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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Remetente N.15: O livro ficou pronto!

Depois de meses de espera, finalmente Remente N.15 foi impresso e deve ser enviado para os leitores. Peço um pouco de paciência aos que garantiram seus exemplares do livro na pré-venda realizada pelo Catarse (plataforma de financiamento coletivo), pois o trabalho será todo manual e deve ser feito pelos organizadores Paulo Sérgio Moraes e Guilherme Oli, de São Paulo (SP).


Assim como vocês, eu e os outros autores do livro Remetente N.15 estamos ansiosos para recebermos nossos exemplares. Para quem for de São Paulo, as chances de conseguir autógrafo e se encontrar com algum dos autores é bem maior, já que grande parte dos escritores participantes da obra é de lá. Outra região que tem alguns autores é de Minas. Eu fui o único do Mato Grosso do Sul, privilégio de conhecer pessoas queridas e que me convidaram para participar deste projeto literário tão bacana!

O tempo gasto para a publicação do livro não foi nenhum atraso dos organizadores. Quando vemos um livro impresso, não temos ideia do trabalho que deu para que ele ficasse daquele jeito – e, mesmo com tantas revisões, às vezes passam alguns erros. Quando o projeto do livro Remetente N.15 foi cadastrado no Catarse, a primeira versão do texto já estava concluída.

Após o final ser alterado algumas vezes, o que foi um segredo até mesmo para alguns dos autores e com o sucesso do financiamento coletivo, o livro foi revisado novamente pelos próprios autores. Aliás, quem vê o texto finalizado, dificilmente imagina quantas vezes ele passou pelos olhos de várias pessoas – e se não passou, deveria passar... Acontece que quando lemos nossos próprios textos, deixamos passar algumas coisas, seja pela questão emocional ou por estarmos tão acostumados com a estrutura que simplesmente não vemos os pontos que precisam ser corrigidos.

O manuscrito do Remetente N.15 foi, então, enviado para um revisor. Para quem nunca teve contato com a revisão, o profissional não vai mudando o texto sem dar nenhum retorno para o autor: ele faz as marcações no texto sobre os pontos que precisam de correção. Lembrando: quando se trata de texto literário, é preciso que o revisor tenha contato com os diferentes gêneros literários e entenda a essência da obra / autor. Como o livro contou com a participação de vários autores, esse processo é um pouco mais lento. Há casos em que os erros precisam ser corrigidos, enquanto em outros não são erros, mas marcas da fala do personagem / narrador ou há intencionalidade. Por isto é importante que o escritor tenha um contato com o revisor, no meu caso foi por intermédio do Paulo Sérgio Moraes (autor do livro Condicional), para discutir que pontos devem ser alterados ou não e explicar os motivos.

Então, depois do texto voar pelas caixas de e-mails e ser finalizado, vem a parte do projeto gráfico do livro. Quem ficou responsável pela capa do livro e pela diagramação foi o Guilherme Oli (autor do livro Remoto e Improvável). Ainda não tive contato ao vivo com o livro, mas fui acompanhando algumas das transformações, enquanto outras são surpresas até mesmo para nós, autores. Quando o trabalho é feito com dedicação e há envolvimento emocional, creio que há uma preocupação não só com um projeto atraente do ponto de vista comercial, mas que capte bem o espírito do livro.


Como este processo é mais delicado e mais voltado para quem está fazendo, não tenho tantos detalhes, mas posso adiantar que não é de primeira. Antes que a tiragem do livro seja publicada, os organizadores receberam um boneco para ver como estava ficando. Só depois de o projeto gráfico ser aprovado, ver se o resultado ficou bom, se não teve nenhuma falha, o que precisa ser melhorado, é que a gráfica recebe o okay. Muitos autores que optam pela autopublicação acabam pecando nesta fase, quando mandam imprimir tudo de uma vez, sem se dar conta se o projeto está todo certo. Existem exceções, assim como existem autores que mesmo produzindo e publicando seus próprios livros têm resultados incríveis e editoras menores / prestadoras de serviços editoriais que não dão a atenção necessária para as obras.

Bom, é isso... Agradeço a todos que continuam acompanhando o blog. Estou numa correria, mergulhado em tantas leituras, mas não poderia deixar de passar por aqui para avisar: os seus livros vão chegar! Remetente N.15 se tornou realidade por causa do apoio dos leitores. Quando ler, se você gostar, espero que possa recomendar para mais pessoas. Afinal, não preciso repetir aquele assunto batido de como é difícil para o escritor brasileiro, seja pelo baixo índice de leitura, dificuldades de distribuição de livros e sobreviver com os pagamentos de direitos autorais. Ao recomendar a leitura, você torna possível que mais projetos de livros se tornem reais. Obrigado!

PS: Aos que não puderam comprar seus exemplares do Remetente N.15 quando ele estava no Catarse, o livro poderá ser comprado no site oficial dos escritores Paulo Sérgio Moraes e Guilherme Oli: http://www.paulosergiomoraes.com.br/remetenten15/ 

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