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Escrita Maldita: Review Andreia Coutinho (Amazon)

Review Andréia Coutinho @booksbydeia (Amazon) sobre o livro Escrita Maldita – 19 de junho de 2024: Na história temos a vida de um escritor que corre atrás do seu sonho, que é escrever junto a um famoso autor. Com isso, ele faz contatos com algumas pessoas para poder realizar tal sonho.ㅤ O que mais me atraiu, foi a forma como tudo aconteceu, desde o início até o final. Sendo assim, a trama me mostrou como nós seres humanos, somos capazes de fazer, praticamente tudo, para realizar nossos sonhos ou pelo menos, correr atrás deles. Na trama, me prendi do início ao fim, a cada página ficava ansiosa para saber mais, a cada capítulo ansiava por conhecer mais da vida dos personagens. Para quem gosta de um suspense, com uma pitada de sobrenatural, com uma reviravolta sensacional, essa trama é para você.ㅤ *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror  Escrita Maldita , p ublicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano:  O Círculo (Vol.1)  e

Resenha Rádio Comunitária: uma estratégia para o desenvolvimento local

Texto: Ben Oliveira

Rádio Comunitária: uma estratégia para o desenvolvimento local é o nome do livro escrito pela professora e Coordenadora do Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Claudia Mara Stapani Ruas, em 2004, pela editora UCDB. Na obra, a autora analisa as emissoras comunitárias de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, abordando como elas podem ser usadas para melhorar a vida das comunidades.

Foram analisadas duas emissoras comunitárias, as rádios Nova Maracanã e Metropoly, situadas antigamente em bairros distintos da cidade, sendo uma instalada no bairro Guanandi e outra no José Abrão. O trabalho surgiu da relação entre comunicação e desenvolvimento local. A pesquisa identificou os programas veiculados nas emissoras, suas influências e como os veículos comunitários ajudaram a transformar a realidade social dos moradores da região. Em um mundo onde as pessoas reclamam cada vez mais dos meios de comunicação de massa, por exemplo, acredito que a ideia proposta por Claudia Ruas seria uma ótima oportunidade das comunidades transmitirem informações relevantes para os seus membros, mostrando uma realidade que é pouco mostrada no dia-a-dia pelos veículos comerciais de comunicação.

Segundo a autora do livro, tanto a radiodifusão comunitária quanto o desenvolvimento local são temas novos, atuais e polêmicos. Entre os fatores que reforçam a importância deste meio de comunicação para o desenvolvimento local estão o baixo custo, a alta penetração, a mobilidade, a oralidade e outros que demonstram o amplo alcance e fácil utilização do rádio. Apesar de a internet possibilitar a difusão de informações com agilidade, esta ferramenta ainda não é tão acessível quanto o rádio, demonstrando como o veículo comunitário continua sendo uma boa opção para ajudar a atender os anseios da comunidade, abordar assuntos locais e contribuir com o desenvolvimento.

No livro, Claudia Ruas conta as dificuldades encontradas para realizar a pesquisa, como a não colaboração de algumas emissoras comunitárias em participar e o atraso do desenvolvimento do trabalho, por causa do medo justificado das rádios terem os seus equipamentos apreendidos. As duas rádios comunitárias pesquisadas foram lacradas pela ANATEL.

Por meio da pesquisa, a autora conseguiu penetrar na comunidade e verificar a influência da programação no cotidiano dos moradores, traçando os perfis dos ouvintes das rádios comunitárias e das Associações Comunitárias. Observando os comportamentos, como a idade, sexo, escolaridade, salário, entre outros fatores, ajudou a assegurar como estes veículos alternativos de comunicação podem e devem ser usados para ajudar a mudar esta realidade, trazendo melhorias na qualidade de vida dos moradores de uma comunidade e incentivando a participação ativa na cidadania.

Após apresentar os conceitos de desenvolvimento local, comunicação e radiodifusão comunitária, abordar a história da radiodifusão convencional e comunitária de Mato Grosso do Sul e analisar os perfis dos bairros onde existiam as emissoras, Claudia Ruas concluiu que se usadas corretamente, as rádios comunitárias podem sim contribuir para o desenvolvimento local. Todos os referencias utilizados pela autora mostram que o trabalho foi bem fundamentado, aprofundando nos assuntos abordados e permitindo a reflexão do leitor. O livro não só informa, como possibilita a educação e viabilização de projetos comunitários, caso haja o interesse.

Claudia Ruas utilizou como referência bibliográfica diversos pesquisadores sobre o desenvolvimento local, afirmando que o termo não está relacionado somente ao acúmulo de capital, como era avaliado antigamente, mas também à satisfação das necessidades básicas do homem e qualidade de vida, aliando o social ao econômico. Quanto mais desenvolvida uma sociedade, mais autonomia para melhorar as atividades de seu interesse. A valorização do desenvolvimento local se deu após as transformações da globalização. É importante perceber esta mudança de prioridades na vida das pessoas e como ela ainda precisa ser trabalhada para que todos possam desfrutar de uma existência qualitativa. Como bem recorda a autora no livro, com o desenvolvimento local a própria comunidade busca meios para administrar e melhorar as vidas de seus moradores, através da participação ativa.

A comunicação é conceituada e a autora comenta sua importância, acreditando que é preciso se apropriar desta área e entendê-la, para poder usá-la na luta pelo desenvolvimento local. Além de informar, o livro ressalta como a comunicação ajuda na socialização, contribuindo para formas atores sociais. Influenciar, interagir e cooperar são algumas das ações proporcionadas pelo ato de comunicar. Claudia Ruas justifica que não existe sociedade sem comunicação e vice-versa, demonstrando o seu papel na formação da cultura, personalidade, opinião pública e enfrentamento de crises. Logo, não bastaria desenvolver as outras áreas e esquecer a comunicação.

Portanto, a pesquisadora assegura a necessidade de usar a comunicação para ajudar comunidade a desenvolverem fatores como a saúde, educação, lazer e outras áreas que possam fortalecer os direitos do cidadão e contribuir para que eles possam colher os seus benefícios em nível local. Pelo que pude perceber através da leitura, mais do que criar empregos e oportunidades, por exemplo, através do desenvolvimento local os moradores devem usufruir destes benefícios, caso contrário a comunidade não terá suas melhorias atendidas.

Depois de falar sobre a relação entre o crescimento dos meios de comunicação e o desenvolvimento da sociedade, a autora utiliza o ponto de vista de Francisco Antonio Pereira Lobo, no qual ele declara que a mídia empresarial não oferece uma programação diversificada e centrada aos interesses das comunidades, se preocupando somente com o lucro. Não é nenhuma novidade que para uma empresa sobreviver, elas precisam ganhar mais do que gastam. No entanto, para mim, o ideal seria aliar o desenvolvimento próprio ao dos cidadãos, produzindo conteúdos transformadores, educativos, levando conhecimento para quem precisa, não somente às classes elitistas. Entreter pode ajudar a esquecer os problemas do cotidiano e as publicidades podem ajudar os veículos de comunicação a lucrarem, porém é necessário ajudar o ouvinte em um processo de mão dupla. Ainda segundo o autor, mais do que falar, as rádios deveriam ouvir seus ouvintes. Não poderia concordar mais com a colocação de Francisco Lobo, pois não é exatamente disto o que se trata a comunicação?

Segundo Lauricio Neumann, autor citado por Claudia Ruas no livro, as rádios comunitárias são veículos feitos pela comunidade e para a comunidade. “Têm a função de informar e de resgatar o verdadeiro espírito comunitário de solidariedade, ajuda mútua, organização, participação e luta por objetivos comuns”, define Neumann. Estes conceitos ajudam quem está lendo e as próprias associações comunitárias a aprenderem sobre a importância dos veículos comunitários, entendo que não basta estar presente em uma localidade para cumprirem o seu papel.

Claudia Ruas argumenta que a rádio comunitária surgiu como uma alternativa ao modelo resistente de comunicação de massa. As rádios, segundo o livro, ajudam na troca de ideias, notícias e conhecimentos, ajudando a aproximar os bairros (suas realidades) e a cidade, promovendo melhorias e suprindo necessidades dos cidadãos. Todavia, mesmo com tantos benefícios que poderiam trazer à população, as rádios comunitárias foram consideradas piratas e ilegais quando surgiram, seus diferencias estavam na identidade da própria comunidade.

Em 1998, a radiodifusão comunitária foi reconhecida e legitimada pelas autoridades, precisando de autorização para funcionar. As emissoras que não fossem autorizadas, poderiam ser lacradas pela ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações, sendo consideradas clandestinas, podendo causar interferências na comunicação entre aviões, aeroportos, polícia, bombeiro e outros serviços.

“A rádio comunitária é um tipo especial de emissora de alcance limitado. Deve operar com potência de transmissão de até 25 watts a partir de sua antena transmissora”, define Claudia Ruas. Estas informações fornecidas pela autora auxiliam no entendimento de um dos diferencias da radiodifusão comunitária, a sua baixa potência de transmissão em relação aos outros veículos transmissores.

Com as pesquisas realizadas pela autora, foi possível descobrir que antes de serem fechadas, as rádios Nova Maracanã e Metropoly não souberam usar todo o seu potencial para melhorar suas comunidades. Por exemplo, as associações comunitárias se esqueciam de interagir com os moradores, se esquecendo das opiniões e sugestões e se restringindo, muitas vezes, no pedido de músicas e alguns serviços. Os locutores não tinham conhecimentos técnicos e também não se utilizavam do jornalismo para ajudar no desenvolvimento local, vendo na rádio comunitária algo limitado à região e não aproveitando para promover a cidadania. Enquanto uma das rádios não tinha uma programação definida diária, dependendo da disponibilidade dos seus locutores e reproduzia diversas músicas, a outra transmitia em quase todos os horários programas evangélicos e músicas da igreja. No meu ponto de vista, este livro poderia servir como um guia para auxiliar novas rádios comunitárias e se o mesmo existisse na época de surgimento das emissoras pesquisadas, além de evitar o fechamento dos veículos também serviria para ensinar as comunidades a levantarem suas vozes, não somente para pedidos musicais ou programas religiosos, mas para reforçar suas culturas regionais, oferecer oportunidades de emprego e educação e formar cidadãos atuantes.

Concluindo, quando bem utilizadas estas rádios comunitárias podem contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade, no entanto é preciso levar em conta vários fatores para darem certo, caso contrário a emissora se comportará pior do que uma rádio comercial, sem levar em conta o que a população realmente precisa. Uma boa rádio não se preocupa somente com o entretenimento e músicas, mas também ajuda na difusão de informações, cultura e conhecimento que possam melhorar a qualidade de vida de uma comunidade. É preciso mais do que equipamentos para se montar uma rádio comunitária, não podendo se esquecer de outras características citadas por Claudia Ruas, como o horário de funcionamento, equipe, organização, planejamento, edição, acervo, jornalismo, criatividade e localização.

Aos interessados na leitura, o livro está disponível na Biblioteca Padre Félix Zavattaro da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em Campo Grande (MS). A dissertação que originou o livro pode ser encontrada no site da instituição: A Rádio Comunitária como Fator de Desenvolvimento Local

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