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Destaques

5 K-dramas Para Quem Não Gosta de Romance

Quando se lê ou ouve o termo dorama, muitas pessoas associam aos dramas românticos e leves, fazendo com que muitas pessoas evitem conhecer uma série de produções de gêneros diferentes, para quem também gosta de histórias mais sombrias e com uma dose de suspense e ação. Pensando em uma postagem assim que vi nas redes sociais, nas quais os dorameiros estavam indicando opções diferentes, decidi selecionar minhas cinco sugestões de dramas coreanos (kdramas) que fogem dos clichês românticos, dos quais algumas pessoas não gostam. Apesar de grande parte dos conteúdos lembrarem novelas de drama e romance, surgem cada vez mais possibilidades de gêneros e temas para assistir. Quando o termo dorama se popularizou no Brasil, parte da comunidade brasileira coreana não ficou muito feliz por associarem a um gênero. Confira 5 K-dramas Para Quem Não Gosta de Romance: 1) Round 6 (Squid Game): da lista, este é um dos dramas coreanos que conseguiram furar a bolha da dramaland e conquistaram telespectadore

O Conhecimento Liberta – Livro aborda a religião e o preconceito contra homossexuais

O Conhecimento Liberta é o título do livro escrito por Rita de Cássia de Araújo, publicado em 2012, pela Editora Escândalo. Lésbica assumida desde criança e ativista na luta pelos direitos civis, a autora produziu este estudo para ajudar na análise e reflexão das nossas vidas, bem como na oportunidade de transmitir informações importantes para a busca por respeito e dignidade das mulheres.

Rita apresenta dados cronológicos relacionados à Igreja, desde o ano de 1022 até 1855, abordando a Santa Inquisição e perseguição de hereges. A autora cita O Martelo das Bruxas, um manual publicado em 1487, utilizado pelos inquisidores para interrogar as mulheres suspeitas de praticar bruxaria, determinar suas culpas e executarem-nas em praças públicas. As mulheres eram torturadas até confessarem coisas que não faziam e queimadas, por determinação de padres e frades dominicanos. Segundo informações do livro, as confissões serviam para justificar as torturas e mortes, e as vítimas não tinham direito à defesa. Além de as mulheres serem vistas como inferiores pela Igreja, os inquisidores também ficavam com parte das propriedades e riquezas da vítima, ajudando a enriquecer a organização e seus membros.

De acordo com Rita, as pessoas não estudam a história, e muitas não sabem que a Santa Inquisição foi real, tendo sido responsável pelas mortes e torturas de milhares de europeus. Um dos motivos da execução das mulheres, segundo um artigo pesquisado pela autora e usado como referência, dizia que elas eram ameaçadas caso se recusassem a fazer sexo com os sacerdotes.

O segundo capítulo do livro aborda o lesbianismo pela história, citando mulheres lésbicas mantidas em segredo pelos séculos, como Joana D’Arc. A autora descreve um pouco sobre como as mulheres homossexuais foram tratadas e reagiam ao longo do tempo, como na época em que eram acusadas de sodomia. De acordo com Rita, no fim do século XIX, o destaque foram os estudos que tentavam encontrar causas e curas para o “Homossexualismo” – termo que indicava a homossexualidade como um distúrbio indicado a tratamento médico e ainda usado erroneamente nos dias de hoje por algumas pessoas. Já no século XX, a história do feminismo pode ser confundida com a luta pelos direitos das lésbicas, época em que as mulheres passam a fazer parte do mercado de trabalho, atividades intelectuais e a luta pelos direitos civis. O século XXI é marcado pela intensificação dos movimentos organizados de gays e lésbicas.

No terceiro capítulo do livro O Conhecimento Liberta, Rita de Cássia de Araújo reproduz alguns artigos e reportagens com os resultados da Ciência para provar que a homossexualidade é biológica. Mesmo não se sabendo os motivos da homossexualidade, a autora declara a importância de respeito e diz que todos têm o objetivo de serem felizes. “Somos o que somos, não depende de nós escolher”, afirma.

Os Dez Mandamentos são apresentados no quarto capítulo do livro. A autora questiona em quais deles está dizendo que é preciso discriminar os homossexuais, ressaltando que entre os mandamentos está o de não julgar. Rita critica a atitude do Papa João Paulo II e seus Bispos por causa de uma carta enviada a todos os governos pedindo para combaterem o Homossexualismo, a união de pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por pais homossexuais. Segundo o livro, a carta trouxe reações pelo mundo, como a intolerância contra os homossexuais dentro das igrejas ou não, o assassinato, a humilhação, a violência e tortura de gays, lésbicas e travestis. Entre os resultados e dados apresentados pela autora estão o crescimento dos crimes de ódio, a aprovação de Pena de Morte e prisão para homossexuais, os milhares de assassinatos.

A autora aborda outros assuntos no livro, como a homofobia internalizada, o bullying, a violência contra homossexuais, o lesbianismo, a entrada dos religiosos em cargos de poder e tentativa de impor suas vontades e preconceitos, a adoção por casais do mesmo sexo no Brasil, as legislações que rejeitam a discriminação e protegem as minorias, entre uma série de trechos de artigos, reportagens, estudos, pesquisas e informações, todas com referências bibliográficas para quem desejar se aprofundar mais nas temáticas.

Rita de Cássia de Araújo conclui o livro desejando uma série de questionamentos e reflexões para o leitor, dizendo que se fosse responder todas as perguntas teria conteúdo para outras publicações. Grande parte das perguntas relacionam-se à religião e como ela tem contribuído para disseminar o preconceito e a violência contra gays. Entre as indagações está a de se as pessoas desejam ter um país onde a religião controla tudo, provocando guerras, mortes e violência, como acontecem em lugares onde os fiéis matam e cometem suicídios em nome de Deus e consideram a homossexualidade uma doença, punindo muitos gays. A autora compara essas práticas à Inquisição e acredita que se cada um procurar conhecer mais sobre a história, direitos, o amor ao próximo, é possível deixar o mundo melhor e ajudar aqueles que precisam.

Com tantas informações, só não enxerga a verdade quem não quer. É preciso saber estabelecer limites entre a religião e o Estado, bem como aceitar as diferenças e ficar por dentro dos seus direitos, para não deixar ninguém tirar vantagens de sua orientação sexual. Fica aqui a minha recomendação de leitura, que como a própria autora diz, pode ser melhor aprofundada de acordo com os interesses dos leitores.

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