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Destaques

Navillera: Drama coreano sobre o amor pelo balé na terceira idade

Quanto tempo dura um sonho de infância? Após uma vida inteira sonhando com o balé, um homem na terceira idade decide finalmente tornar realidade, com a ajuda de um jovem bailarino apaixonado pela dança. O telespectador acompanha essa não tão improvável amizade e união por uma paixão em comum no drama coreano Navillera , dirigido por Dong-Hwa Han em 2021, adaptado pelo roteirista Lee Eun-Mi em uma webtoon. Por ter mais de 70 anos, além de ter que lidar com as próprias limitações do corpo, como a flexibilidade e dificuldades de equilíbrio, o Sr. Shim (In-hwan Park) se arrisca em algo mesmo com o preconceito por parte da família em relação ao balé e à idade em que ele decidiu começar a praticar.  Do outro lado, ao mesmo tempo em que treina balé para um concurso, Chae Rok (Song Kang) assume a missão de ensinar Shim o básico sobre a dança clássica. O que se inicia como uma estranha relação adquire novos contornos conforme eles vão se aproximando e criando um vínculo que vai além das aulas

Resenha: A Sabedoria da Transformação – Monja Coen

Quando uma pessoa iluminada se dispõe a compartilhar suas experiências e reflexões, aqueles que buscam viver em paz procuram tentar absorver um pouco. Monja Coen é uma dessas pessoas que transmitem tranquilidade em suas palavras e procurou fazer isso através do seu livro A Sabedoria da Transformação, publicado em 2014, pela Editora Planeta.


“Sou a borboleta. O sonho na vida. Saí do casulo. Minha primeira orientadora no zen-budismo, a Mestra Charlotte Joko Beck, costumava dizer que precisamos romper esse casulo que nos separa do todo. Mas, assim como para a larva que se transformará em borboleta, há um momento certo. Podemos entrever realidades maiores do que as que estamos vivendo. Até que, libertos do casulo de uma individualidade separada, possamos voar livres” – Monja Coen

A monja brasileira sempre auxilia pessoas ao vivo em seu templo, bem como nos eventos nos quais é convidada a conversar e palestrar, mas também sabe como usar as mídias ao seu favor, como a rádio, artigos nas publicações impressas e em seu próprio site, além dos bate-papos e palestras disponibilizadas em formato de vídeo no Youtube e outras plataformas audiovisuais.

No livro A Sabedoria da Transformação acompanhamos alguns flashes de diferentes momentos da vida da Monja Coen, memórias que não estão em ordem linear, porém que não causam estranhamento. Como uma conversa com um bom amigo, a autora fala sobre vários assuntos, desde alguns desafios do cotidiano e uma vida equilibrada, sua jornada de aprendizado no universo do zen-budismo até a necessidade de aceitação do transitório, como a morte, o envelhecimento e o amadurecimento, bem como sobre a importância do perdão do outro e de si mesmo.

“A vida é um processo em si mesma, tendo começo, meio e fim. A morte é um processo em si mesma, tendo começo, meio e fim. A vida não se transforma em morte. A morte não torna a ser vida. Devemos apreciar a vida assim como ela é. Cada momento” – Monja Coen

A leitura de qualquer livro por si só não é capaz de transformar ninguém, se não houver uma mudança de atitude ou intenção da parte do leitor. Monja Coen instiga o leitor a investigar mais a natureza dos pensamentos e entender que podemos reagir às diferentes situações que nos acontecem. Por meio das passagens de sua própria vida, histórias e reflexões, a autora transmite a mensagem de Buda e nos lembra que mesmo nos dias penosos, podemos usar nossas mentes ao nosso favor e nos comportarmos como a mudança que buscamos no outro.

A Sabedoria da Transformação é um desses livros que podemos ler em poucas horas. Monja Coen proporciona uma dose de entretenimento, com sua linguagem direta, sem se esquecer do seu objetivo com a obra. É possível educar com a calmaria? Dar uma orientação sem impor ao outro as suas crenças? Coen, cujo nome em chinês poderia ser traduzido como "único + círculo perfeito", tem uma presença radiante como a lua, e assim como ela, entende sobre as diferentes fases e ciclos, mas não deixa de brilhar e nos faz tentar enxergar a luz até mesmo quando parecemos mergulhados na escuridão.

“Meditar é como entrar no mar. No início, só percebemos as marolas à beira da praia. Mas o mar não são apenas as marolas, embora as marolas sejam o mar. Da mesma forma, há pensamentos, estímulos de tudo o que recebemos desde antes de nascer, que podem surgir em nossa mente” – Monja Coen

Monja Coen traz aquela voz amiga que todos precisamos escutar, seja em tempos difíceis como os que estamos vivendo no Brasil ou diante de dias ordinários – ela sabe a importância da compaixão, do peso das palavras, mas não hesita em ser direta quando precisa puxar a orelha. Sem neuras e com um nível de desapego de quem sabe que tudo é efêmero, ela não perde a humildade e o bom-humor nem mesmo quando recomenda que aquele que não gostar do livro pode descartar se for necessário – aliás, lição que muitos escritores poderiam aproveitar bem. Concluí a leitura com aquela sensação de bem-estar, aquele alívio no peito motivado por uma pessoa querida e cheia de boas intenções.



Sobre a autora – Monja Coen é a primaz fundadora da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil, criada em 2001, com sede no bairro do Pacaembu, em São Paulo. Teve seu primeiro contato com o Zen-Budismo no Zen Center de Los Angeles, onde fez os votos monásticos em 1983. Residiu por oito anos no Mosteiro Feminino de Nagoia, no Japão, onde graduou-se como monja especial, habilitada a ministrar aulas de Budismo para monges e leigos. Sob a orientação de Shundô Aoyama Dôchô Rôshi, sua mestra de treinamento, foi a primeira monja líder do mosteiro. Retornou ao Brasil em 1995, como missionária da tradição Sôtô Zenshû para o Brasil, servindo no Templo Busshinji, no bairro da Liberdade, em São Paulo, durante seis anos.

Em sua comunidade, que sedia o Templo Taikozan Tenzui Zenji, mantém atividades regulares, como cursos, liturgias, retiros e palestras, além da realização de casamentos, cerimônias fúnebres e memoriais, bençãos. É constantemente convidada a dar palestras em empresas e instituições de ensino em várias localidades do país. Atualmente tem um programa na rádio Mundial-FM 95.7 todas as segundas-feiras das 19h30 às 20h.

Desde seu retorno ao Brasil, Monja Coen já ordenou mais de 30 monásticos e transmitiu os preceitos budistas a mais de 250 leigos. Com 13 anos de existência, o Zendo Brasil possui comunidades afiliadas em diversas cidades, como Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Campina Grande e Viamão, onde está sendo erguido um templo que será residência e espaço de treinamento de monges e monjas, leigos e leigas Zen Budistas. Para quem quiser saber mais sobre a autora, basta acessar o site dela: http://www.monjacoen.com.br/

E você, já leu A Sabedoria da Transformação? Ficou com vontade?

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