“Dez minutos da sua atenção”, era tudo o que ele pedia, sem imaginar o quanto o dia tinha sido horrível, sem imaginar que a qualquer momento poderia chorar. Dez minutos que poderiam mudar sua maneira de enxergar as coisas. Dez minutos para perceber que ele estava certo, que quando alguém queria te ver, a pessoa dava um jeito. Dez minutos para se reencontrarem após dois meses sem se verem. Foi andando encolhido até ele. Com vergonha de como estava uma bagunça naqueles dias. Com receio de suas intenções e de como reagiria a tudo aquilo. Dezembro havia sido um mês longo sem terapia e os dias após a virada do ano também não tinham sido os melhores. “Como era bom ser normal e poder fazer as coisas, sem ser visto como um sintoma”, pensou. Surpresas poderiam gerar mais ansiedade, tudo o que estava evitando naquele momento, mas se colocou no lugar do outro e mesmo com todos seus instintos dizendo não, cedeu ao inesperado pedido de visita. Era uma noite quente e por alguns minutos, quase t...
“Boas ideias vêm de acidentes felizes”. Com essa premissa, o curta de animação A Cloudy Lesson narra a história de um avô tentando ensinar o seu ofício de criação de nuvens para o seu neto. A história com um gostinho de nostalgia me fez refletir sobre a importância da técnica, de respirar bem e também de saber transformar imprevistos em oportunidades.
Assista ao curta de animação A Cloudy Lesson:
Quando era criança, me lembro das longas viagens de carro e de como além da música, as nuvens eram uma distração para mim. Era como se através dos seus formatos, elas contassem uma história. Mas o mais interessante é notar que nossa percepção se transforma a todo instante e as formas das nuvens também ganhavam outros contornos e significados.
Com sensibilidade e delicadeza, o curta mostra a paciência do avô ao instruir o neto e como o homem permanece observador e se maravilha com a descoberta do neto. Creio que, muitas vezes, dessa forma é preciso se posicionar diante do estado criativo, se deixar levar pelo fluxo e se permitir apreciar a arte final.
A liberdade criativa ajuda a balancear o excesso de autocrítica. O curta também me faz refletir sobre a importância da leveza, da respiração consciente e da intenção. O processo de criação pode ser mágico ou pode ser um pesadelo dependendo de como nos relacionamos com ele.
Embora a figura do mestre esteja presente na animação, é preciso levar em conta que o processo criativo pode ser bem solitário e para garantir sua existência contínua, se no processo de revisão e edição podemos ser mais críticos, quando estamos fervilhando de ideias, não podemos esquecer de sermos nossos próprios mentores e não cairmos na tentação de desistir no meio do caminho. Como diz a expressão, “feito é melhor do que um nada perfeito”.
Sobre a animação – Produzido no Ringling College of Art + Design, o curta foi dirigido e animado por Yezo Xue e design de som por Tom Lecher / Echo Boys.
Sobre a Ringling College of Art and Desing – Desde 1931, criativos de todos os cantos do mundo visitam a Faculdade de Artes e Design de Ringling para aprofundar, transformar e explorar suas paixões. Mais de 1.400 alunos são motivados pela necessidade de criar - e fornecemos as ferramentas para transformar a paixão em profissão: um corpo docente premiado, tecnologia de ponta e uma comunidade criativa e de apoio. Mais informações: https://www.ringling.edu/
Oi, Ben! Eu achei o seu texto excelente, e o curta é também bom demais. Faz refletir sobre vários aspectos da vida e de como a gente pode se adequar às dificuldades, sem perder a doçura e a criatividade. A importância de continuar sonhando com o inusitado e mesmo assim poder escutar os mais velhos, quando tantas pessoas não dão valor a conselhos, mas se fosse diferente, poderíamos, jovens e mais velhos fazer uma parceria incrível em favor de uma mundo mais colorido e mais justo para todas as idades e todas as ideias. Foi muito bom vir aqui! Grande abraço! Drica.
Oi, Drica! Muito obrigado pelo comentário, por assistir ao curta e tirar um tempo para ler o texto. Gostei muito das suas considerações. Espero que mais pessoas também possam refletir. Abraços
Oi, Ben!
ResponderExcluirEu achei o seu texto excelente, e o curta é também bom demais. Faz refletir sobre vários aspectos da vida e de como a gente pode se adequar às dificuldades, sem perder a doçura e a criatividade. A importância de continuar sonhando com o inusitado e mesmo assim poder escutar os mais velhos, quando tantas pessoas não dão valor a conselhos, mas se fosse diferente, poderíamos, jovens e mais velhos fazer uma parceria incrível em favor de uma mundo mais colorido e mais justo para todas as idades e todas as ideias. Foi muito bom vir aqui! Grande abraço!
Drica.
Oi, Drica!
ExcluirMuito obrigado pelo comentário, por assistir ao curta e tirar um tempo para ler o texto. Gostei muito das suas considerações. Espero que mais pessoas também possam refletir.
Abraços