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Fechar a torneira
Fechar a torneira, às vezes, é tudo o que você precisa fazer. Às vezes, é preciso deixar o outro lidar com o preço de suas escolhas, especialmente quando ele se coloca constantemente no papel de vítima e te usa para dar validação. O problema é que em vez de ajudar, você reforça os comportamentos do outro, impedindo que ele se autorresponsabilize.
Deixar o outro lidar com os próprios problemas, muitas vezes, também é uma questão de amor próprio. Há limites de até que ponto podemos ajudar o outro. O problema é quando você fica preso nesse papel de quem está sempre escutando os problemas do outro e tentando ajudá-lo a solucionar os problemas, além de se sobrecarregar, você gasta tanto tempo pensando nos problemas do outro que se acaba se deixando de lado.
Não se trata de egoísmo colocar sua própria máscara de oxigênio em primeiro lugar. Quando você está lidando com alguém preso em padrões de comportamentos negativos, muitas vezes não importe o quanto você tente ajudar, só o outro pode se ajudar.
Escutar, validar, ter empatia, ter compaixão, tudo isso é válido. Porém, quando suas características boas são usadas pelo outro, você precisa, muitas vezes, deixar o outro lidar com o que está acontecendo, sugerir ajuda com um psicólogo real – você é um simples humano sem os mesmos conhecimentos e técnicas –, e aceitar que você está atrapalhando mais do que ajudando. Toda vez que você passa a mão na cabeça de quem está evitando se responsabilizar, você está ensinando que isso é o certo e atrapalhando seu processo de maturidade.
Às vezes, mesmo quando havia a oportunidade, você não compartilha seus problemas para não sobrecarregar o outro. O problema é que além da pessoa se ver como uma eterna vítima, isto também vai desgastando o relacionamento que deveria ser de mão-dupla e se torna de via única, no qual o outro está sempre precisando de atenção, sempre carente para desabafar, mas quase nunca se coloca no papel de quem vai resolver seus próprios problemas e capaz é questão de enxergar que há outra pessoa com suas próprias necessidades, rotina e problemas ali.
Não é bobeira pensar que às vezes somos responsáveis pelo que estamos passando. Precisamos reconhecer quando estamos nos autossabotando. Quais mudanças de hábitos e comportamentos estou evitando. Entre uma série de questões, você não pode fazer pelo outro, somente sugerir mudanças. E está tudo bem que o outro não leve tão a sério, desde que ele perceba que não foi por mero acaso que chegou naquela posição.
Então, você passa a fechar os olhos e tentar sentir o próprio corpo. De repente, os dias que estavam sendo preenchidos com negativdade e problemas, já não fazem mais parte da sua vida. Os dias ficam mais leves e você se pergunta quantas vezes a sua saúde mental estava sendo afetada e não se dera conta, até o dia em que finalmente fechara a torneira.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
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