A mente é como um cachorrinho tentando brincar com você, quando você já não quer. Tudo o que você deseja é um pouco de paz e de silêncio, mas quanto mais você tenta se aproximar da criatura, mais ela corre para a outra direção. Eventualmente, seus caminhos vão se cruzar, mas ela continua saltitando de um lado para o outro e mesmo que você se abaixe para segurá-la, seus dedos vão tocá-la por um breve instante, não o suficiente para controlá-la.
Então, você começa a correr para a direção contrária. Pode ser que o animal te siga, pode ser que ele te ignore. Qualquer coisa é melhor do que continuar indo atrás dele, afinal, tudo não se passa de uma diversão para ele e você precisa daquele tempo só para si mesmo.
Quando você menos espera, o cachorrinho parou de latir, já não está mais correndo e voltou para dentro de casa. Você fecha a porta, desejando que ele não saia tão cedo. Seu coração ainda está acelerado, sua respiração ofegante, mas passado alguns instantes, tudo retorna à normalidade.
Dizem que as criaturas são ótimas para ajudarem a desenvolver sua paciência. Os cães têm desejos próprios. Às vezes, eles se aproximam como quem não quer nada, te dão um olhar triste, mas tudo o que eles estão aguardando é a oportunidade de você abrir a porta para que eles possam entrar correndo, carregar aquela sua meia de um cômodo para o outro e revirar a casa de cabeça para baixo. Ou quem sabe eles não querem saltar no seu colo e dar uma mordida no que você está comendo.
Quando a mente começa a latir demais, quando ela está correndo de um lado para o outro, como se tivesse mergulhado em uma enorme xícara de café, quanto mais atenção você tenta lhe dar para que ela se acalme, mais energia ela libera. É um ciclo vicioso. Então, você fecha os olhos ou olha para o lado e deixa tudo seguir o seu ritmo, respira bem e com o passar do tempo, a correria acaba.
A alteração cede lugar à paz. Você se sente no presente e tudo o que pode fazer é agradecer por cada uma das pequenas coisas que lhe aconteceram e te fizeram ser quem você é. E quando você vê que sua mente está prestes a querer brincar novamente, talvez você a deixe pular pelos quatro cantos e gentilmente devote um pouco de atenção a cada um desses pensamentos, talvez você aprenda que é preciso ignorá-la, até que só reste você: aqui e agora.
Belo texto!
ResponderExcluirOi, Marcos!
ExcluirGrato pela visita e pelo comentário :-)
Abraços