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Destaques

Bobeira

Bobeira era perder o sono por coisas tão unilaterais. Bobeira Em um universo de inutilidades, talvez tenha se agarrado ao que mais o faria sofrer. As coisas já não estavam em sintonia há um ano, mas havia uma parte que queria manter viva. De repente, não estarem juntos parecia o melhor. De repente, poderia parar de lutar contra e simplesmente aceitar as coisas como elas são. Ria da própria ingenuidade. Se surpreendera com a própria fragilidade. No final das contas, não só o outro, mas ele também havia cruzados limites. Descansava na esperança do coração ir se reconstruindo dia após dia. Entregara os pontos e sacudira a bandeira branca. Tudo o que precisava do outro era paz. Uma paz que nem sempre era evidente, como se fossem uma espécie de nêmesis um do outro. *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror  Escrita Maldita , p ublicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano:  O Círculo (Vol.1)  e  O Livro (...

Fogos de artifício no peito

Enquanto os fogos de artifício explodiam no céu, dentro do peito algo também explodia. A mensagem que havia esperado durante anos havia chegado e com ela, tudo aquilo que havia receio em ler.

Palavras que mesmo contidas eram capazes de machucar. Lia, relia e relia, enquanto o barulho no céu se misturava ao som das batidas do coração. Era o timing perfeito. Precisava de uma resposta, mais uma oportunidade de cair na realidade e apesar de ficar insatisfeito e frustrado, sabia que tudo o que poderia fazer era respeitar o desejo do outro.

Entre memórias felizes e outras não tão felizes, apesar dos anos terem passado, continuava nutrindo sentimentos, como se tivesse congelado no tempo. Sua parte racional sabia que não era saudável, mas sua parte romântica fantasiava que algum dia iriam voltar a se falarem.

Então, depois de tanto engolir as emoções, decidira colocá-las para fora: em vez de explodir, temia implodir. Palavras que para ele nada significavam, como se eu estivesse falando em outra língua, de outra pessoa – não de quem ele era.

Muitos e muitos anos se passaram, mas o arrependimento de como as coisas foram no final nunca o haviam abandonado. Se ao menos pudesse voltar no tempo e fazer tudo diferente. O futuro era completamente incerto e o presente marcado por uma ausência que era sentida e tentava se reconfortar dizendo que se era o melhor para ele, pois que fosse assim.

Fez uma pausa para olhar os fogos queimando no céu. Era assim que seu corpo sentia sempre que pensava nele. O fogo foi iluminando, em seguida tudo o que conseguia ver era o céu de estrelas. Por alguns minutos, o coração havia pegado fogo, até virar faísca e tudo ficar frio e escuro.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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