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Destaques

Ia escrevendo

Mesmo quando falavam do mesmo assunto, eram como dois livros diferentes. Estranho era como se havia conectado com alguém completamente diferente. Uma dose de nostalgia, outra de fantasia, e assim se misturavam os sentimentos que nutria pelo outro. Aprendera na terapia que era possível gostar de alguém e não querer estar com essa pessoa. Aprendera a definir os próprios limites sobre o que era aceitava ou não. Aprendera que não poderia ignorar tudo só por gostar do outro e dar um tratamento especial, que estava longe de ser recíproco. Ia escrevendo sobre os dias que iria esquecer. Ia escrevendo na esperança de que o passado ficasse para trás. Ia escrevendo. Então, não havia muito sobre o que pensar. Aceitar que algumas diferenças eram irreconciliáveis, que não se tratava de gostar ou não um do outro, mas de aceitar que algumas coisas não se encaixavam. Escrevia como um adeus. Escrevia como uma forma de dizer que estava tudo bem desistir, quando só um dos lados procurava consertar as cois...

Contribuições de Freud para a cultura ocidental

Sigmund Freud contribuiu bastante para a cultura ocidental. Suas descobertas revolucionárias na área de psicanálise e suas obras transformaram o jeito que as pessoas enxergam o mundo.


Em “O Mal-estar na Civilização”, livro escrito pelo pai da Psicanálise, Freud comenta sobre os falsos padrões de avaliação, em que as pessoas dão mais valor para o poder, sucesso e riqueza, do que para o que realmente importa na vida. Todavia, o autor ressalta que não existe uma fórmula geral e simples, pois o mundo humano e a vida mental são variados. Existe uma diferença de pensamentos das pessoas e suas ações. O autor critica a ilusão e superimportância que as pessoas dão as religiões, sem nem mesmo questioná-la, muitas vezes, defendendo seus itens como se fossem verdades absolutas. No livro, Freud discorre sobre as diferentes formas que o homem procura para alcançar a felicidade e se afastar do sofrimento, como a religião e o amor.

Freud explica que não existe uma regra que se aplique a todos, cada um deve encontrar por si mesmo uma forma de dirigir suas escolhas, de forma a conquistar seus desejos. Para o psicanalista, a religião é uma forma de delírio de massa encontrada pelas pessoas para conquistar a felicidade e se protegerem do sofrimento. Todavia, o autor ressalta que nem mesmo a religião consegue manter esta promessa de felicidade plena, tendo sobrado ao crente como último consolo e fonte de prazer para o sofrimento, a submissão incondicional.

Não existe forma de afastar totalmente a insatisfação, mas temporariamente o homem consegue enganá-la. O lado pessimista de Freud é abordado no livro, em que ele comenta fatos negativos atribuídos ao desenvolvimento da tecnologia: o telefone contribui para ouvir a voz de alguém que costumava estar próximo, as ferrovias possibilitaram que esta pessoa fosse embora e os avanços da ciência possibilitam que as pessoas vivam por mais tempo, porém, muitas vezes, essa vida é “difícil e estéril de alegrias”, tantas desgraças, que a morte passa a ser vista como uma libertação. A felicidade é subjetiva.

De acordo com Freud, a civilização é resultado da soma das realizações e regulamentos que distinguem nossas vidas das dos animais e que serve para: proteger os homens contra a natureza e ajustar os seus relacionamentos mútuos. Um dos destaques para determinar a civilização aconteceu quando os homens deixaram o poder individual de lado e passaram a formar comunidades, a substituição da força bruta pelo direito.

Freud introduziu a idéia de individualidade, em que este não era dono de si, mas subordinado ao seu inconsciente. Ao sistematizar a Primeira Tópica, a personalidade vista como um modelo psíquico: consciente, pré-consciente e inconsciente, Freud contribuiu bastante para o avanço da psicanálise e da sociedade. Perde-se a noção de que o homem faz as coisas por acaso e descobre-se que para cada pensamento, memória revivida, sentimento ou ação existe uma causa, seja consciente ou inconsciente, determinada por fatos que a procederam.

A forma que Freud descobriu o inconsciente transformou a forma que nós vemos a mente humana. O tratamento do psicanalista também era diferenciado em relação aos outros profissionais da época. No documentário “Sigmund Freud – Exploring the Unconscious”, além de ser relatada a forma que os pacientes com doenças mentais eram tratados antigamente, ressalta-se o diferencial de abordagem do Freud: o de ouvir os pacientes. “Os profissionais da época prescreviam, porém não escutavam. Eles eram as autoridades e era esperado que o paciente obedecesse... e ouvisse o médico. Escutar a história de vida de um paciente foi algo totalmente novo”, comenta no documentário Harold P. Blum. Para o psicanalista, o inconsciente era onde ficavam os conflitos ou pensamentos que não queremos lidar, a porção real do nosso ‘eu’. Os sonhos também tinham significados para Freud.

A Segunda Tópica de Freud também contribuiu bastante para a mudança da percepção na psicanálise e na sociedade. Enquanto a Primeira Tópica era considerada um modelo mais estático, a Segunda é mais dinâmica, em que de forma básica podemos dizer que o ID estaria relacionado aos instintos, o Ego ao ‘eu’ e o Superego ao lado mais racional.

Muitas das teorias levantadas pelo psicanalista foram desaprovadas na época, mas os avanços proporcionados por ele são indiscutíveis, além de contribuir com o tratamento, a sociedade está mais livre para tratar de diversos assuntos, como sentimentos, conflitos, sexo e sexualidade.

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Documentário relata vida e descobertas de Sigmund Freud

Freud for Beginners

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