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Destaques

Últimos meses

Escrevia para se dar conta do quanto havia mudado nos últimos meses. O cigarro, que antes julgava impossível de abrir mão, agora havia ficado no passado. Relacionamentos que pareciam durar, agora não estavam no presente. Novos relacionamentos ganhavam espaço e vida dia após dia. Fizera as pazes com o passado quando aceitara que já tinha cumprido seu papel. Entre abrir mão e aceitar que estava tudo bem não fazer parte da vida do outro, a vida acontecia. A frustração de achar que as coisas seriam diferentes. A repetição de padrões problemáticos. A pergunta: por que aceitar o inaceitável? A mudança que era sustentada dia após dia, até parecer que o passado já não incomodaria. Era ao aceitar que não tinha controle sobre tudo. Era ao entender que aceitar ajuda dos outros e não precisava carregar tudo sozinho. Era ao se dar conta de que o que algum dia fizera sentido, agora poderia não fazer. Dia após dia, seguindo em frente, mesmo quando parecia que nada estava acontecendo. Se dera conta de...

De volta ao tapete de yoga

No tapete de yoga tudo pode acontecer, inclusive nada, e isso não deixa de ser uma maravilha. Após anos longe de uma prática de yoga, o corpo vai lentamente se acostumando às posturas. Coisas que antes pareciam fáceis por conta de anos de prática, voltam a se tornar desafiadoras e há certo conforto em saber que você não está competindo com ninguém, além de si mesmo.

A primeira aula pode parecer algo fora deste mundo. Mesmo sabendo o que esperar, as mãos ficam frias, as pernas parecem mais rígidas que o comum e tudo pode se tornar uma oportunidade de reaprender, refazer o caminho, como entrar o espaço de volta para casa e se deixar entregar ao universo.

Passo a passo, seguindo as orientações do instrutor de yoga, o corpo é estimulado a ir se abrindo. De repente, a postura que você achou que não ia conseguir fazer, se torna algo natural, como respirar. 

Inspira o ar lentamente e deixa o ar ir. Respirar parece tão simples, mas se torna algo prazeroso quando se está no tapete de yoga, como um bálsamo para a alma. É o que dá ritmo para o corpo enquanto se estica de um lado para o outro. Como mergulhar em uma onda e se reerguer depois como uma palmeira.

Retornar ao tapete de yoga tem seu preço. A flexibilidade não só física, mas também mental vai sendo exercitada. A respiração se torna o instrumento número um junto com o corpo, ambos alinhados para um propósito maior. Crescer, abrir, expandir, curar…

É impossível sair de uma aula de yoga sem notar as diferenças do início, meio e final da prática. Cada pequeno movimento se transforma em uma junção de ações que transformam o corpo de dentro para fora e a mente? Já dizia o pensador: A mente que se abre não volta ao mesmo estado.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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