Pular para o conteúdo principal

Destaques

Algoritmos

Algoritmos. Algoritmos às vezes nos mostravam o que não queremos ver. Quando menos nos damos conta estamos diante da recomendação de um conteúdo ou recomendação para seguir de alguém que já não faz parte da nossa vida há anos. Os anos passam, mas é como se os algoritmos não se atualizassem: é quase como se ele nos prendesse ao passado. Algoritmos não eram necessariamente bons ou ruins, mas causavam impacto nos nossos comportamentos. De repente, basta um simples conteúdo para dar um gatilho sobre o que você viveu com alguém do passado. Chega a ser engraçado como os algoritmos falham. Muitas pessoas comentam: eu sei que essas pessoas estão no Instagram (ou qualquer outra rede social), eu só não quero adicionar elas. Os algoritmos seguem sem a nossa vontade. Eles não sabem as histórias que aconteceram fora dos bastidores das telas, não sabem muito sobre o contato humano. Ainda que cause um incômodo e que o algoritmo recomende alguém totalmente diferente do que você esperava: às vezes é me...

O Prazer de Rever uma Série Favorita

Poucas sensações são tão boas quanto a de rever uma de suas séries favoritas após muitos anos terem passado desde que ela foi encerrada. Há algo poderoso na nostalgia e em relembrar tantos momentos passados assistindo ela que torna a atração quase perfeita, especialmente quando não se encontram filmes e séries atuais que tenham feito tanto sucesso quanto.



Após mais de dez anos, me aventurei a rever Dexter e me dei conta de quanto a série é revigorante, conseguindo captar a atenção mesmo depois desse tempo todo e podendo facilmente competir com séries dos dias atuais.

Um assassino que passa seus dias camuflado como um agente de perícia de sangue da polícia e consegue encontrar tempo para matar suas vítimas, seguindo seu próprio código de conduta. As cenas de crime e como ele trabalha com elas é fascinante, e mesmo com tantos anos após sua gravação, conseguem se manter frescas na memória.

Em um tempo em que somos impulsionados a sempre assistir algo novo, às vezes assistir algo que já gostou pode valer a pena. Afinal, os formatos das séries mudaram ao longo dos tempos, muitas vezes mais curtas e com menos orçamentos do que costumavam ter, e nem sempre é possível encontrar algo que desperta a atenção.

Levado pelo poder da nostalgia, tenho devorado os episódios, e mesmo com eventuais problemas de memória, fico com a sensação de familiaridade com o elenco e consigo relembrar cenas que pensei que jamais relembraria.

Assim se vai o tempo. Poderia estar assistindo algo novo, mas optei pelo velho. E não só com séries, recentemente tive a surpresa de rever Pânico 1 (Scream 1) e Pânico 2 (Scream 2), e a sensação de nostalgia foi prazerosa demais. “Qual é o seu filme de terror favorito?”, dois filmes cheios de metalinguagem e que deixaram sua marca na história, a ponto de que em breve poderemos assistir Pânico 7 (Scream 7).

As memórias da época em que assistiu pela primeira vez são acessadas quando revemos algo antigo. É como se você temporariamente viajasse no tempo e o prazer de lembrar de como as coisas eram tornam tudo mais divertido: como num jogo de memória, você se lembra do que vai acontecer e mesmo assim consegue sentir a euforia de como se fosse a primeira vez. É quase como se reapaixonar por alguém que conhecia há anos.

Para alguns pode parecer perda de tempo, afinal, com tantas séries sendo lançadas, por que perder o tempo revendo uma antiga? A verdade é que nem sempre o novo nos desperta o desejo de assistir. As coisas podem ter mudado no mundo na última década, mas algumas coisas sempre permanecem boas. 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Mais lidas da semana