Pular para o conteúdo principal

Destaques

Livros que encantam

No Dia Nacional do Livro havia encerrado uma leitura. Surpreendera-se com a leitura do livro Estúpido Cupido. Se pudesse dizer uma única coisa sobre o livro nacional seria: leia e descubra.   Há livros que nos encantam capítulo por capítulo. Há livros que terminam nos deixando com gosto de quero mais. Há livros que não prometem nada, mas entregam tudo. O dia era ótimo para refletir a importância do incentivo à leitura. Em uma época em que a atenção está cada vez mais disputada e muitos preferem pesquisar com auxílio da inteligência artificial, há quem tenha desistido de ler direto da fonte: dos livros. Espero que o amor pela leitura permaneça. Espero que os leitores continuem lendo por entretenimento, não só coisas sérias. Que a leitura se revele como muito mais do que ela é e os outros saibam valorizar. Eram em dias assim em que pensava na importância de escrever, na importância do que seus próprios livros causavam nos leitores. Eram em dias assim em que sorria por ser escrit...

Sisyphus: Drama coreano sobre viagem no tempo

Se você pudesse viajar no tempo e evitar uma guerra nuclear que fosse devastar seu país, você iria? Assim é a trama de Sisyphus, um drama coreano sobre viagem no tempo e desenvolvimento de tecnologias que mudariam a humanidade para sempre, como uma máquina capaz de enviar coisas e pessoas para determinadas épocas.

Com o título que lembra o mito de Sísifo, é impossível não pensar como alguns fatos são quase impossíveis de serem mudados sem gerar alguma alteração no tempo. O que muitos acreditavam ser irreal, de repente se transforma na única esperança da jovem Seo Hae.

Confesso que é difícil não assistir a série sem pensar nos impactos da tecnologia para a sociedade. Enxergar uma Coreia do Sul devastada pela guerra, repleta de ar impuro e insalubre, na qual os poucos sobreviventes continuam lutando para conseguir alimentos, remédios e armas.

Diferente de muitos dramas coreanos, o foco da série não está na construção de romance entre os personagens principais, mas nas cenas de ação e de reflexão sobre os impactos da tecnologia e da guerra, como uma possível onda de migração de pessoas vindo do futuro e tentando reconstruir suas vidas no passado/presente e os impactos na sociedade.

Com uma agência que persegue, prende e assassina pessoas que vieram do futuro, um discurso parecido com aquele de xenofobia se repete, a de que essas pessoas que migraram estariam tirando as oportunidades de pessoas do presente e até mesmo alimentando pensamentos conspiratórios.

Seja nas cenas no presente ou nas cenas do futuro, Sisyphus impressiona com uma dose de realismo, mesmo diante da ficção científica. Seja pelo roteiro que prende o telespectador ou pelas cenas em diferentes tempos, é possível, sim, imaginar uma sociedade que caminha rumo à distopia diante de tantas incertezas.

Se o destino da Coreia do Sul está nas mãos do engenheiro e físico Han Tae Sul e várias tentativas foram feitas e fracassaram, como Seo Hae poderia impedir que tudo se repetisse. Dá certa agonia de assistir a série com a constante sensação de que não se pode mudar as coisas, mantendo o clima de suspense do primeiro ao último episódios.

Sisyphus é um desses achados da Netflix que vale a pena assistir, mesmo por aqueles que não estão acostumados com dramas coreanos. O roteiro foge dos clichês e mira na imprevisibilidade, tornando cada vez mais instigante e deixando o telespectador curioso para saber como a história vai terminar e se o futuro será diferente.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Mais lidas da semana