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Destaques

Deixar para trás não é fingir

Deixar para trás não é fingir que nada aconteceu. Pelo contrário, apesar de aceitar que nem tudo está em suas mãos, há coisas que você precisa se lembrar para não repetir os mesmos erros e padrões de comportamentos. Então, por mais tentadora que seja a ideia de focar só na frente, há uma parte sua que precisa lembrar das pequenas coisas, de como e do porquê das coisas terem acontecido. Escrevia para se lembrar, mas também pata esquecer.  Poderia parecer contraintuitivo, como se de alguma forma estivesse sabotando o próprio processo, mas entendera que se não estivesse consciente do passado, correria o risco de repetir as frustrações no presente e futuro. Sentir as emoções, para algumas pessoas, era algo muito intenso. Elas gostariam de algo para anestesiar, mas fazia parte da vida o sentir. Então, há momentos em que precisamos sentar com o desconforto e nos deixar lembrar de que existiam motivos para escolher que foram feitas. Então, ao se lembrar, quem sabe, independente das circun...

Conto: A Morte do Artista – Ben Oliveira

O que você tem feito pelo seu sonho? A pergunta o machucou mais do que um soco no olho e ele já levara tantas pancadas da vida. Pensou em quando foi que ele começou a silenciar os próprios instintos; quando a ansiedade e o medo do julgamento alheio o fizeram se fechar.

Não estava em uma bela concha, não deixaria nenhuma pérola; quando deixamos de acreditar nas coisas que movem nossos espíritos, aceleramos nossa morte. Fechara-se em um túmulo e quando seu cadáver fosse enterrado, os vermes comeriam sua carne; os ossos frágeis, como eram os dele, ficariam abandonados.

Deixaria o legado da covardia? Era um bom artista, até que tentaram domá-lo. Chamaram-no de louco. Fizeram-no acreditar que sem a escrita seria mais feliz e bem-sucedido.

O sucesso nunca veio. O prazer de criar se convertera na amargura, na destruição da alma. Poderia ser diferente, poderia ser qualquer pessoa, mas escolheu abrir mão do coração sonhador. Morreria duas vezes ao longo da vida. Só entenderia quando era tarde demais: o caixão do artista é a normalidade.

Enquanto a terra caía sobre ele, pensara que não havia morte pior do que a dos sonhos.


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Um autor de terror aclamado e um novato sortudo best-seller recebem um convite: escrever um livro juntos. O processo de criação pode ser intenso, as emoções podem ficar confusas. Entre memórias e acontecimentos estranhos, pesadelos e ficção, linhas são ultrapassadas. Você estaria disposto a sacrificar tudo pelos seus sonhos? Leia Escrita Maldita, de Ben Oliveira, disponível na Amazon.

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