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Destaques

Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Resenha: Todo Dia – David Levithan

Sabe aquela sensação de viver na pele de outra pessoa que temos no momento da leitura de bons livros de ficção? O protagonista do livro Todo Dia (Every Day), escrito por David Levithan, vive, literalmente, no corpo de outras pessoas dia após dia. A obra foi publicada no Brasil em 2013 pela Galera Record (selo do Grupo Editorial Record), com tradução de Ana Resende.




Dizem que a literatura é uma ótima forma de desenvolver empatia. Em Todo Dia, A, o protagonista e narrador sabe bem como é experimentar diferentes realidades e essas experiências acabam transformando o personagem, fazendo com que ele tenha mais consciência de seus atos e das possíveis consequências para o seu hospedeiro.


“Acordo. Imediatamente preciso descobrir quem sou. Não se trata apenas do corpo – de abrir os olhos e ver se a pele é clara ou escura, se meu cabelo é comprido ou curto, se sou gordo ou magro, garoto ou garota, se tenho ou não cicatrizes. O corpo é a coisa mais fácil à qual se ajustar quando se está acostumado a acordar em um corpo novo todas as manhãs. É a vida, o contexto do corpo, que pode ser difícil de entender”.


O protagonista se identifica como A e da sensação de liberdade de poder acordar todos os dias no corpo de algum garoto ou garoto, tudo muda quando ele conhece Rhiannon. O dia em que A desperta no corpo de Justin, o namorado da jovem, ele nota algo nela que o faz sentir vontade de quebrar suas próprias regras.

Do jovem que vive acordando em diferentes corpos e se deixava levar, A se apaixona por Rhiannon, mas ainda precisa lidar com sua rotina maluca para que os dois possam continuar se encontrando. Mesmo que o espírito de A seja o mesmo independente do dia, a situação não torna fácil para Rhiannon.


“O momento em que você se apaixona parece carregar séculos, gerações atrás de si – tudo isso se reorganizando para que essa interseção precisa e incomum possa acontecer. Em seu coração, em seus ossos, por mais bobo que saiba que é, você sente que tudo levou a isso, que todas as flechas secretas estavam apontando para este lugar, que o universo e o próprio tempo construíram isso muito tempo atrás, e agora você acaba de perceber que chegou ao local onde sempre deveria ter estado”.


O romance é narrado em primeira pessoa por A e cada capítulo descreve um dia. É interessante como David Levithan explorou diferentes personalidades e características corporais, e como as vidas dos personagens acabam sendo influenciadas pelos seus corpos, mentes e desejos, possibilitando entender um pouco sobre as diferentes perspectivas e como elas moldam nossos relacionamentos internos e externos.

A que conseguia se equilibrar com suas próprias maneiras, começa a desejar o que ele não pode ter e com isso causando uma situação desconfortável não só para ele, mas também para Rhiannon. No meio de todos esses conflitos internos, o protagonista acaba bagunçando o dia de algumas pessoas ao usar o tempo para ver a garota por quem ele está apaixonado. E A acaba deixando as coisas mais confusas para a vida de Nathan, um dos jovens que ele esteve no corpo.

“É só que, sei que parece um modo horrível de se viver, mas eu já vi muitas coisas. É muito difícil ter uma noção verdadeira do que é a vida quando se está num único corpo. Você fica tão preso a quem você é. Mas quando quem você é muda todos os dias, você fica mais próximo da universalidade. Mesmo dos detalhes mais triviais. Que o azul parece diferente. Você vê todos os estranhos rituais que os garotos têm para demonstrar afeição sem admitir. Você aprende que se um dos pais lê para você no fim do dia, é sinal de que é um bom pai, porque já viu muitos outros pais que não têm tempo para isso. Você aprende o verdadeiro valor de um dia, porque todos os dias são diferentes”.

O que acontecerá a A e Rhiannon? Será que o amor entre eles é forte o suficiente para aguentar essas condições? David Levithan nos leva por essa leitura deliciosa e marcada pelas reflexões de um jovem que está tentando encontrar o seu lugar ao mundo e descobre como o amor é capaz de transformar nossas vidas.

Também rolou vídeo no canal do Youtube sobre o livro Todo Dia!



Sobre o autor – David Levithan é autor de vários livros aclamados pela crítica, inclusive Will & Will – Um nome, um destino, escrito em parceria com John Green, o primeiro livro jovem adulto gay a entrar na lista do New York Times. Nesta nova obra, ele leva a criatividade a um novo patamar. Com uma trama aparentemente simples, consegue abordar os mais relevantes assuntos cotidianos, nos fazendo questionar a real importância de grande parte dos conceitos e ideais estabelecidos pela nossa sociedade.



Já leu o livro Todo Dia, do David Levithan? Ficou interessado? Comente!

Comentários

  1. Boa noite. Li esse livro e adorei. Ler a resenha me fez relembrar da ótima história. Grande abraço.
    http://tomoliterario.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Oi, Tomo Literário!
      Fico feliz que o blog tenha lhe despertado lembranças do livro.
      Obrigado pela visita!
      Abraço

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  2. Olá Ben! Li esse livro e me encantei com a proposta do autor, me prendeu totalmente mas senti falta de mais explicações... quem sabe em outro livro né? Ótima resenha!

    Grande abraço
    eventualobradeficcao.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Oi, Roberta!
      Você já leu a continuação? Eu ainda não li. Estou bem curioso para ler o livro Outro Dia, do David Levithan.
      Gostei muito da maneira que o narrador analisa as coisas.
      Abraço

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