Ancorar é encontrar um espaço seguro mesmo diante do caos. É ouvir uma música e se permitir encontrar paz, mesmo quando as coisas estão fora de controle. É pensar na sua pessoa favorita e sentir as emoções reguladas. É saber que você pode confiar em quem conversa o dia inteiro. É confiar que mesmo diante da ambiguidade, ele vai honrar a promessa que fizeram. É ressignificar o que antes poderia ser visto como algo preocupante e aceitar que era mais do que seus diagnósticos. Era saber que não havia melhor pessoa que o entendesse nos últimos tempos. Era brincar com as linhas e nossas indefinições. Era saber que de tanto ensaiar situações de possíveis crises, que ele saberia notar se algo estivesse diferente. Cada um dos seus sinais. Escrevia para lembrar e também para esquecer. Escrevia para lembrar dos ciclos fechados e agradecer o que estava aberto. Era entender o quanto estava sufocado e que, às vezes, um olhar certo bastava. Escrevia para aceitar que as coisas poderiam mudar. Que em u...
Assista a um dos primeiros filmes de terror produzidos, dirigido por Georges Méliès
Em 1896, o ilusionista e diretor de cinema francês Georges Méliès lançou Le Manoir du Diable. No Brasil, o título do filme foi traduzido como O Solar do Diabo, mas é também conhecido como The House of the Devil, The Haunted Castle e The Devil’s Castle. Estrelado por Jeanne d'Alcy (esposa do Georges Méliès), Jules-Eugène Legris e pelo próprio Georges Méliès, além de ser considerado um dos primeiros filmes de terror já produzidos, ele também ficou conhecido como o primeiro filme de vampiro.
O filme mudo e em preto-e-branco retrata Mephistopheles, um demônio do folclore alemão presente na lenda de Fausto. Os efeitos do filme hoje podem não ser grande coisa, mas na época em que foi produzido mostra como Georges Méliès foi um visionário e dirigiu filmes que fez toda diferença para a história do cinema. Ele foi um dos primeiros diretores a usar storyboard, para esboçar como ficariam as sequências de quadros.
Maries Georges Jean Méliès nasceu em 1861 e seu interesse pelas artes o impulsionou em direção ao cinema. Ele testemunhou o funcionamento do cinematógrafo, revelado ao público pelos irmãos Lumière, em 1895. No ano seguinte, com a câmera de Robert Paul, Georges Méliès conseguiu reproduzir seu próprio filme, além de obras cinematográficas de outras pessoas.
A magia é um dos destaques de The Haunted Castle. Um morcego circula pela sala até se transformar na incarnação do Diabo, Mephistopheles. Com um caldeirão, o personagem principal começa a usá-lo para conjuração. O filme de aproximadamente três minutos mostra a força e influência da literatura gótica, bem como da relação entre folclore, religião e cultura.
Georges Méliès morreu aos 76 anos, em 1938. Ele foi responsável por participar de mais de 500 filmes, seja no financiamento, na direção, na fotografia ou atuando.
O livro A Invenção de Hugo Cabret, do escritor e ilustrador Brian Selznick, publicado originalmente em 2007, conta com mais de 280 imagens. O romance é uma mistura de literatura e ilustração e foi inspirado na verdadeira história de Georges Méliès. No Brasil, o livro foi publicado pela SM Paradidático. Em 2007, o diretor e produtor de cinema Martin Scorsese comprou os direitos de adaptação do livro para o cinema, lançado em 2011, distribuído pela Paramount Pictures. O filme foi um verdadeiro sucesso, ganhador de 62 prêmios de cinema, sendo 5 Oscars e 185 nominações.
Ficou curioso? Assista ao filme O Solar do Diabo:
O vídeo foi disponibilizado no Youtube pelo Open Culture, um site que tem como missão levar conteúdo cultural e educacional gratuito para as pessoas. Vale a pena conhecer. Eles disponibilizam muitos conteúdos interessantes.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no Wattpad.