Limites
Limites: linhas que não devem ser ultrapassadas. Espaço onde a paz permanece. Ausência de conflitos desnecessários. Deixar claro que o que incomoda deve ser respeitado.
Era na falta de limite que crescia o desrespeito. Era na falta de limite que tudo ficava estagnado. Era na falta de limite que elos podem ser quebrados, sem qualquer necessidade de adeus.
Os dias passavam e quanto mais se dera conta da importância dos limites, mais entendia a decisão de quem escolhera não fazer mais parte da sua vida.
Era ao dizer adeus que abria espaço para o novo. Era ao deixando para trás tudo aquilo que pesava que aceitava que algumas coisas simplesmente não eram para ser. Era ao desapegar quando percebia que o que algo fazia sentido antes, agora era indiferente.
Escrevia para lembrar. Escrevia para esquecer. Escrevia na esperança de que o aqui e agora deixassem o passado no passado, sem perder tempo pensando no futuro.
Escrevia como quem sabia que ciclos encerrados faziam parte da vida. Escrevia para que o passado entendesse que não havia espaço no presente. Escrevia e continuaria escrevendo, até que o óbvio não precisasse ser dito. Escrevia para lembrar que despedidas nem sempre precisavam de adeus. Escrevia.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
