A vida era mais do que frases de efeito e pensamento mágico. Muitas vezes, era sobre como realmente se sentia. Ser sincero consigo mesmo nem sempre era fácil, mas necessário. Aceitar que, em algumas situações, não fazer parte da vida do outro é o mais saudável para os dois. Assim como acreditar que o contrário também era possível. Era enxergando os dois extremos que poderia encontrar um lugar no meio. Então, a dor que havia sentido um dia, desaparecera. Não era nada mágico. Não era simples efeito do tempo. Era processar as emoções e aceitar as coisas como eram. O exercício de lidar com a frustração era algo diário, mesmo quando não imaginava que estava fazendo. Era somente ao lidar com aquilo que o incomodava, que realmente poderia se libertar. Não era fácil, mas era como finalmente tinha encontrado alguma paz. A paz vinha de ter abandonado a necessidade de agradar aos outros, ainda que desagradasse a si mesmo no processo. A paz vinha de entender que a esperança nem sempre era uma...
O cineasta, poeta e escritor Nivaldo Lopes lançou em 2006, o curta-metragem Borges, o Homem dos Olhos Mortos, de aproximadamente 19 minutos, disponibilizado desde 2011 em seu canal do Youtube, para quem tiver interesse em conhecer mais uma das facetas do escritor argentino Jorge Luis Borges.
O filme aborda o encontro entre o jornalista e poeta Álvaro Alves de Faria, autor do livro Borges, o mesmo e o outro, publicado pela Editora Escrituras, e o escritor Jorge Luis Borges. A entrevista inédita com o único jornalista brasileiro a entrevistar e fotografar Borges foi publicada após 25 anos, pois segundo o autor, na época em que fez ele ficou tão sensibilizado pela sua tristeza e solidão, período após o argentino ter perdido a mãe.
Confira um fragmento do jornalista Álvaro Alves de Faria falando sobre sua entrevista com Jorge Luis Borges:
“Encontrei um homem destruído. Esperei na sala escura, de móveis antiguíssimos e peças de prata por um bom tempo, que me soava interminável. Até que Borges apareceu com sua bengala, impecavelmente vestido, caminhando entre os móveis, por um caminho que só ele conhecia. Fiquei assustado. Cumprimentou-me e perguntou por que um “periodista” brasileiro queria tanto falar com ele, exatamente ele que nada mais tinha a dizer para ninguém. Sua mãe tinha falecido recentemente, alguns meses antes desse encontro. Encontrei um homem absolutamente sozinho. O que seria um encontro de meia-hora, acabou sendo de seis horas seguidas, em que Borges falou sem parar e em que, ao mesmo tempo, permaneceu em longos silêncios muitas vezes. [...] Escrevi um texto que pode ser lido como um conto, mas com a palavra de Borges, o pensamento de Borges, a angústia de Borges, a profunda solidão de um homem que só tinha o desejo de morrer rapidamente”.
Assista ao curta-metragem Borges, O Homem dos Olhos Mortos:
Ficha técnica: Data e local de produção
Ano: 2006
País: BR
Cidade: Curitiba
Estado: PR
Sinopse
"O filme é o encontro entre Jorge Luiz Borges e o jornalista e poeta brasileiro Alvaro Alves de Faria. É o relato do homem profundamente solitário, grande escritor latino-americano que deseja morrer." (Jornada/34)
Argumento/roteiro
Roteiro: Lopes, Nivaldo
Direção
Direção: Lopes, Nivaldo
Fotografia
Direção de fotografia: Lopes, Nivaldo
Som
Engenharia de som: Laroca, Assandro; Oliveira, Roberto Carlos
Montagem
Montagem: Lopes, Nivaldo
Música
Música: Torrone, Marcelo
Identidades/elenco:
Orani, Anselmo
Faganelle, Anderson
Pitta, Emílio