Casas carregam histórias, memórias e fantasmas.
A Maldição da Residência Hill (The Haunting of Hill House) foi uma surpresa boa neste 2018. A série da Netflix estreou neste mês de outubro, época em que aumenta a procura dos telespectadores por histórias de terror e foi bem elogiada por escritores do gênero, como
Stephen King, e apreciada por telespectadores de diferentes lugares do mundo.
Com personagens bem construídos, a linha do tempo se divide entre a infância dos personagens na casa Hill e a vida adulta no presente. Como bom amante de histórias do gênero, apesar de ter adorado a atmosfera sombria, o elemento dramático e as experiências dos personagens e como eles foram influenciados pelo passado foi tão bem elaborado que foi o que me conquistou.
“The Haunting of Hill House revisado e remodelado por Mike Flanagan. Eu normalmente não me importo com esse tipo de revisionismo, mas isso é ótimo. Perto de um trabalho de gênio, realmente. Eu acho que Shirley Jackson aprovaria, mas quem sabe com certeza” – Stephen King
A inocência e a tranquilidade dos moradores da residência Hill são afetadas pelos acontecimentos estranhos. Imaginação, delírio, loucura, doença, pesadelo, trauma. Quem já leu
Escrita Maldita, sabe que adoro brincar com essas linhas e sobreposições entre o terror psicológico e o terror paranormal. Os roteiristas usam a circularidade temporal para dar mais profundida aos personagens e conseguem fazer cada episódio valer cada minuto, algo bem surpreendente para uma série, já que muitos filmes de terror conseguem ser mais impactantes do que narrativas seriadas.
Não é uma série para quem quer levar sustos, embora telespectadores mais sensíveis possam ficar com medo – muitos sites chegaram a divulgar que as pessoas que estavam assistindo A Maldição da Residência Hill tiveram ansiedade, insônia e/ou passaram mal –, mas é um drama sobre famílias, segredos, medos e como o tempo, a distância e as diferentes experiências de vida acabam os levando para caminhos diferentes e como ter crescido em uma casa com um passado sombrio e sua presença sobrenatural pode moldar as personalidades e destinos.
Apesar de entrelaçar bem as pontas da narrativa, A Maldição da Residência Hill termina com um gostinho de quero mais. A série dirigida por Mike Flanagan fez tanto sucesso que as pessoas estão se questionando se terá uma 2ª temporada e qual será o formato, se vai continuar se focando na história da família Crain ou se será uma espécie de antologia, se focando em outras tramas a cada temporada.
Os atores principais confirmaram interesse de participar de uma possível nova temporada. Segundo informações do
jornal Express, Michiel Huisman comentou que o futuro de A Maldição da Residência Hill depende da audiência e que uma das vantagens da Netflix é poder acompanhar se as pessoas estão assistindo ou não. O ator interpretou o personagem Steven Crain, o escritor que escreve um livro não só sobre o que teria acontecido a sua família em sua infância, como também investigou outros casos paranormais – o que daria uma boa oportunidade de continuar explorando tanto o núcleo Crain, como apresentando outras pessoas e locais mal-assombrados.
A Assombração da Casa da Colina, livro da escritora
Shirley Jackson que serviu de inspiração para o roteiro, foi publicado originalmente em 1959. O livro de terror gótico foi finalista de um prêmio nacional de livro dos Estados Unidos e considerado uma das melhores histórias de fantasma publicadas no século XX.
No Brasil, a edição mais recente da obra literária foi publicada pela
Editora Suma, em 2018, com tradução de
Débora Landsberg. Ficou curioso para ler o livro? Eu também!
Encontre o livro A Assombração da Casa da Colina (Shirley Jackson): https://amzn.to/2qxUQ25
Confira a sinopse do livro:
Considerada a rainha do terror por mestres como Stephen King e Neil Gaiman, Shirley Jackson cria uma obra perturbadora sobre a relação entre a loucura e o sobrenatural.
Sozinha no mundo, Eleanor fica encantada ao receber uma carta do dr. Montague convidando-a para passar um tempo na Casa da Colina, um local conhecido por suas manifestações fantasmagóricas. O mesmo convite é feito a Theodora, uma alma artística e sensitiva, e a Luke, o herdeiro da mansão. Porém, o que começa como uma exploração bem-humorada de um mito inocente se transforma em uma viagem para os piores pesadelos de seus hóspedes. Com o tempo, fica cada vez mais claro que a sanidade — e a vida — de todos está em risco.
"Nenhum organismo vivo pode existir muito tempo com sanidade sob condições de realidade absoluta; até cotovias e gafanhotos, supõem alguns, sonham. A Casa da Colina, desprovida de sanidade, se erguia solitária contra os montes, aprisionando as trevas em seu interior; estava desse jeito havia oitenta anos e talvez continuasse por mais oitenta. Lá dentro, paredes continuavam de pé, tijolos se juntavam com perfeição, assoalhos estavam firmes e portas estavam sensatamente fechadas; o silêncio se escorava com equilíbrio na madeira e nas pedras da Casa da Colina, e o que entrasse ali, entrava sozinho."
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror
Escrita Maldita, publicado na Amazon (disponível no Kindle Unlimited) e dos livros de fantasia jovem
Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no
Wattpad e na loja Kindle.
Eu gostei demais dessa série <3
ResponderExcluirNem tanto pelas cenas de sustos, mas pelo drama familiar e como tudo afetou na vida de cada personagem, mesmo na fase adulta =)
Sai da Minha Lente
Clayci, exato! Foi o que mais me marcou, embora tenha gostado também da atenção aos detalhes, como os diferentes fantasmas que aparecem de fundo nos episódios.
ExcluirAbraços