Tolerância ao desconforto
Tolerância ao desconforto não era o seu ponto forte, mas era o que precisava no momento. Depois de dias surfando no caos, aprendera a importância de se reconectar com a paz. Às vezes, tudo o que precisava era focar mais no momento presente e lembrar que embora não tivesse controle sobre tudo, certas coisas não valiam a preocupação.
Desconectar-se um pouco, às vezes era mais do que necessário, algo essencial para manter a paz interna. Quanto tempo estava gastando online quando deveria terminar de escrever um livro, por exemplo. Então, o ócio acaba se tornando um vilão e permitindo a mente se encher de medos.
Mas era quando encarava o momento presente que as coisas voltavam a ficar leves. Certas coisas não precisavam ser toleradas. Certos comportamentos, mesmo quando existiam justificativas por trás, não precisavam ser aceitados. Certas pessoas jamais fariam parte da sua vida e tudo o que restava era aceitação.
A quebra da idealização, daquilo que costumava pensar que as coisas seriam, talvez fosse mais dolorosa que os fatos em si. Se pensasse com atenção, se daria conta de que lidar com pessoas com o comportamento frio-quente, não era algo para qualquer um e quem não gostava, simplesmente poderia se afastar.
Felizmente, não havia se acostumado com as migalhas de atenção. Sabia que merecia algo melhor. Sabia que embora tivesse cometido o erro de trazer o outro de volta para sua vida, não cometeria novamente. Algumas pessoas jamais deveriam cruzar o seu caminho, não importava o quanto você tentasse enxergar o melhor lado das pessoas.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
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