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Destaques

Caixa de Pandora

Caixa de Pandora. Quase todos nós temos uma Caixa de Pandora, que uma vez aberta, é difícil de fechar. Como esconder as memórias que vêm à superfície de forma que elas não te machuquem? Às vezes tudo o que você precisa é de tempo, para que as coisas voltem ao seu lugar. Se as coisas vêm à tona durante uma sessão de terapia, pelo menos você está em um espaço livre de julgamento. Às vezes, basta uma frase ou um gatilho para memórias indesejadas aparecerem e mesmo com o passar dos anos, é como viajar no tempo e reviver coisas que gostaria de ter esquecido. Uma vez aberta a caixa, leva um tempo para que tudo vire memória de novo e volte para o subconsciente. Às vezes, mesmo contra nossa vontade, precisamos lembrar, para então esquecer de novo. Por fora, tudo parece igual. Por dentro, tudo fica diferente durante um tempo, até que o passado volte a ser passado e você retorne ao momento presente. O subconsciente guarda seus mistérios e nunca se sabe quando algo do passado tentará retornar ao ...

O Romântico Incurável e o Cético Se Encontram

Um romântico incurável e um cético se encontram. Tudo pode acontecer, inclusive nada. Será possível encontrar um lugar no meio do caminho, onde os dois estejam aproveitando o momento presente?

Você encara a tatuagem no braço dele e pergunta do que se trata: ele responde que a tradução significa “Nada dura para sempre” e ele cita exemplos, te pedindo para dar um exemplo de algo que durasse para sempre. Você fica em silêncio, como se estivesse concordando, mas tudo o que você consegue pensar são em como pequenos momentos podem ser infinitos e não importa quanto tempo real dure um relacionamento, ele pode ser de alguma forma para sempre.

Encarar o ceticismo te cobra um preço. Você levanta a guarda, como se os dois estivessem em uma espécie de jogo de estratégia e você não quer revelar suas peças até ter certeza de que o que estão vivenciando é algo concreto.

No terreno das indefinições, você não sabe o que dizer, quase como se tivesse que guardar as palavras, enquanto ele tenta arrancá-las uma a uma, como um expert que sabe o que está fazendo. Enquanto para você, tudo é tão novo que as borboletas no estômago ficam selvagens, você quer de alguma forma a garantia de alguma definição, algo que talvez não vá ter.

Você pensa que prefere estar com alguém com quem pode se abrir normalmente, sem ter medo de que isso significará que a pessoa vai partir no dia seguinte, traumatizado por uma péssima experiência que teve dias antes de conhecê-lo.

Tudo o que você quer é ser humanamente imperfeito e ser acolhido de alguma forma. Você olha pela janela, o sol está se pondo, “Ele estaria aqui, mas por qual motivo?”. Ele responde se tudo precisa ter um motivo. Mais uma vez, a mente mergulha na confusão e você sente um alívio por ter desmarcado, como sua intuição estivesse te alertando para ir com calma quando alguém deixou suas intenções claras desde o início.

Por que não deixar as coisas acontecerem no ritmo natural? Por que alguém sem expectativas quer me ver? Nada dura para sempre pode ser um lembrete existencial, mas também pode significar a importância de aproveitar ao máximo os momentos enquanto eles duram, torná-los de alguma forma infinitos. 

De repente, são duas pessoas diferentes presas no mesmo corpo. Você não sabe com qual delas está lidando. Você é uma exceção ou só mais uma pessoa disposta a jogar um jogo? Tudo o que você consegue pensar era que nessa velocidade só havia um destino final: a rápida conexão emocional, seguida por um salto de paraquedas.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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