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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Entrevista: Ademir Pascale fala de Caçadores de Demônios e promete mais livros de Fantasia Sombria

Escritor paulista, ativista cultural, crítico de cinema, roteirista de quadrinhos e linguista, Ademir Pascale é autor de vários livros de romance e de contos, sendo o mais recente o livro de Fantasia Sombria, Aventura e Terror, Caçadores de Demônios, publicado pela Editora Draco, no início de 2015.

Ademir Pascale é casado com a publicitária Elenir Alves que o ajuda na divulgação, assessoria de imprensa e foi o elo para que eu tivesse a oportunidade de conhecer sua história de caçadores de criaturas diabólicas e dar minhas impressões para os leitores do blog, além de tornar possível esta entrevista.


Leia: Resenha do livro Caçadores de Demônios – Ademir Pascale

Para conhecer mais sobre os trabalhos de Ademir Pascale, visite o seu blog O Desejo de Lilith, no qual é possível conferir a biografia completa do autor. Ademir Pascale foi o 14º escritor entrevistado para o blog! Obrigado, Elenir e Ademir por toparem a entrevista. :-)

Durante a entrevista, Ademir Pascale contou sobre sua carreira literária, a influência de Edgar Allan Poe, sua opinião sobre os preconceitos contra a temática de Horror, Ficção Científica e Fantasia e com o gênero literário Conto, além de falar sobre o crescimento dos eBooks no Brasil. Se gostar, não deixe de comentar, compartilhar, para que eu possa continuar trazendo mais novidades para vocês, leitores.

Confira a entrevista com o escritor Ademir Pascale:

Ben Oliveira: Com tantas publicações (romances, novelas, organizador de coletâneas de contos etc.), você consegue sobreviver de Literatura no Brasil?

Ademir Pascale: Depende, pois trabalhando com literatura não tenho um salário fixo. Tem mês que é melhor que o outro, mas como a maioria dos escritores preciso ter o meu emprego fixo.  ;)

Ben Oliveira: Recentemente foi o aniversário de 206 anos de Edgar Allan Poe. Você não esconde sua admiração pelo escritor, sempre escrevendo artigos e falando sobre ele. Como surgiu este encantamento e qual é a influência de Poe em sua escrita?

Ademir Pascale: Minha admiração por Poe surgiu na faculdade, na aula de literatura estrangeira. Minha professora gostava do Poe e pude aprender muito com ela. Poe usava em seus textos personagens solitários e problemáticos e isso influenciou também em meus textos. Mas sempre digo que a melhor história do Poe é a sua própria história. Sou fã da sua obra e o considero o escritor nº 1.

Ben Oliveira: Edgar Allan Poe não teve o reconhecimento necessário quando estava vivo. Stephen King foi muito criticado nos anos iniciais de carreira. A Literatura de Horror, entre outras temáticas que cativam o leitor sempre foram alvos de preconceito. Como você avalia esta situação nos dias atuais?  

Ademir Pascale: Algumas pessoas ainda têm preconceito. Faz poucos anos que entrevistei um dos membros da ABL e ele deixou claro o seu preconceito sobre o gênero. Perguntei: “É notório o crescimento no interesse por parte dos leitores brasileiros, por obras dos gêneros Fantasia, FC e Horror. Na sua opinião, quais seriam as principais influências causadoras?”, e ele respondeu: “A facilidade desses gêneros, ao trabalharem com emoções em estado bruto. Quanto mais elaborados e complexos forem os sentimentos expressos numa obra, provavelmente menos leitores ela conquistará, mas aí, mesmo com perda de leitores, é a literatura que sai ganhando.”.

Ben Oliveira: Caçadores de Demônios foi publicado 5 anos após O Desejo de Lilith e os dois se passam no mesmo universo ficcional. O que passou pela sua cabeça quando o projeto foi aprovado?

Ademir Pascale: “O Desejo de Lilith” foi o meu primeiro romance, mas o primeiro livro que publiquei foi uma pesquisa intitulada “Jesus e os manuscritos proibidos”, com uma baixa tiragem que se esgotou rapidamente, mas que ainda pretendo publicar novamente. Adoro pesquisar sobre a antiguidade, sobre as religiões e principalmente sobre a vida de Jesus Cristo. Voltando a pergunta, fiquei super feliz quando recebi o e-mail do Erick, editor da Draco, aprovando o meu original! :)


Ben Oliveira: Neste intervalo de publicação entre os dois livros, sem dúvidas, sua bagagem de leitura e escrita aumentou. Você teve mais facilidade para desenvolver a narrativa?

Ademir Pascale: Sim, sem dúvida. O aprendizado de um escritor nunca acaba. Daqui 10 anos serei bem melhor do que hoje. “O Desejo de Lilith” foi escrito em 1ª pessoa e não é fácil escrever um livro inteiro assim. No caso de “Caçadores de Demônios”, tive mais liberdade para escrever, pois foi em 3ª pessoa.

Ben Oliveira: Um dos destaques de Caçadores de Demônios é a história se passar em São Paulo. Muitos livros de ficção com temáticas sombrias se passam em outros países. Ao ler o seu livro, a capital paulista me pareceu ideal para uma invasão de criaturas sombrias. De onde surgiu esta ideia para cenário?

Ademir Pascale: Conheço muito bem a cidade de São Paulo. Trabalhei como Office Boy dos 13 aos 18 anos. Foram cinco anos percorrendo as ruas desta grande cidade de pedra. Faço sempre o possível para valorizar a minha cidade natal e não teria motivos para escrever o meu romance ambientado num outro país. Mas já escrevi contos ambientados na antiga Europa.

Ben Oliveira: Os leitores podem esperar mais histórias de caçadores e criaturas diabólicas?

Ademir Pascale: Sim, claro. Estou fazendo a releitura daquele primeiro livro que citei, intitulado “Jesus e os manuscritos proibidos”, mas assim que terminar e acabar alguns trabalhos pendentes, iniciarei algumas histórias com os personagens de “Caçadores de Demônios”, pois em meus sonhos eles clamam por isso...(rsrs).

Ben Oliveira: Você já trabalhou como consultor da Revista UFO. Você acredita em vida extraterrestre? 

Ademir Pascale: Claro, acredito, principalmente na teoria de Steven Hawking da possibilidade da existência de outros universos, então seria praticamente impossível existir vida apenas na Terra. A vida existe de diversas maneiras, muitas incompreensíveis para nós humanos.

Ben Oliveira: Além de escrever narrativas fantásticas, você já escreveu contos de ficção científica. Como este contato com pesquisadores e estudos de Ufologia te ajudam na composição de histórias? 

Ademir Pascale: Ajudam bastante, no aprofundamento de determinados assuntos, em palavras um pouco mais técnicas etc. Devido a esta influência publiquei o livro “Time Out – Os Viajantes do Tempo” (Editora Estronho) e “Estranhas Invenções” (Editora Ornitorrinco).


Ben Oliveira: Em 2013, você participou de uma coletânea francesa que publicou contos brasileiros. Como foi a experiência?

Ademir Pascale: Foi a minha primeira publicação internacional. E o mais legal é que fui escolhido para publicar ao lado de grandes nomes como Pedro Bandeira, Sérgio Rodrigues e José Costa Leite.

Ben Oliveira: Você já participou como organizador e coautor de diversas coletâneas de contos. Existe preconceito contra o gênero literário no Brasil?

Ademir Pascale: Existe. Mas foi em coletâneas de contos que iniciei minha carreira literária. Aprendi muito publicando em antologias, depois passei a organizar minhas próprias coletâneas. Ter preconceito com coletâneas de contos é pura besteira.

Ben Oliveira: Neste ano, você criou o site Fábrica de Ebooks, uma plataforma de publicação de livros digitais. Quais são os serviços oferecidos?

Ademir Pascale: Penso sempre na qualidade e na praticidade. O autor poderá adquirir rapidamente o seu e-book na “Fábrica de Ebooks”. Lá ele poderá escolher uma capa entre as dezenas de capas que temos, fazemos as alterações necessárias no título e nome do autor e confeccionamos o e-book nas versões pdf, epub e mobi, além de ceder uma página no próprio site para o autor expor o seu e-book, tudo num preço muito camarada.

Ben Oliveira: Como você avalia o cenário dos eBooks no Brasil?

Ademir Pascale: Está crescendo assustadoramente. Ano passado fiquei sabendo através de um editor que os e-books já tinham ultrapassado em 20% as vendas de livros da editora. Isso é um ótimo número. Mas sinceramente, acredito que sempre existirá os livros impressos e eu adoro tê-los em minha estante! :)

Ben Oliveira: Você atua como ativista cultural, seja contribuindo para a divulgação de livros, entrevistando escritores, até ministrando oficinas de criação literária para jovens carentes de São Paulo. Por que é importante para o escritor se tornar um facilitador cultural?

Ademir Pascale: Para que as pessoas tenham uma visão de mundo melhor e que tenham mais facilidade em suas escolhas. As pessoas precisam aprender a discutir situações e serem mais críticas e não aceitarem tudo caladas. Confesso que já apanhei muito por ser assim, mas sou feliz... :)

Ben Oliveira: A questão do mercado de livros, valorização dos escritores, preços, consumo de eBooks têm uma forte relação com o hábito de leitura do brasileiro. O que precisa mudar no país para que tenhamos mais leitores?

Ademir Pascale: Isso mudou e estamos tendo mais leitores no país, mas isso porque nós escritores estamos correndo e lutando por isso. É claro que o livro ainda é caro. Tudo que envolve cultura e aprendizado deveria ter impostos reduzidos, pois isso eleva a cultura de um país, mas parece que a prioridade dos nossos governantes não é essa, mas sim a de oferecer migalhas para tampar buracos. Fiquei super feliz quando li a notícia do “Vale Cultura”, que era pouco, acho que R$ 50,00 por mês para cada trabalhador. Mas quais são as empresas que oferecem esse vale? Já ouvi falar de uma ou duas, mas não conheço ninguém que ganha esse vale. É como uma loteria, no meio de milhares de empresas, uma oferece o “Vale Cultura”. Isso deveria ser uma obrigação das empresas.

Ben Oliveira: Quais dicas você deixaria para escritores iniciantes?

Ademir Pascale: Para sempre seguirem em frente, apesar dos obstáculos e saber distinguir críticas entre verdadeiras críticas.

Ben Oliveira: Quais são seus próximos projetos literários?

Ademir Pascale: Republicar o meu livro “Jesus e os manuscritos proibidos” e organizar duas antologias que estão em andamento, intituladas “Entre as nuvens” e “Contos de Terror”. Valeu pela entrevista, Ben! ;)

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