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Destaques

Ser lembrado por um leitor

Há algo encantador em ser lembrado por um leitor, como se de alguma forma estivessem conectados pelas palavras, mesmo com o passar dos anos. Havia algo reconfortante em saber que um leitor aguardava um livro novo. Tantas coisas tinham acontecido na vida após a publicação do último livro. De alguma forma, era como se tivesse se tornado outra pessoa. Estaria mentindo se dissesse que ainda não escrevia, mas nem sempre tinha energia ou foco para tal, já não era mais como antigamente quando conseguia prever quando iria terminar de escrever um livro. Um simples e-mail poderia fazer um escritor feliz e trazer uma dose de esperança de que em algum lugar do mundo, havia um leitor ansioso e animado com a possibilidade de um novo livro. Poucas sensações eram tão boas para os escritores. Só tinha como agradecer, ainda que em forma de texto aberto. Leitores, muitas vezes, são lembretes de que os livros importam. Escritores, em muitas situações, precisam deste lembrete constante para vencerem as dif...

Criminologia: Mais Atiradores em Massa sexualmente frustrados do que se imaginava

Frustração sexual é um dos elementos discutidos quando casos de tiroteios em massa são divulgados pela mídia. O professor da Universidade do Alabama e criminologista Adam Lankford e pesquisador de tiroteios em massa, terrorismo, violência na escola e mídia e crime, Jason R. Silva publicaram, em agosto de 2022, uma pesquisa no qual ele comenta que entre os tiroteios em massa mais mortais estão assassinos sexualmente frustrados, como no caso Columbine (1999), Sandy Hook (2012) e Orlando (2016).

“Atiradores em massa sexualmente frustrados mataram significativamente mais vítimas do sexo feminino do que outros criminosos, e eram mais propensos a serem misóginos, criminosos sexuais, abusadores domésticos e buscadores de fama. Eles também têm um perfil distinto”, declarou Adam Lankford em seu Twitter.

Analisando 178 casos de atiradores de massa que cometeram os crimes entre 1966 e 2021, o criminologista afirmou que muitos dos que eram sexualmente frustrados geralmente eram jovens, do sexo masculino, não eram casados, não tinham filhos e estavam desempregados. Além disso, declarou que traços como a masculinidade tóxica e melhor orientação para jovens poderia ajudar a reduzir este tipo de ameaça criminal. 

Embora os Incels tenham sido pesquisados, já que alguns atiradores em massa eram assim e tinham discursos de misoginia, Adam Lankford e Jason R. Silva lembram que eles representam só uma fração dos casos. O criminologista ressaltou que muitos desses atiradores não participavam de comunidades de Incels, tampouco conhecia suas linguagens.

“Ninguém comete assassinato de massa somente pela frustração sexual, mas parece um fator pouco estudado”, lembrou Lankford e Silva, citando que o elemento estava presente em alguns dos casos criminais recentes.

A pesquisa procurou analisar os diferentes perfis, comportamentos e vítimas entre os assassinos em massa que eram frustrados e os que não eram. O resultado foi surpreendente: segundo Lakford, quase 1/3 dos atiradores em massa dos Estados Unidos tinham problemas de frustração sexual

Outro achado interessante foi a de que diferente de criminosos que tem como gatilhos ressentimentos, como términos recentes, os que eram sexualmente frustrados não tinham maior probabilidade de sofrerem com isso do que outros assassinos. Logo, embora ambos criminosos possam ter masculinidade tóxica, ambos estão separados pela frustração sexual ou não.

O criminologista afirma que a pesquisa pode levar a novas pesquisas, até mesmo em escolas e de análise de eventos e atiradores. Mais do que gerar mais conhecimentos para entender as mentes e comportamentos desses criminosos, a pesquisa poderia ajudar com a prevenção de mais crimes e violência. Outros elementos citados são acesso aos serviços de saúde mental, menos acesso às armas de fogo e mais suporte de amigos e familiares, bem como lidar com a frustração sexual. 

Link da pesquisa: https://drive.google.com/file/d/1K42L4TFCnv3mrkO7jugrtk9hQBcxnORu/view 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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