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Bandeiras vermelhas

É preciso tomar cuidado para não ser tão compreensivo a ponto de ser desrespeitado. A frase girava dentro dele, o fazendo perceber o quão duvidoso e traiçoeiro poderia ser ignorar bandeiras vermelhas.

Bandeiras vermelhas ou Red flags serviam como um alerta de que havia necessidade de prestar atenção no comportamento do outro. Ignorar bandeiras vermelhas tinham um preço que não valia a pena pagar. Em alguns casos, impor limites é o suficiente.  Em outros, se afastar é fundamental.

Então, a empatia, muitas vezes, pode atrapalhar mais do que ajudar. Você quer ser compreensivo e entender esse lado, muitas vezes, sombrio do outro, se esquecendo que no final quem vai se machucar é você. 

Existem palavras que não podem ser ignoradas. Existem coisas que você não pode esquecer, simplesmente por gostar de alguém. Existem comportamentos que são desnecessários e tóxicos, não importa o quanto você tente ignorar. 

Reconhecer a toxicidade do outro também envolvia reconhecer que em algum momento da vida, nós também fomos tóxicos e ainda assim, perceber que existem limites que não devem ser cruzados.

Era ao aceitar que bandeiras vermelhas jamais trariam paz, que o tipo de relacionamento que buscava não era esse, que ia confrontado suas contradições. Por que havia levado tanto tempo para se afastar? Por que havia uma parte que sempre esperava pelo melhor do outro? Ia, então, se distanciando, consciente de que a melhor coisa que poderia acontecer aos dois era de que seus caminhos nunca se cruzassem novamente e não precisava ser nem um pouco compreensivo, não quando ser compreensivo significava se machucar.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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