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Destaques

Dois meses sem fumar cigarro

Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início. Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram. Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro. Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desi...

Filme: Thérèse Desqueyroux – Audrey Tautou em drama francês sobre a infelicidade da mulher provinciana

Thérèse Desqueyroux ou Therese D. é o filme francês, de 2012, dirigido por Claude Miller, adaptado do romance homônimo do escritor François Mauriac. A atriz Audrey Tautou interpreta a protagonista Thérèse, uma mulher que se sente aprisionada na província onde nasceu, e acaba sofrendo de histeria pela incapacidade de aceitar que sua vida será comum e determinada como a de outras pessoas da região, principalmente das jovens garotas.

Atriz Audrey Tautou no filme Thérèse Desqueyroux

A atuação de Audrey Tautou, os pensamentos da personagem e a maneira que ela reage diante das escolhas que lhe foram tiradas são marcantes! À medida que eu assistia ao filme, eu ficava me lembrando do romance Madame Bovary, do também escritor francês Gustave Flaubert. Há certa semelhança entre as duas mulheres, vítimas e vilãs de suas escolhas.

De volta à Thérèse Desqueyroux, a história do filme é triste – a protagonista se comporta, literalmente, como uma prisioneira por causa de suas ações. Se nos anos em que a história se passa, aproximadamente 1926, era comum a mulher ser submissa ao homem (algumas continuam assim até hoje), atualmente o roteiro possibilita algumas reflexões sobre até que ponto deve-se abrir mão da própria liberdade para satisfazer o outro e se comportar conforme os costumes da sociedade.


Desde as cenas da infância de Thérèse já é possível perceber que ela é diferente de sua melhor amiga Anne (Anaïs Demoustier), a irmã de Bernard (Gilles Lellouche), o homem com quem ela se casa. Therese está sempre lendo livros e sente vontade de ir para Paris, enquanto Anne quer se apaixonar, um marido e uma vida normal. A protagonista sente-se asfixiada vendo todos aclamando aquela existência comum, enquanto ela quer algo melhor, ela quer a efervescência cultural, a liberdade e poder fazer suas próprias escolhas. Cansada da inteligência medíocre do marido, de como seu destino estava pré-determinado, ela decide agir.

"Senti como se eu não existisse mais"

Para não estragar a surpresa de ninguém, encerro os meus comentários sobre o filme. Tudo o que eu posso afirmar é que as reviravoltas, clímax o catarse são bem emocionantes. Fazia um tempo que não assistia filmes franceses, o último que eu havia visto foi Bonsai; O que eu mais gosto neles, além de sua fotografia, é do roteiro, que além de entreter, também proporciona a possibilidade de se emocionar e refletir sobre nossa própria vida, entrando na pele dos personagens. Quanto ao livro, nem preciso dizer que já estou com vontade de ler Thérèse Desqueyroux, né?

Fiquei com vontade de assistir a versão de 1962, dirigida por Georges Franju, de Thérèse Desqueyroux. Deve ser tão boa quanto a atual!

Atriz Audrey Tautou

Fica aqui a minha recomendação de filme para quem aprecia o cinema francês e gosta da belíssima Audrey Tautou (Sou suspeito, todos filmes que já vi com a atriz, eu gostei! Aliás, antes dela, para mim, só a Audrey Hepburn!). As expressões faciais e corporais, os brilhos nos olhos e a apatia da protagonista, creio que a atriz fez um ótimo papel!

Assista ao trailer de Thérèse Desqueyroux:

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