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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Feministas Lutam Contra Crimes de Deepfakes Sexuais na Coreia do Sul

Um pouco antes da prisão de Pavel Durov (Telegram) em Paris, França, um assunto chocante e triste sobre crimes digitais na Coreia do Sul começou a viralizar no X/Twitter e em outras redes sociais nos últimos meses. Uma feminista coreana alertou sobre algo que já não era incomum, mas que estava se repetindo: o uso de deepfakes com propósitos sexuais, afetando desde garotas do colégio e adultas, até celebridades, cantoras do K-pop e atrizes de K-dramas.

A reação dos fãs de artistas e também de outras feministas e pessoas incomodadas com os crimes digitais foi de enviar mensagens em massa para as empresas, pedindo para que representantes legais protegessem os artistas. 

Por meio do uso de mapa da Coreia do Sul, feministas conseguiram marcar quais colégios tinham vítimas dos crimes virtuais e sexuais, servindo como um alerta para famílias e autoridades. Embora os mais afetados por grupos de Telegram fossem da Coreia do Sul, feministas alertaram que a tendência poderia se espalhar para os países asiáticos ao lado e para o resto do mundo, tendo planejado um protesto em setembro para cobrar as autoridades sobre os crimes.

Com milhares de usuários participando dos grupos de Telegram na Coreia do Sul e também de diferentes partes do mundo, o movimento feminista sul-coreano está tentando chamar a atenção para os casos e torcendo para que o país seja o primeiro a ter leis que punam de forma mais rígida e servir como exemplo para o resto do mundo.

Mesmo com o pronunciamento do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, no qual ele pediu para que os casos fossem investigados para erradicá-los, a pressão dos jornalistas, autoridades e usuários das redes sociais não deve diminuir até os problemas serem solucionados. Chegou ao ponto em que estudantes das escolas estão expondo suas colegas e professoras e por muitos serem menores de idade serem punidos com a expulsão do colégio.

Com a divulgação do caso pelos jornais e portais coreanos, ao invés de o caso gerar muita repercussão social, escândalos e fofocas de ídolos/celebridades ganharam mais destaque do que os atos de crime digital sexual. Embora a Coreia do Sul esteja em destaque cada vez mais por sua música, dramas e até literatura, dando a impressão de que são progressistas, o país ainda é muito conservador, especialmente contra feministas.

Por meio de contas para protegerem suas identidades, as feministas sul-coreanas fizeram a notícia circular não só nas redes sociais traduzindo os conteúdos do coreano para o inglês, mas conseguiram fazer com que o conteúdo traduzido se tornasse pauta não só de jornais asiáticos – países com vítimas em potencial –, mas jornais de diferentes partes do mundo, aumentando a pressão internacional para que os grupos de Telegram e seus usuários sejam criminalizados por usar inteligência artificial para alterar rostos de menores de idade, pessoas comuns e celebridades em conteúdo sexual.

Uma de tantas empresas que faz parte do mundo do entretenimento, a YG Entertainment publicou uma nota nas redes sociais dizendo que estão trabalhando e monitorando as atividades ilegais e que devem entrar na justiça contra os que estão usando conteúdo deepfake inapropriado envolvendo seus artistas, entre eles: Blackpink, BabyMonster e 2NE1. Outras empresas também têm se manifestado, especialmente após os pedidos de fãs.

Por medo de que possam se tornar vítimas dos crimes, muitas coreanas estão removendo suas fotos e tornando seus perfis privados nas redes sociais, visto que a situação está fora de controle. Os casos de misoginia acabam revelando uma nação bem diferente daquela representada nos dramas coreanos e mostrando a importância do feminismo, cujas apoiadoras também se tornam vítimas de exposição e ódio gratuito.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Comentários

  1. This article sheds light on the critical efforts of feminist groups in South Korea to combat the rising issue of sexual deepfake crimes. It highlights the social, legal, and cultural challenges they face while advocating for stricter laws and societal awareness. A compelling narrative on activism and the fight against digital exploitation.

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