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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Resenha: Num Mar de Solidão – Vitor Miranda

Recentemente recebi um exemplar do livro Num Mar de Solidão, do artista e autor Vitor Miranda. A obra de 120 páginas foi publicada pela Giostri Editora, em 2014, com contos urbanos que trazem São Paulo como pano de fundo, a metrópole onde o caos e a solidão andam de mãos dadas e diferentes personagens se encontram.
Capa do livro Num Mar de Solidão, de Vitor Miranda

Os contos do livro são narrados em primeira pessoa. Há momentos em que o leitor se pergunta se o narrador é o autor ou é outro personagem que conta a história, por causa do realismo. A linha entre a crônica e o conto é cruzada a todo instante. Doses de autoficção, linguagem ácida, boemia, carência e amores distantes estão presentes nas narrativas que variam de tamanho, sendo o menor conto de duas páginas e o maior de dez.

“Desci do ônibus às sete horas da manhã na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Ah, se eu fosse uma puta, eu escolheria essa esquina. Ela é ótima! É onde passa a maior variedade de seres estranhos da Terra, desde terráqueos, marcianos, plutanianos, saturnianos até os lunáticos” – trecho de O casal de Mendigos

A linguagem pode incomodar os leitores mais puritanos e acomodados. O estranhamento é proposital. O narrador-personagem conta suas peripécias e mostra a sua perspectiva sobre a vida, o amor, a amizade, o sexo e suas loucuras na capital paulista – cenário com o qual ele nutre uma relação de codependência de felicidade e ódio, romantismo e selvageria, encantamento e desilusão.

É impossível ler Num Mar de Solidão sem se lembrar dos escritores que narravam suas aventuras regadas a álcool, drogas, sexo e experimentalismo. O próprio narrador-personagem fala sobre a influência do escritor Charles Bukowski e do personagem Hank Moody, protagonista mulherengo, com problemas de relacionamentos por causa das bebidas e abuso de substâncias, da série de televisão norte-americana Californication.

“Acendi meu cigarro, guardei o maço no bolso de trás da calça e o isqueiro no bolço esquerdo da frente. No direito senti o celular vibrar novamente. Já nem lembro quantas vezes ele vibrou hoje. Esperei ele parar e peguei-o para ver o que eu já sabia. Era a vigésima sétima ligação perdida de uma mulher chamada Mônica. Tenho medo dessas mulheres psicopatas que ficam ligando sem parar, que não esperam o nosso retorno, elas nos envenenam, nos cortam em pedacinhos, o chinês da pipoca Yoki que o diga”trecho de Psicopatas Noturnas

Não vou me aprofundar na análise de cada conto, pois tiraria toda a graça do leitor. Basta imaginar um protagonista que não abre mão do seu cigarro e suas bebidas; Que mesmo amando uma jovem e sabendo que não encontrará nenhuma outra como ela, lida com as madrugadas solitárias e a saudade que os separam a quilômetros de distância, levando-o a outro de seus vícios: mulheres; As festas loucas, encontros com jovens que se preocupam com o seu status e o tédio, mesmo na cidade ‘que nunca dorme’.

“Eu sempre entro em depressão quando volto para São Paulo depois de uma viagem. Eu amo essa cidade, mas só amando-a muito para continuar vivendo nessa merda”trecho de E Foi Assim que Comecei a Escrever

Morcegos, travestis, mendigos e prostitutas dividem as páginas com artistas, trabalhadores, homens e mulheres. O que todos têm em comum além de estarem reunidos no mesmo livro e morarem na mesma cidade? Mesmo diante das inúmeras opções de entretenimento, das diferentes classes sociais, gêneros e orientações sexuais, no final das contas, todos são seres humanos à procura da felicidade, de relações com outras pessoas, de maneiras de ganhar a vida, do sucesso e de preencher os buracos da solidão estampados em suas almas.

Vitor Miranda, autor do livro Num Mar de Solidão
Vitor Miranda. Foto: Divulgação.
Sobre o autor – Vitor Miranda iniciou a vida artística após trancar o curso de Comércio Exterior e se matricular num de Teatro. No fim de 2010, foi protagonista do curta-metragem Amizades e Utopia, trabalho que despertou a vontade de ampliar seus horizontes nas artes. Estudou fotografia, e em 2011, idealizou um projeto de documentários de curta-metragem a serem veiculados na internet, o Documentos Urbanos. Em 2013, lançou seu primeiro curta Pise Fundo, Meu Irmão. Num Mar de Solidão é o seu primeiro livro, publicado pela Giostri Editora.

Para interagir com o autor e mais informações sobre o livro Num Mar de Solidão, curta a página do Facebook: https://www.facebook.com/NumMardeSolidao

Ficou interessado? O livro de contos pode ser encontrado nas lojas virtuais da Saraiva e da Livraria Cultura

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