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Destaques

Confiar no processo

Há uma frase que dizem muito na internet sobre confiar no processo. Há também muitas pessoas que se questionam: “o processo sabe que estamos confiando nele?”. Quando estamos passando por um processo de mudanças talvez o que muitas vezes precisamos é de uma aceitação radical sobre os altos e os baixos da vida e entender que tudo acontece no seu tempo, mesmo que as pequenas ações pareçam sem sentido no momento. Aceitar-se como humano. Aceitar que terão dias bons e ruins. Aceitar que tentar é melhor do que desistir, mesmo quando bate uma vontade de jogar tudo água abaixo. Era confiando que havia algo maior por trás das pequenas coisas, que o processo se desenvolvia e se buscava aceitar as coisas como elas eram, mesmo com suas imperfeições. Parecia algo bobo, às vezes e até uma expressão usada de forma tão exagerada, que parecia perder o seu sentido, mas era confiando no poder de mudar as coisas, que tudo realmente acontecia. Ainda que o processo houvesse tentativas e falhas, a cada dia ia...

Vida de escritor: Da estreia até as desilusões de morar em um país de não-leitores

Foto tirada há seis anos. Minha estreia formal como escritor com meus dois primeiros contos publicados em uma coletânea com outros escritores gays.


Uns meses depois, fiquei entre os 33 pré-finalistas do prêmio SESC de literatura, dos 214 manuscritos de romances inscritos. O romance era sobre relacionamento abusivo e psicopata e decidi nunca publicar, mas sem essas pequenas vitórias, eu não teria me arriscado na jornada de escritor.

É muito engraçado ver o contato das pessoas com os livros de quem não entende de literatura. Muitas pessoas tentam encontrar você nos personagens ou encontrar rastros autobiográficos que nem sempre existem.

O brasileiro lê tão pouco, que comecei escrevendo histórias de terror e fantasia com temática LGBT e acabei abandonando ou ia morrer de fome. Com personagens LGBTQ ou não, os quais ainda incluo nas minhas histórias, permanece bem difícil ser lido no Brasil.

Alguns anos depois, essa editora fechou as portas. Eu cheguei a participar de algumas coletâneas de outras editoras, até seguir de forma independente e soltar meu romance Escrita Maldita na Amazon.

Foi em uma época que eu estava quase desistindo de ser autor no Brasil. O livro não foi finalista do prêmio Kindle, mas sou grato pelo interesse dos leitores.

Assim como acabei soltando o primeiro livro da minha série de fantasia, O Círculo completo no Wattpad, após um acidente e perceber que muitos leitores ficariam sem o final da história.

Do ano da primeira publicação pra cá, ainda continuo escrevendo, cheio de ideias e preso no mesmo velho problema: a dificuldade de ser escritor em um país de nao-leitores e de pessoas que menosprezam a cultura.


Uma vez, uma escritora e jornalista disse que ser escritor no Brasil era a profissão mais patética. De certa forma, ela não estava errada. Não por culpa dos escritores; ser autor é também ser promotor de cultura e da educação, pois falta base e interesse pela literatura de forma geral (não me refiro só aos clássicos, mas à diversidade de produção literária).

Então, o autor é cobrado de todos lados. Para muitos, é utopia viver só de escrita no Brasil. Alguns conseguem quebrar esse ciclo, mas exige um esforço de outro mundo e constante, em relação à vida de escritores que moram em países nos quais a literatura, a escrita e a ficção são mais valorizadas.

Grande parte dos projetos comerciais do Wattpad, por exemplo, não chegam ao país. Já sobre a experiência multimídia da escrita, nem preciso falar, né? Se publicar os livros já é complicado, não existe tanta valorização de adaptações para cinema, TV e plataformas digitais.

Ainda sobre a questão da leitura, o leitor é visto com estranhamento. Ler muito, na visão do brasileiro, é enganar. 'Ninguém consegue ler tudo isso', repete aquele que lê pouco, e não só por falta de tempo e condições financeiras, mas por falta de interesse mesmo. Enquanto o brasileiro lê por ano de 1 a 3 livros, se deixar, eu leio isso em um dia ou semana, dependendo da extensão e complexidade da obra.

Com raras exceções, muitos projetos literários são natimortos no Brasil e outros morrem sufocados pelo clima, histórico e tragédias educacionais, sociais e culturais.

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro, jornalista por formação e Asperger. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.



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