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Dois meses sem fumar cigarro

Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início.

Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram.

Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro.

Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desistir de parar de fumar cigarro. Nos primeiros dias, pode parecer impossível enxergar as coisas desse jeito, mas com dois meses, já é possível sentir uma diferença muito grande.

Acontece que só descobrimos algumas coisas quando realmente passamos por elas. Sim, no início, a tentação é grande de achar que muitos comentários sobre melhoras são meramente formas de manter a pessoa inspirada a seguir em frente, até que tudo se torna mais leve.

Chega a ser inusitado perceber o quanto a ansiedade dá uma melhora. Também há uma melhora dos efeitos de medicamentos se a nicotina acaba atrapalhando um pouco do tratamento. É a partir do segundo mês sem cigarro que você consegue vislumbrar como serão os próximos meses. Você se dá conta de que a fissura não vai sumir de uma vez por todas, mas quando ela vier, você talvez esteja preparado para dizer não.

Nada como o tempo, mas também o poder das pequenas escolhas, o poder de dizer “não”. De repente, mesmo passando por pessoas fumando ou assistindo em filmes e séries, algo que antes seria um gatilho para fumar, agora já não tinha a mesma importância. E era assim, neste processo de trocar hábitos, que ao deixar algumas coisas para trás, você percebia que precisava tentar coisas novas. Era assim que aquilo que parecia impossível se tornava realidade da sua vida, algo que você não queria mais olhar para trás.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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