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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Filme: Escritores da Liberdade

Tirei o domingo para assistir o filme Escritores da Liberdade (Freedom Writers), dirigido e escrito por Richard Lagravenese e lançado em 2007. O roteiro foi adaptado do livro The Freedom Writers Diary, organizado pela professora Erin Gruwell.

Filme Escritores da LiberdadeNão foi a primeira vez que assisti Escritores da Liberdade, mas de todas as vezes esta foi a que eu mais me identifiquei com o filme. É fascinante perceber o poder que a escrita, a leitura e a educação têm na vida das pessoas.

Interpretada pela atriz Hilary Swank, Erin Gruwell é uma professora de Literatura que decide dar aulas em um colégio de integração dos Estados Unidos. Sem experiência, a mulher lida com o desafio de ensinar alunos que não estão interessados em aprender. Antes do projeto de integrar alunos, o colégio costumava ser um dos melhores da região, depois a escola foi vista pelos estudantes como uma perda de tempo e pelos professores como uma mera obrigação, sem comprometimento com o que acontece quando os jovens não estão lá.

A professora lida com a rejeição inicial dos alunos, em um colégio onde esses adolescentes se dividem em tribos de acordo com suas nacionalidades e cores de pele e transformam o lugar em um território de brigas, mortes e discriminação entre latinos, negros, asiáticos e brancos.

Após sentir o contraste de classes sociais, a professora Erin Gruwell faz questão de tornar seus estudantes interessados por literatura, nem que para isto precisa usar o seu tempo fora da escola para arranjar empregos temporários e comprar materiais de ensino com o próprio dinheiro, já que os funcionários do colégio se negam a distribuir o material para os alunos, com medo de que eles possam estragá-lo. Ao se esforçar para tornar o conteúdo da aula mais próximo da realidade dos alunos, Erin lida com a inveja e ignorância dos outros professores e com a frustração do próprio marido.

Me emocionei com Escritores da Liberdade ao ver como uma prática tão desvalorizada por algumas pessoas, como a escrita, pode ser a salvação de outras. Depois de ter lido vários livros sobre o ofício do escritor, relacionei o conteúdo do filme com o livro Escrevendo com a Alma, da autora e escritora zen Natalie Goldberg. Na obra, a escritora ensina como escrever pode nos ajudar a nos conectar conosco mesmo e a importância de sempre escrever, ação que a professora de Escritores da Liberdade sempre incentivou aos alunos. É pura catarse quando os alunos colocam no papel suas emoções, experiências e pensamentos e compartilham com os outros colegas e com a professora.

No momento em que Erin comprou os diários para os seus alunos, a relação entre eles com a professora se fortaleceu. Os estudantes permitiram que a professora lesse os seus textos, mesmo Erin ressaltando que não seria obrigatório, que o importante seria que eles escreverem diariamente. Ao ler os textos dos estudantes, Erin passa a entender os seus comportamentos, ao descobrir que algumas pessoas perderam a família e amigos para a briga de gangues, outros foram despejados e como eles enfrentam uma série de dificuldades e violência no dia-a-dia.

Quando Erin percebe que a falta de interesse dos alunos está relacionada ao desconhecimento sobre assuntos como o Holocausto, ela luta para juntar dinheiro e levá-los para conhecer um museu do holocausto e conversar com alguns sobreviventes. A abordagem da professora sensibiliza os alunos e os faz perceber a importância de valorizar a liberdade e as pessoas, independente de suas nacionalidades. Sem querer, Erin acaba atraindo a atenção da mídia para as atividades realizadas no colégio, aumentando o ciúme dos outros professores.

Com o envolvimento dos alunos, eles aprendem mais sobre si mesmos e sobre a vida, confrontando ideias que os faziam se comprometer com gangues, drogas, armas, vícios e criminalidade. Ao longo do filme é mostrado como esses alunos se interessaram não só pelos livros e pela professora, mas também se tornaram amigos – algo positivo, já que nas cenas inicias o colégio é visto como um campo de guerra e esses estudantes de tribos diferentes se odiavam e se viam como inimigos mortais, por causa de suas diferentes origens e culturas.

Depois de os alunos lerem O Diário de Anne Frank, a professora substituiu uma atividade de texto sobre o livro por uma carta que os alunos deveriam escrever para uma senhora que na época do holocausto ajudou a esconder a garotinha judia do famoso diário. A princípio eles só enviariam a carta, mas os alunos ficaram tão empolgados que sugeriram trazer a mulher para conversar com os estudantes no colégio. Depois de arrecadarem dinheiro para possibilitar a ida da senhora, ela foi visitá-los e contou mais sua história.

Os alunos gostaram tanto da professora que ficaram chateados ao descobrirem que ela não daria mais aula para eles nos anos seguintes. Ao mesmo tempo em que Erin tenta continuar sendo professora daquela turma até sua conclusão de ensino e formatura, ela passa por um divórcio. O ex-marido frustrado com o próprio emprego e vida não consegue aceitar a dedicação integral de Erin com os estudantes e se sente deixado para trás, colocando um fim no relacionamento dos dois.

O filme termina com os alunos escrevendo o seu próprio livro, chamado Os Diários dos Escritores da Liberdade. Depois de muitas discussões com os funcionários do colégio, Erin tem a chance de ser professora do 3º e 4º ano e lida com o divórcio com a ajuda do pai. Nesta parte do filme, o pai se declara orgulhoso pelo trabalho de Erin e diz que ela tem um dom – início ele a desvalorizava, pois acreditava que os alunos não estavam interessados em educação e eram criminosos.

Vendo o desenvolvimento educacional e pessoal dos alunos, fiquei encantado com a influência da literatura – disciplina que nem sempre é dada a importância necessária pelos alunos – na vida daqueles personagens. O filme é uma inspiração para professores e apaixonados pela literatura, principalmente por ter sido baseado em fatos reais e como é possível ver antes dos créditos subirem, que o projeto desenvolvido na escola foi realizado em outros lugares. Erin Gruwell deixou uma lição de como a força de vontade para ensinar e despertar nos alunos o gosto pelo aprendizado pode transformar a vida dos adolescentes e de suas comunidades.

Confira o trailer de Escritores da Liberdade:

 

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