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Destaques

Aceitação radical

Algo dentro dele havia virado antes mesmo da meia-noite. Não cometeria os mesmos erros, tampouco não criaria esperança onde não havia espaço. Ia viver no aqui e agora. Era no presente que permitia deixar as coisas acontecerem. As respostas que buscavam não estavam no passado nem no futuro, mas naqueles breves momentos em que se sentia conectado no aqui e agora.  Então, lentamente, foi desviando o rumo de como as coisas tinham sido no ano passado e se permitindo a construção de um novo eu, uma nova versão de si mesmo a qual evitaria cometer os mesmos erros. Foi, então, se despedindo da velha versão de si mesmo. Foi deixando a ferida sangrar e também permitindo que algumas tinham sido curadas. Foi vivendo no presente e aceitando que não tinha as respostas para tudo. Então, os dias iam passando. Já não sentia vontade de entender o que nem sempre precisava de explicação. Já aceitava de forma radical e se permitia viver uma vida diferente das outras que já vivera. Já reescrevia a histór...

De volta ao tapete de yoga

No tapete de yoga tudo pode acontecer, inclusive nada, e isso não deixa de ser uma maravilha. Após anos longe de uma prática de yoga, o corpo vai lentamente se acostumando às posturas. Coisas que antes pareciam fáceis por conta de anos de prática, voltam a se tornar desafiadoras e há certo conforto em saber que você não está competindo com ninguém, além de si mesmo.

A primeira aula pode parecer algo fora deste mundo. Mesmo sabendo o que esperar, as mãos ficam frias, as pernas parecem mais rígidas que o comum e tudo pode se tornar uma oportunidade de reaprender, refazer o caminho, como entrar o espaço de volta para casa e se deixar entregar ao universo.

Passo a passo, seguindo as orientações do instrutor de yoga, o corpo é estimulado a ir se abrindo. De repente, a postura que você achou que não ia conseguir fazer, se torna algo natural, como respirar. 

Inspira o ar lentamente e deixa o ar ir. Respirar parece tão simples, mas se torna algo prazeroso quando se está no tapete de yoga, como um bálsamo para a alma. É o que dá ritmo para o corpo enquanto se estica de um lado para o outro. Como mergulhar em uma onda e se reerguer depois como uma palmeira.

Retornar ao tapete de yoga tem seu preço. A flexibilidade não só física, mas também mental vai sendo exercitada. A respiração se torna o instrumento número um junto com o corpo, ambos alinhados para um propósito maior. Crescer, abrir, expandir, curar…

É impossível sair de uma aula de yoga sem notar as diferenças do início, meio e final da prática. Cada pequeno movimento se transforma em uma junção de ações que transformam o corpo de dentro para fora e a mente? Já dizia o pensador: A mente que se abre não volta ao mesmo estado.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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