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Alguma paz

A vida era mais do que frases de efeito e pensamento mágico. Muitas vezes, era sobre como realmente se sentia. Ser sincero consigo mesmo nem sempre era fácil, mas necessário. 

Aceitar que, em algumas situações, não fazer parte da vida do outro é o mais saudável para os dois. Assim como acreditar que o contrário também era possível. Era enxergando os dois extremos que poderia encontrar um lugar no meio.

Então, a dor que havia sentido um dia, desaparecera. Não era nada mágico. Não era simples efeito do tempo. Era processar as emoções e aceitar as coisas como eram.

O exercício de lidar com a frustração era algo diário, mesmo quando não imaginava que estava fazendo. Era somente ao lidar com aquilo que o incomodava, que realmente poderia se libertar. Não era fácil, mas era como finalmente tinha encontrado alguma paz.

A paz vinha de ter abandonado a necessidade de agradar aos outros, ainda que desagradasse a si mesmo no processo. A paz vinha de entender que a esperança nem sempre era uma coisa boa e de aceitar as coisas como elas são, sem se perder no ato de ser compreensivo demais. A paz vinha de entender que talvez, às vezes, poderia ser intenso demais e estava tudo bem quando alguém não sabia lidar com isso. A paz vinha de finalmente aceitar que tudo acontecia como deveria acontecer, sem se perder tentando reescrever o passado ou esperando um futuro que nunca ia acontecer: deixando as idealizações de lado e entendendo que embora às vezes precisasse de ajuda, cabia a si mesmo o papel de se salvar – algo muito pesado de colocar nos ombros dos outros.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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