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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Felipe Neto: Influenciador digital e defensor da democracia participará de evento internacional sobre mídias sociais

A menos que você tenha entrado agora na internet, o nome Felipe Neto provavelmente não é estranho. Adorado e odiado, criticado e elogiado por pessoas de diferentes posições ideológicas, nos últimos anos, o influenciador digital brasileiro tem se interessado cada vez mais pelo debate sobre democracia, especialmente após ataques contra sua liberdade de expressão, seja por críticas ao Governo Bolsonaro ou por seus vídeos do YouTube.
Com mais de 13 milhões de seguidores no Twitter, mais de 13 milhões no Instagram e mais de 40 milhões de inscritos no seu canal do YouTube, Felipe Neto vai ser um dos participantes do DW Global Media Forum 2021, no dia 15 de junho de 2021, em um painel sobre como as mídias sociais têm conectado pessoas e ao mesmo tempo, dividindo sociedades.  

Em um vídeo divulgado pela edição espanhola do DW e em um texto publicado no site em inglês do jornal alemão, Felipe Neto conta de forma breve sobre o episódio de ataque à liberdade de expressão, no qual o produtor de conteúdo foi investigado com base na Lei de Segurança Nacional. Assim como milhares de brasileiros e até de estrangeiros, Felipe Neto chamou Bolsonaro de Genocida por causa de sua gestão da pandemia.

Não foi a primeira vez que Felipe Neto sofreu uma tentativa clara de censura. Ele também já havia sido investigado por suposta divulgação de material impróprio para menores em seu canal no YouTube, ambos pedidos com iniciativa com filho do Presidente, Carlos Bolsonaro. Felipe Neto não só ganhou o processo, como continua expondo sua insatisfação crescente, principalmente conforme avançam as investigações da CPI da Pandemia e se aproximam as Eleições 2022.

Sobre um dos processos, Felipe Neto declarou:

"A decisão proferida hoje pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro restabelece, ainda que depois de muito desgaste, a verdade e a justiça. Desde o início ficou claro que o objetivo era apenas me intimidar, me silenciar. É um escândalo que esse absurdo esteja acontecendo no Brasil. O Poder Judiciário felizmente vem agindo contra a perseguição político-ideológica que muitas pessoas estão sofrendo".

No vídeo do DW Español, o influenciador digital aparece batendo panela e também falou sobre a importância de não se manter o silêncio sobre as injustiças que têm acontecido. Enquanto jornalistas  e alguns artistas têm se pronunciado, muitos produtores de conteúdo e profissionais da área cultural têm mantido silêncio com medo de perder audiência.

Além de receber constantes ataques nas redes sociais, um episódio recente provocou indignação coletiva, no qual em um evento de apoiadores do Bolsonaro, uma criança pediu a prisão de Felipe Neto. “Uma criança, que não tem culpa de nada, grita que quer me ver preso. A turma responde aos berros de felicidade, enquanto o Presidente da República gargalha. Foi nisso que transformaram o nosso país. Vocês não fazem a mínima ideia da dor que é ler isso. Uma criança”, argumentou Felipe Neto.
Após o arquivamento do processo contra corrupção por corrupção de menores, Felipe Neto usou o Instagram para desabafar:

“A tentativa nojenta de me imputar um dos piores crimes da humanidade se encerrou hoje. A juíza do caso concordou com o parecer do Ministério Público, que informou que eu não cometi crime algum de corrupção de menores, pois nunca houve uma vítima sequer e eu nunca fiz nada nesse sentido. 

A alegação dos acusadores era de que eu teria cometido esse crime nojento apenas porque não colocava classificação indicativa de idade nos meus vídeos do passado. Ora, até hoje praticamente nenhum youtuber no planeta coloca classificação em seus vídeos. 

Foi um golpe baixo, sujo, horrível. Muitas pessoas acreditaram e acham que eu sou um corruptor de menores. Por isso, preciso de ajuda de vocês. Espalhem essa matéria, espalhem a verdade, eu peço do fundo do meu coração. Nós sempre vamos vencer!”.

Aos 33 anos e com milhões de seguidores, Felipe Neto tem se posicionado sobre a importância de denunciar o autoritarismo. Em maio de 2021, ele lançou um projeto com a proposta de ajudar pessoas vítimas de abuso de autoridade contra a liberdade de expressão e defender a democracia. O Cala Boca Já Morreu conta com o apoio de alguns escritórios de advocacia.

“Se você está sendo investigado criminal ou administrativamente por ter expressado uma ideia ou criticado uma autoridade pública, e não encontrou meios, públicos ou privados, para se defender, o Cala Boca Já Morreu vai ajudar na sua defesa e, se o caso, provocar o Ministério Público competente para apurar eventual abuso por agente público”, diz um trecho do texto do site. 
Em 2020, Felipe Neto foi eleito pela Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em maio de 2021, ao lado de outros artistas e figuras públicas, como Xuxa, Julia Lemmertz, Raduan Nassar, Fábio Porchat e Walter Casagrande, o site Vidas Brasileiras foi lançado e já conta com a assinatura de mais de 700 mil pessoas que desejam apoiar o pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. 

Confira um trecho do texto dos responsáveis pelo Vidas Brasileiras: 

“Das mais de 440 mil mortes até 20 de maio provocadas pela Covid-19, muitas poderiam ter sido evitadas se o governo federal tivesse tomado decisões baseadas na ciência, com ações e estratégias de saúde pública e coletiva e com uma visão de apreço pelo ser humano.

O presidente Jair Bolsonaro desprezou a gravidade da doença, insistiu na propaganda da cloroquina e de remédios para “tratamento precoce” sem eficácia comprovada, desdenhou do uso de máscaras, estimulou o desrespeito à quarentena e ao distanciamento social”. 

Embora muitos não saibam, por trás de tantas polêmicas que costumam colocar Felipe Neto nos holofotes, ele também foi um dos idealizadores e cofundadores do Instituto Vero, junto com o ex-jogador profissional de voleibol Marcus Vinícius e com o advogado e cientista social Caio Machado.

O Instituto que reúne vários pesquisadores e influenciadores digitais também têm como meta proteger a democracia no território online e ajudar no combate à desinformação, tornando a internet um ambiente mais saudável para todos. 

Para quem gosta de livros, nos últimos tempos Felipe Neto tem deixado indicações nas redes sociais, entre as leituras mais recentes: A Dádiva do Amor, do Martin Luther King Jr

Em uma das reflexões de sua leitura sobre o ativista político, Felipe Neto fala sobre o ego e diz no Twitter que pretende focar mais no aprendizado do que no reconhecimento. “Se você já tem uma opinião formada sobre mim, dificilmente abrirá espaço para descobrir que eu não sou hoje o que era ontem. Nem serei amanhã aquilo que sou agora”, explica.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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