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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Os Dois Morrem No Final: Livro narra últimas horas de dois jovens que descobrem que morrerão

Desde questões ordinárias do cotidiano até as mais emocionais e existenciais, a literatura proporciona um ótimo exercício de imaginação seja sobre si mesmo ou sobre o outro, em uma espécie de jogo duplo. No livro Os Dois Morrem No Final, o leitor vivencia as últimas 24 horas de dois jovens que descobrem que vão morrer, embora não saibam como. A obra do autor Adam Silvera foi publicada no Brasil em 2021, pela editora Intrínseca, com tradução de Vitor Martins.

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O que você faria se recebesse uma ligação alertando que essas são suas últimas 24 horas de vida? Neste universo ficcional criado por Adam Silvera, os cidadãos contam com um serviço chamado Central da Morte que faz esse trabalho de avisar o que eles chamam de terminantes, de forma que possam utilizar bem seus últimos momentos.

Entre a nostalgia de tudo o que gostariam de experimentar novamente e a angústia sobre tudo o que gostariam de ter feito e não houve tempo, Mateo e Rufus se conhecem por meio de um aplicativo que reúne pessoas passando pela mesma experiência. Diante da situação um tanto mórbida, outros aplicativos e serviços foram criados com diversas finalidades, especialmente proporcionar desde amizades e sexo antes de morrer até simulações de viagens, passeios e atividades de aventura.

Embora a premissa do livro seja muito boa, após ler tantos comentários positivos, confesso que a experiência foi um pouco frustrante: esperava mais, muito mais. Por abordar temas relacionados à morte e a oportunidade de desfrutar dos últimos momentos – algo que fora do mundo ficcional, ninguém sabe com certeza quando será a última vez em que vai respirar, a ponto de poder se preparar e fazer o que tem vontade –, mesmo que o livro seja voltado para um público mais jovem, senti falta de algo mais envolvente e até profundo, sem necessariamente se tornar algo maçante ou que fosse desestimular o público-alvo.

Do ponto de vista tecnológico, é interessante acompanhar como a sociedade acabou se moldando para compartilhar esses momentos com os outros e até mesmo dando uma espécie de guia para aqueles que ficam tão paralisados com a notícia de que vão morrer, que não sabem como agir. Assim como aqueles que não têm companhia ou por qualquer outro motivo estão à procura de alguém para passar a data juntos, podem se conectar tanto com quem também é terminante, como com quem não vai morrer, mas também se cadastrou no aplicativo.

Para quem gosta de trechos chamativos, também não há nenhum que chamou a minha atenção o suficiente para sentir vontade de compartilhar ou ficar gravado na memória, como acontece, por exemplo, com livros do David Levithan – destinado ao mesmo público-alvo. Pelas partes dos personagens principais terem sido escritas na primeira pessoa, havia um impacto emocional que se tivesse sido melhor explorado, tornaria a história inesquecível: como toda leitura é subjetiva, talvez para alguns o livro tenha sido marcante, infelizmente, para mim, não foi assim.

Se há uma coisa que dá para tirar de lição do livro é de que, mesmo quando anunciada, a morte é uma surpresa impactante e aquilo que nem é tão desconhecido, mas nem sempre lembrado: muitas pessoas só valorizam o tempo quando não há tempo suficiente, assim como deixam de fazer muitas coisas que gostariam, seja por questões internas ou externas e quando a ficha cai sobre a finitude da vida diante da proximidade da morte, a inevitável frustração pode tomar conta ou há quem consiga ressignificar e aproveitar esses momentos. 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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