Pular para o conteúdo principal

Destaques

Resenha: Tempo de Cura – Monja Coen

O livro Tempo de Cura , da autora Monja Coen , está repleto de reflexões e foi escrito no período da Pandemia de Covid-19, no período em que o Brasil e o resto do mundo estava lidando com questões como o isolamento social e o uso de máscaras respiratórias, bem como com pessoas que se negavam a seguir as orientações de saúde pública. O livro foi publicado pela editora Academia , em 2021. Compre o livro: https://amzn.to/3PiBtFO Em um período difícil, no qual as pessoas tiveram que lidar com a solidão, doenças e mortes, o livro escrito pela Monja Coen serviu como bálsamo para acalmar os corações e mentes – e pode ser lido até nos dias atuais, pois nunca estamos completamente imunes a passar por uma próxima pandemia e a doença permanece causando impactos para a saúde da população.  Compartilhando suas primeiras experiências com o zen e a meditação, Monja Coen é certeira em falar sobre a importância da paz e da cura e da preocupação com o bem-estar coletivo, dando como exemplo as orientaçõe

Autismo no cinema: Filme Tudo Que Quero faz estreia tímida no Brasil

A arte tem o poder de nos colocar na pele dos outros e indiretamente ajuda a combater o preconceito. Deve ser por isso que tantas pessoas fogem dos livros, séries, filmes, teatro, exposições e por aí vai... É doloroso encarar o quanto somos limitados e podemos agir de forma preconceituosa quando não entendemos as limitações dos outros e não conseguimos enxergar além: ver que mesmo diante dos desafios, a outra pessoa não é só o que te incomoda.


No dia 26 de abril de 2018, mês de conscientização do Autismo, o filme Tudo Que Quero (Please Stand By) estreou nos cinemas do Brasil. Infelizmente não foram todas cidades que receberam o filme dirigido por Ben Lewin, com roteiro de Michael Golamco que se baseou na peça de Michael Golamco. Fazem parte do elenco as atrizes Dakota Fanning (Wendy), Toni Collette (Scottie) e Alice Eve (Audrey).

Só pelo trailer, dá para saber o que esperar do filme Tudo Que Quero. Dakota Fanning interpreta uma jovem roteirista que escreveu um roteiro inspirado nos personagens de Star Trek. Em termos de representatividade, o cinema ainda tem muito a melhorar, mas o que animou muita gente foi ver uma personagem autista. Geralmente, os personagens são homens, o que acaba disseminando ainda mais falsas ideias, como a de que poucas mulheres têm autismo, quando o que acontece é que muitas não conseguem ser diagnosticadas e aprendem a se camuflar (tem um texto sobre aspergers camaleões aqui no blog).

É uma pena que o filme tenha chegado a tão poucos cinemas. Fico na torcida para que chegue à Netflix (especialmente porque eles apostaram em uma série com essa mesma temática, Atypical) ou até mesmo à Amazon Prime Video em breve.

5 motivos para assistir Tudo Que Quero:


1) Entender os desafios que autistas de diferentes graus passam diariamente para se adaptar à sociedade neurotípica (não-autista). Ainda que muitos autistas tenham limitações, eles podem aprender e organizar suas rotinas e o processo fica mais fácil quando eles têm apoio e aceitação. No filme, Wendy está lutando pelo seu objetivo e um pouco de autonomia. Ainda que ela tenha um emprego ao qual ela tenha aprendido a se adaptar, mesmo sabendo que ela está lá só pelo dinheiro, ela não desiste de escrever.

2) Quantas mulheres autistas você já viu em obras de ficção? Geralmente, os garotos e homens são retratados. Existe um problema muito sério de falta de diagnóstico em garotas e mulheres, o que as tornam mais vulneráveis por causa da ingenuidade e da dificuldade de interpretar expressões. A ONU lançou como tema para 2018 o Empoderamento de Mulheres e Meninas Autistas e ressaltou que além da discriminação, exclusão e preconceitos, muitas mulheres autistas são vítimas de violência física, sexual e psicológicas. A falta de diagnóstico pode atrapalhar na identificação do próprio comportamento e como se defender de pessoas mal-intencionadas.

3) Autistas também podem ser escritores, artistas, atores e por aí vai... Há um estereótipo muito forte de que os autistas geralmente são da área de ciências e exatas. Embora o autismo só tenha sido identificado a partir de uma época, existem várias análises de personalidades que as pessoas achavam que eram esquizofrênicas, depressivas e bipolares (diagnósticos errados ou subdiagnósticos do autismo), que, na verdade, eram autistas.

4) Os dilemas da superproteção e da incapacidade de acreditar que autistas são capazes de coisas incríveis e coisas comuns. O filme toca em um ponto bem delicado: o da institucionalização – como algumas famílias deixam autistas em lugares de convivência com profissionais e outras pessoas com condições neurológicas diferentes e não os levam para casa, mesmo quando gostam, mas não conseguem lidar com os comportamentos.

5) A personagem de Dakota tem vários traços em comum com pessoas de diferentes graus do Transtorno do Espectro Autista (TEA). No trailer do filme dá para perceber a importância da rotina, como autistas têm facilidade de falar com pessoas mais velhas, a ingenuidade, a dificuldade de percepção espacial e de tempo, o hiperfoco (como autistas sabem muito sobre assuntos que os interessam), entre outros comportamentos que devem ser explorados (confira: comportamentos de aspergers adultos).


Assista ao trailer de Tudo Que Quero:



*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Assista ao vídeo mais recente publicado no meu canal do YouTube. Você também pode gostar da indicação de leitura:


Comentários

  1. Eu ainda não sabia desse filme, vi lá no seu Twitter e fiquei bem interessado! Acho que vou hoje mesmo ao cinema, aqui perto de casa a meia entrada está cinco reais!
    E é muito bom ver histórias que falam de pessoas com Asperger... as pessoas ao nosso redor não compreendem, acham que é tudo bobagem e muitas vezes nos acusam por simplesmente parecermos como qualquer outro e, ao mesmo tempo, não agirmos iguais aos outros.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Rafael! Fico feliz que ficou sabendo do filme pelo meu Twitter. Espero que goste. Procura na programação. Não são todos cinemas do Brasil que receberam o filme, infelizmente.
      Sim, esses filmes com representatividade de personagens autistas ajudam na tarefa de não ter que ficar lembrando o tempo inteiro que não é frescura, não é bobagem e por aí vai.
      Abraços

      Excluir
    2. Eu vi legendado, meu filho tem a síndrome de Asperge, Dakota tá incriinc

      Excluir
    3. Olá, Jaqueline. Realmente, a Dakota atuou muito bem!

      Excluir
  2. Bom dia!
    Aqui no Rio de Janeiro está passando?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Anônimo. O filme foi lançado em um período bem curto. Chegou a ser lançado no Rio de Janeiro, sim, mas chegou para poucos cinemas :(

      Excluir

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Volte sempre!

Mais lidas da semana