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Destaques

Humor a um

Humor a um. Nos últimos dias vinha pensando o quão importante era o humor para um relacionamento. Poderia ser capaz de ignorar aspectos do outro que o incomodava? Ou seria o humor tão parte da personalidade de que era algo impossível de se desassociar? Não sabia a resposta. Não estava satisfeito com a pergunta. Era como se fosse algo que não deveria quebrar a cabeça pensando.  Poderia encontrar conforto no desconforto? Poderia entender a linguagem completamente diferente da sua? Deveria deixar o tempo dissolver aquilo que não era para ser? Tantas perguntas sem resposta. Talvez nada de bom poderia sair de algo unilateral. Talvez aceitar que não era para ser era tudo o que restava. Talvez seus textos nunca fossem rimar juntos. Talvez, mas só talvez, havia perdido a cabeça de sequer imaginar os dois juntos.  Ia escrevendo, costurando idéias e pensamentos, mudando a narrativa. Escrevia para encontrar um novo sentido, romper velhos padrões e fazer as pazes com o momento presente. E...

A arte de encerrar ciclos

A arte de encerrar ciclos nem sempre acontece de forma programada. Uma série de pequenas realizações vão acontecendo ao longo do processo, no qual você se dá conta de que as coisas que os dois mantinham em comum, já não existem mais. Você pode continuar forçando as coisas mesmo sabendo que elas não darão certo ou pode escolher simplesmente seguir em frente. 

Seguir em frente significa deixar pra trás algo que já não estava mais funcionando como deveria. Às vezes, vem acompanhado de uma mensagem, um encerramento e, outras vezes, o simples afastamento diz mais do que qualquer palavra: você não sente necessidade nenhuma de justificar e tampouco espera por uma resposta.

Quando você escolhe a paz e a sua saúde mental como prioridades, você acaba deixando outras coisas de lado, especialmente aquelas que te fazem mal de alguma forma. Talvez seja ter que vestir uma máscara para agradar ao outro, anular partes de si mesmo e ter que sempre andar sobre cascas de ovos. O que deveria ser um espaço agradável se torna um lugar de desconforto, onde para agradar ao outro, você deixa de ser quem você é.

Ciclos se iniciam e se encerram o tempo todo. Nem sempre estamos preparados para isso, mas muitas vezes é só questão de tempo. Exige certa autorresponsabilidade saber o momento certo de encerrar um ciclo e evitar que as mesmas continuem acontecendo sem parar. Quando você percebe que está na hora de pular fora, basta respirar fundo e seguir em frente.

Você percebe que o ciclo está prestes do fim quando já vinha notando sinais de que as coisas já não estavam mais compatíveis. Nem tudo preciso fazer sentido para o outro, tampouco necessita de justificação. Às vezes, tudo o que você quer é distância e sentir a paz que sentia quando o outro não fazia parte de sua vida.

Seja de forma planejada ou improvisada, ciclos chegam ao fim. Talvez as memórias sirvam de lembrete do que fez sentido um dia, mas que já não faz. Está tudo bem sentir todo tipo de emoção, mas também parar de olhar um pouco para trás e começar a olhar para frente, se desapegando de pessoas e coisas que já não fazem parte da sua versão atual. Lentamente, você vai se despedindo de uma versão sua que já não existe mais e abre espaço para novas pessoas e coisas.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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