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Destaques

Para onde vão todas coisas que não dissemos?

Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em pri...

Nostalgia Agridoce

Uma mensagem e milhares de memórias. Como é possível que uma conversa desperte uma nostalgia agridoce, de dias bons e ruins. Às vezes tudo o que basta é um toque para dar início a uma onda de sensações, e se deixar levar para um lugar especial, onde você se sente seguro de tudo e todas coisas, exceto de si mesmo, quando você sente que abriu mão do controle e se permite viver o momento presente, sem passado e futuro.

Quando tudo começou? Quando tudo vai terminar? Você se vê sedento por respostas que não existem. O passado dá uma sensação de leveza e até mesmo euforia, de dias que se foram e ficaram na memória, mas o desafio está em manter o presente vivo e não se perder pela série de “e se” que costumam vir acompanhados com as preocupações com o futuro.

Uma mão segura a outra, ignorando todas pessoas ao redor, tornando um momento único. Quanto tempo vai durar? Terei coragem de continuar segurando a mão? Abro um sorriso e tento disfarçar a vergonha. Por uns instantes, tudo parece natural, como se as mãos fossem se encaixar seja mais cedo ou mais tarde.

O que para mim parecia um ato espontâneo, para ele, havia uma estratégia por trás. Ele sabia o que dizer, quando dizer, o que fazer e como tentar me arrancar da concha que eu havia vivido por anos. Bastava um simples encontro para ele conseguir trazer à tona quem eu costumava ser, antes de anos de reclusão. Era como se ele soubesse quais botões apertar e como me deixar mais confortável, ao mesmo tempo, me puxando para o desconforto fora da minha zona de conforto.

Respiro e deixo a ansiedade não tomar conta. Um encontro pode significar muita coisa, mas também pode não significar nada após alguns dias. Talvez essa seja a dor e a beleza da nostalgia agridoce, como uma rápida viagem no tempo, que você não sabe se vai voltar em segurança, pois nada é garantido, somente o momento presente.

De repente, a nostalgia se confronta com o presente. Duas imagens encaram duas imagens: são duas pessoas do passado e do presente. Quando o encontro chega ao fim, as linhas voltam a se distanciar e algumas coisas estão diferentes, outras iguais, mas nada será como era antes.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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