu finalmente estava confortável, acostumado com as ondas de calor, a vida estava jogando seu balde de água fria em mim. Estava na hora de assistir a aula.

Fora do automóvel, senti vontade de correr, numa tentativa frustrada de aquecer o meu corpo. Não importava o quanto eu andasse, os ventos cortavam minha pele. Os corredores da universidade estavam cheios de pessoas e mesmo aqueles que amavam dias frios, estavam implorando por um lugar quente para se abrigarem.

Meu estômago roncava, desejando qualquer comida quente, ajudando a enfrentar aquela manhã. Sai da sala de aula, desci as escadas com pressa e aguardei na fila da lanchonete pela minha vez. Quanto mais eu tremia, mais fome eu sentia.

Matei a minha vontade. Comprei um salgado e um chocolate quente. Enquanto o primeiro estava delicioso, a bebida não estava tão quente como o seu nome indica, sua consistência não estava das melhores e o leite estava cheio de nata. Engoli o líquido como se fosse um remédio e não pude deixar de pensar em como nem sempre podemos ter tudo exatamente do jeito que desejamos, e, às vezes, precisamos nos contentar e demonstrar um pouco de gratidão, pois as coisas poderiam ser piores.

Cheguei a minha casa, louco pelo meu prêmio: a minha cama. Voltei para baixo das minhas cobertas e em poucos minutos apaguei. Não tinha outro lugar onde eu preferia estar. Minha única certeza era a de que como tudo na vida, em breve eu teria que sair da minha zona de conforto novamente.

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