O Clã dos Quatro Guerreiros é o título do primeiro livro da série
Enoua, escrito por
Diego Martins Ribeiro, de 392 páginas, publicado pelo selo
Talentos da Literatura Brasileira da
Editora Novo Século. Para quem gosta de
Literatura Fantástica, o autor leva ao leitor para outro mundo, onde eles precisarão lutar pela suas sobrevivências e voltar para casa.
Dividido em 25 capítulos, os textos iniciais não parecem fazer tanto sentido ao leitor que ainda não está familiarizado com o universo de fantasia criado pelo autor, mas traz informações importantes que mais tarde se encaixam, à medida que os personagens vão descobrindo mais sobre Enoua.
“Na imensidão negra do espaço, cinco pequenas esferas viajavam em alta velocidade por dentre os corpos celestes, deixando um sutil e efêmero rastro de luz por onde passavam. Cada uma delas possuía uma cor distinta: verde, laranja, cinza, marrom e lilás”.
Os personagens principais do livro são Gabriel, Débora e os irmãos Beatriz e Henrique. Durante uma noite, enquanto Gabriel dirigia o carro velho de seu pai e dava carona para os outros três, os jovens enxergavam uma esfera de luz e sofrem um acidente. Ao acordarem, percebem que foram transportados para outro mundo, onde o desenrolar dos eventos acontece como uma espécie de jogo. Aliás, para quem gosta de RPG (Role-playing game) não tem como identificar a influência do gênero dentro da narrativa, proporcionando uma sensação de que nós, como leitores, também fazemos parte desta aventura.
Para quem está familiarizado com a jornada do herói, dá para saber um pouco o que espera os jovens, embora inúmeros elementos ajudam a estruturar a narrativa e dão originalidade para este universo em particular. Como o próprio título do livro indica, Gabriel, Débora, Henrique e Beatriz acabam descobrindo que têm armas raras que correspondem às habilidades de cada um deles, além dos seus caminhos cruzarem com outros personagens, mais histórias e segredos, amuletos mágicos e inimigos mortais.
É complicado falar sobre o livro sem revelar informações que são mais gostosas de serem descobertas por conta própria. O leitor é levado por diversos cenários, de forma linear, como se fosse um jogador passando de uma fase para outra. Nada do que acontece é mero acaso, seja porque o autor planejou bem a história, seja porque tudo está interrelacionado conforme as revelações vão surgindo e os históricos dos personagens.
“Tudo o que guardava dentro de si, no recanto mais profundo de sua alma, estava vindo à tona. Sua cabeça doeu, o som ficou insuportável, as cores nauseantes. Mas, de repente, as imagens se dissiparam. A escuridão tranquila e agradável retornara, e seus olhos agradeceram. Uma doce melodia começou. Era o silêncio”.
Como todo estrangeiro em terra desconhecida, o grupo de jovens está sujeito a verdades e mentiras, seguindo seus instintos para prosseguir em sua jornada. De uma união forçada pela necessidade de sobreviver e se manterem juntos, até o desenvolvimento de reais laços, o clã vê suas habilidades de guerreiros serem desenvolvidas gradualmente e lidam com uma série de dificuldades, como a existência de outros tipos de guerreiros que estão dispostos a enfrentá-los.
Assim como cada um dos personagens domina uma arma diferente, suas habilidades estão relacionadas aos diferentes elementos. O Clã dos Quatro Guerreiros mescla fantasia tradicional com cenários mais urbanos e desenvolvidos tecnologicamente, ou seja, uma pitada de ficção científica para deixar essa mistura mais misteriosa e intrigante. Como todo primeiro livro de uma série, o ritmo inicial é um pouco lento, até chegar aos capítulos em que as ações se desenvolvem com mais energia e velocidade. Quando chega o final do livro, o leitor fica com aquela sensação de “Acabou? Quero mais!”.
As descrições dos personagens em ação são bem visuais. Entre as armas usadas pelos guerreiros estão um tridente, uma espada, um cajado e um bastão. Desde o primeiro contato com esses instrumentos até as batalhas com criaturas desconhecidas e perigosas, os quatro se transformam de dentro para fora e a cada desafio vencido, como num jogo, é como se eles vão evoluindo e desenvolvendo suas virtudes: paciência, coragem, inteligência e autoconfiança. As personalidades de cada um é diferente, possibilitando ao leitor simpatiza mais com um do que com os outros, e imaginar outras pessoas dentro dessas aventuras.
“Apertando os olhos para ter certeza de que aquilo não era uma ilusão, Beatriz constatou que havia rochas de diversos tamanhos e formas flutuando por toda parte ao redor e acima do monte, como se cordas invisíveis vindas do céu as segurassem”.
Como em toda série de livros, a tendência é que a narrativa se desenvolva mais intensamente a partir das próximas publicações. Tendo algumas informações primordiais, como as respostas de como eles foram parar em Enoua, o autor pode se focar em explorar outros conflitos e, quem sabe, outros mundos ficcionais. Para quem gosta de aventuras, Diego Martins Ribeiro não só soube conduzir o leitor para a jornada, como conseguiu amarrar as pontas, deixando um bom gancho para possíveis continuações. É muito bom poder testemunhar o surgimento e crescimento de mais autores e livros de literatura fantástica no Brasil!
Sobre o autor – Diego Martins Ribeiro, nasceu em 1988 e cresceu em uma cidade do interior de São Paulo, Itápolis. Mesmo com o desejo de seguir a profissão de contador de histórias surgido na infância, formou-se em Processamento de Dados pela Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (FATEC), e já trabalhou como professor de inglês, técnico em suporte e monitor de informática. No entanto, nunca deixou de escrever. O Clã dos Quatro Guerreiros é o primeiro livro do autor, que almeja dar continuidade à série Enoua.
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