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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Remetente N.15: O livro ficou pronto!

Depois de meses de espera, finalmente Remente N.15 foi impresso e deve ser enviado para os leitores. Peço um pouco de paciência aos que garantiram seus exemplares do livro na pré-venda realizada pelo Catarse (plataforma de financiamento coletivo), pois o trabalho será todo manual e deve ser feito pelos organizadores Paulo Sérgio Moraes e Guilherme Oli, de São Paulo (SP).


Assim como vocês, eu e os outros autores do livro Remetente N.15 estamos ansiosos para recebermos nossos exemplares. Para quem for de São Paulo, as chances de conseguir autógrafo e se encontrar com algum dos autores é bem maior, já que grande parte dos escritores participantes da obra é de lá. Outra região que tem alguns autores é de Minas. Eu fui o único do Mato Grosso do Sul, privilégio de conhecer pessoas queridas e que me convidaram para participar deste projeto literário tão bacana!

O tempo gasto para a publicação do livro não foi nenhum atraso dos organizadores. Quando vemos um livro impresso, não temos ideia do trabalho que deu para que ele ficasse daquele jeito – e, mesmo com tantas revisões, às vezes passam alguns erros. Quando o projeto do livro Remetente N.15 foi cadastrado no Catarse, a primeira versão do texto já estava concluída.

Após o final ser alterado algumas vezes, o que foi um segredo até mesmo para alguns dos autores e com o sucesso do financiamento coletivo, o livro foi revisado novamente pelos próprios autores. Aliás, quem vê o texto finalizado, dificilmente imagina quantas vezes ele passou pelos olhos de várias pessoas – e se não passou, deveria passar... Acontece que quando lemos nossos próprios textos, deixamos passar algumas coisas, seja pela questão emocional ou por estarmos tão acostumados com a estrutura que simplesmente não vemos os pontos que precisam ser corrigidos.

O manuscrito do Remetente N.15 foi, então, enviado para um revisor. Para quem nunca teve contato com a revisão, o profissional não vai mudando o texto sem dar nenhum retorno para o autor: ele faz as marcações no texto sobre os pontos que precisam de correção. Lembrando: quando se trata de texto literário, é preciso que o revisor tenha contato com os diferentes gêneros literários e entenda a essência da obra / autor. Como o livro contou com a participação de vários autores, esse processo é um pouco mais lento. Há casos em que os erros precisam ser corrigidos, enquanto em outros não são erros, mas marcas da fala do personagem / narrador ou há intencionalidade. Por isto é importante que o escritor tenha um contato com o revisor, no meu caso foi por intermédio do Paulo Sérgio Moraes (autor do livro Condicional), para discutir que pontos devem ser alterados ou não e explicar os motivos.

Então, depois do texto voar pelas caixas de e-mails e ser finalizado, vem a parte do projeto gráfico do livro. Quem ficou responsável pela capa do livro e pela diagramação foi o Guilherme Oli (autor do livro Remoto e Improvável). Ainda não tive contato ao vivo com o livro, mas fui acompanhando algumas das transformações, enquanto outras são surpresas até mesmo para nós, autores. Quando o trabalho é feito com dedicação e há envolvimento emocional, creio que há uma preocupação não só com um projeto atraente do ponto de vista comercial, mas que capte bem o espírito do livro.


Como este processo é mais delicado e mais voltado para quem está fazendo, não tenho tantos detalhes, mas posso adiantar que não é de primeira. Antes que a tiragem do livro seja publicada, os organizadores receberam um boneco para ver como estava ficando. Só depois de o projeto gráfico ser aprovado, ver se o resultado ficou bom, se não teve nenhuma falha, o que precisa ser melhorado, é que a gráfica recebe o okay. Muitos autores que optam pela autopublicação acabam pecando nesta fase, quando mandam imprimir tudo de uma vez, sem se dar conta se o projeto está todo certo. Existem exceções, assim como existem autores que mesmo produzindo e publicando seus próprios livros têm resultados incríveis e editoras menores / prestadoras de serviços editoriais que não dão a atenção necessária para as obras.

Bom, é isso... Agradeço a todos que continuam acompanhando o blog. Estou numa correria, mergulhado em tantas leituras, mas não poderia deixar de passar por aqui para avisar: os seus livros vão chegar! Remetente N.15 se tornou realidade por causa do apoio dos leitores. Quando ler, se você gostar, espero que possa recomendar para mais pessoas. Afinal, não preciso repetir aquele assunto batido de como é difícil para o escritor brasileiro, seja pelo baixo índice de leitura, dificuldades de distribuição de livros e sobreviver com os pagamentos de direitos autorais. Ao recomendar a leitura, você torna possível que mais projetos de livros se tornem reais. Obrigado!

PS: Aos que não puderam comprar seus exemplares do Remetente N.15 quando ele estava no Catarse, o livro poderá ser comprado no site oficial dos escritores Paulo Sérgio Moraes e Guilherme Oli: http://www.paulosergiomoraes.com.br/remetenten15/ 

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