Pular para o conteúdo principal

Destaques

Dez Minutos

“Dez minutos da sua atenção”, era tudo o que ele pedia, sem imaginar o quanto o dia tinha sido horrível, sem imaginar que a qualquer momento poderia chorar. Dez minutos que poderiam mudar sua maneira de enxergar as coisas. Dez minutos para perceber que ele estava certo, que quando alguém queria te ver, a pessoa dava um jeito. Dez minutos para se reencontrarem após dois meses sem se verem. Foi andando encolhido até ele. Com vergonha de como estava uma bagunça naqueles dias. Com receio de suas intenções e de como reagiria a tudo aquilo. Dezembro havia sido um mês longo sem terapia e os dias após a virada do ano também não tinham sido os melhores.  “Como era bom ser normal e poder fazer as coisas, sem ser visto como um sintoma”, pensou. Surpresas poderiam gerar mais ansiedade, tudo o que estava evitando naquele momento, mas se colocou no lugar do outro e mesmo com todos seus instintos dizendo não, cedeu ao inesperado pedido de visita. Era uma noite quente e por alguns minutos, quase t...

Amores de plástico

Texto: Ben Oliveira

Enquanto algumas pessoas quando saem de um relacionamento preferem tentar apagar o outro da memória, eu prefiro deixar vivo cada momento e sensação, bons ou ruins. Às vezes é preciso sangrar e enfrentar a realidade. Nem sempre estancar é a melhor solução, quando você sabe que eventualmente este corte vai cicatrizar, todavia, é preciso ser sensato e não deixar que os anticoagulantes te façam perder todo o sangue. Acelerar o processo pode garantir uma melhora momentânea e aparente, mas a longo prazo, em seu interior você pode estar com uma hemorragia.


É preciso esquecer para seguir em frente? Eu diria que é preciso aceitar. Esquecer ou não é opcional.

O ritmo alucinante da Internet tem se incorporado aos nossos cotidianos e, consequentemente, em nossos relacionamentos. Da mesma forma que obtemos informações em questão de segundos, vínculos podem ser criados e desfeitos na mesma velocidade.

Dizem que o amor vem com o tempo: afinal, como é possível amar aquilo, ou melhor, aquele, que não conhecemos? Não confundir a paixão com o amor é fundamental. "Eu te amo", "Você me completa" e "Por onde você andou esse tempo todo?" são ótimas frases de ouvir quando sinceras e vindas diretas do coração. É preciso ter bom senso para dizer palavras que podem mudar a vida de alguém, mas que fora de contexto perdem o sentido.

Alguns momentos depois do relacionamento acabar, o "tudo" torna-se "nada", o "amado" um mero desconhecido e todo o presente e futuro são teletransportados automaticamente para um passado distante.

Bem-vindo à realidade, onde os relacionamentos duram tanto quanto o prazer de comprar aquele lindo par de sapatos da vitrine, que combina muito bem com o coração de plástico do seu manequim favorito.

Leia também: Sobre Amores e Calças Jeans

Veja mais crônicas

Comentários

  1. Incrível. Realmente as pessoas banalizaram o amor. Virou até clichê falar isso, mas é a pura realidade. Sou como tu, não gosto de esquecer, de fingir que nada aconteceu... Estaria sendo injusta com o que EU senti o tempo todo. Parabéns pelo texto Been. Beijo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Volte sempre!

Mais lidas da semana