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Destaques

Terminar de processar as emoções

Processar as emoções era muito mais importante do que fingir que algo não aconteceu. Era reconhecer os próprios erros e acertos e se permitir sentir as coisas boas e ruins. Era tentador fingir que nada aconteceu. Mas também era imaturo, também era um sinal de que havia se desconectado do real e emoções não processadas voltariam de um jeito mais cedo ou mais tarde. Foi reconhecendo os dias bons, mas acima de tudo, sentindo os ruins. Foi deixando tudo para trás, consciente de que não havia mais nada para revisitar, não havia pontas soltas. Então, de tanto sentir tristeza, dúvida e medo, havia sentido intensamente as emoções de forma que elas já não cabiam mais dentro de si. Ia se despedindo das emoções negativas, das emoções positivas, e abrindo as portas para novas emoções chegarem. Tudo o que sabia era que ficar em negação não era a resposta que buscava. Os dias pareciam que nunca iam chegar ao fim, mas finalmente se sentia livre do fantasma do outro.

Exercício de Produção Textual em 5 minutos

Texto: Ben Oliveira

É incrível o que conseguimos realizar quando estamos sob  pressão. O texto abaixo surgiu durante uma aula de Jornalismo, na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Campo Grande (MS), com a professora Cristina Ramos.

A professora pediu aos alunos que fizessem um exercício de produção textual. Em aproximadamente cinco minutos, tivemos que escolher uma das frases expostas e produzir uma estória.

Escolhi a seguinte frase: "Levou a namorada até o aeroporto. Ela ficaria longe por dois meses", e o resultado pode ser conferido abaixo.

*~

Era a primeira vez que Fernando ficaria tanto tempo longe de Roberta. O jovem de 19 anos conheceu a mulher em uma festa bastante popular da cidade. Roberta era uma médica de 26 anos, a diferença de idade entre os dois tinha complicado bastante o início do relacionamento do casal, que agora havia completado um ano.

Existem coisas que fogem ao nosso controle, a ida de Roberta era só mais um detalhe.

Roberta tinha passado numa seleção em um hospital bastante conceituado em Nova York, uma oportunidade única em sua vida, que só alguém fora de si deixaria passar essa chance. Quando Fernando soube da notícia não sabia se chorava ou se ria, pois o rapaz sempre esteve ciente do quanto era importante a carreira para a namorada.

Fernando nunca tinha sido bom em demonstrar sentimentos. A tristeza antecipada o estava matando alguns dias antes da grande despedida entre os dois. Desta vez o jovem decidiu que faria algo diferente. Ele escreveu uma carta enorme para que Roberta não pudesse se esquecer dos sentimentos do namorado por ela.

No dia da despedida, Fernando tentara ser forte, mas quando chegou o momento de dizer adeus, nunca tinha sentido dor tão grande em seu coração.

Deixando a carta para o último momento, Roberta foi pega de surpresa. A jovem sabia que as coisas não seriam fáceis, mas desistir não era uma opção.

Decidiram que não iam chorar, pois o momento era de comemoração.

Seguindo em direções contrárias, Roberta dentro do avião, atravessando o oceano e Fernando preso no trânsito caótico da cidade, mesmo longe os dois compartilhavam um sentimento em comum: o da saudade.

Lágrimas se confundiam com a chuva que não parava de cair.

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