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Destaques

Relaxar

Relaxar era tão importante quanto ficar atento aos sinais de crise. Era um exercício diário. Muito mais fácil na teoria do que na prática. Um exercício de confiar que quem está ao redor saberá reconhecer no tempo certo a necessidade de ajuda. Então, por que mesmo sabendo disso, o corpo e a mente continuavam em alerta? Talvez pelo passado. Talvez por saber que o imprevisível poderia causar danos irreparáveis. Talvez pela dificuldade de aceitar que nem tudo pode ser controlado. Ia, então, se soltando um pouco a cada dia. Se distanciando de sua versão em alerta e voltando a se focar naquela que seria capaz de relaxar, sem deixar cada pequena mudança do dia incomodá-lo. Por mais que tentasse prever o futuro, a verdade era que algumas coisas não poderiam ser previstas. Era necessário confiar no aqui e agora, na noção de que conseguiria pedir ajuda se fosse preciso e que ficar o tempo inteiro esperando uma crise acontecer não ajudava ninguém.  Era ao sair do modo de sobrevivência que se ...

Sobre seguir a jornada do escritor

Toda escolha vinha acompanhada de um preço. Cabe a cada um se perguntar se está disposto a pagar. Encarar de frente o fracasso e o sucesso, os altos e os baixos, mas sempre honrar sua jornada, consciente de que ela é única e ninguém pode percorrer o caminho por você.

Se havia algo belo na vida era que ninguém poderia quem você é. Logo, ainda que em determinadas situações sejamos substituíveis, em outras, somos o único que pode fazer o que precisamos fazer. Assim pensando na inteligência artificial que vem assombrando muitos profissionais, se há algo que podemos aprender é que independente do volume de conhecimentos que ela tenha, ela nunca será você.

São necessários autocompromisso, autorresponsabildade e autoestima para manterem as coisas funcionando bem. Há coisas que só você pode fazer por você, independente de quanto o outro tente ou deseje ajudar, como, por exemplo, se comprometer com suas atividades, mudanças de hábitos e rotina.

Há coisas que só entendemos quando é tarde demais, mas nem sempre precisa ser assim. Quando você ignora sinais que a vida está te dando, muitas vezes você só se dá conta de como alguns comportamentos prejudiciais podem estar te afetando e qual é a sua responsabilidade em impor limites e mudar isso.

Escrever mais do que uma paixão, um ofício, era uma necessidade. Escrever para se aproximar mais de si mesmo, escrever para aproximar o outro. Era durante a escrita que podia compartilhar realidades em comum e descobrir que não estava sozinho, que muitas pessoas passavam pela mesma situação.

Não importava se estava escrevendo ficção ou não ficção, de alguma forma, a escrita unia as pessoas. Foi, então, deixando as partes quebradas de si formarem algo novo e se dando conta de que ao compartilhar o texto com os outros, também estava compartilhando um pedaço de si mesmo. No final, a pessoa que escreveu e a pessoa que publicou já não eram a mesma pessoa e seguia em frente, aceitando as pequenas e as grandes mudanças da vida, consciente de que eram nos pequenos passos que a magia acontecia.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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