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Destaques

Dois meses sem fumar cigarro

Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início. Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram. Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro. Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desi...

Reflexão: Liberdade, Leitura e Livros

Sobre minhas estranhezas. Leitura, para mim, sempre foi sinônimo de liberdade. No ensino médio, enquanto muitos não liam ou só liam os livros nacionais de literatura de sempre que empurram em nossas gargantas, sempre me aventurei pelo que tinha vontade de ler, independentemente de convenções.


Ainda hoje, vejo o quanto o preconceito literário é uma prisão para muitos leitores e escritores. Li clássicos nacionais, mas li e ainda leio os internacionais que nem mesmo são citados em muitos colégios. Leio livros de psicologia, espiritualidade, bruxaria, filosofia, ficção, livros ilustrados, enfim, leio o que me der vontade – leituras que sempre me fizeram sentir um estranho, pois não eram o que pessoas próximas gostavam de ler (isso quando liam algum livro).

Os livros sempre foram e sempre vão ser uma maneira de conhecer e investigar outros universos. Criticar o que nunca se leu por mera necessidade de aceitação, pertencimento ou preconceito, me parece algo tão ultrapassado nos dias atuais diante de múltiplas possibilidades. Ingenuidade é acreditar que existe uma verdade única, inclusive quando se trata de literatura. Não pretendo nem entrar na velha e chata discussão sobre literatura canônica ou a tentativa de transformar a escrita em algo homogêneo ou como escritores contemporâneos penaram até serem reconhecidos com a máxima “isso não é literatura, é lixo para massa” – em algum lugar Edgar Allan Poe, que morreu miserável, deve estar sorrindo pelo sucesso de Stephen King e Neil Gaiman, após eles alcançarem seu lugar ao sol.

Trilhar sua jornada pode ser solitário, porém não é necessariamente algo ruim. Ler só liberta se você se permite sair da zona de conforto. Leia para se entreter, pesquisar, conhecer, se informar, leia o que tiver vontade.

Leituras não são estáticas. Quem lê determinado gênero e temática dificilmente vai ler só ele a vida inteira – um das grandes mentiras que espalham por aí. O preconceito se transforma com as gerações, mas não deixa de existir: “Livros de fantasia são perda de tempo”, “Nem parece que o livro foi escrito por autor brasileiro”, “Escritores nacionais são um lixo”, “A Bíblia é o único livro que vale a pena ser lido”, “Nunca li o livro do fulano, mas é uma merda”, “Não quero ler um livro com personagens LGBTs”, “Escritores nacionais precisam escrever histórias que se passem no Brasil”, entre tantas outras, mas a minha favorita talvez seja aquela que continua ecoando até hoje e muitas vezes, ironicamente, vêm da boca de muitos escritores contemporâneos: “Autores contemporâneos são uma merda”, enquanto pensa “O meu livro é o único que vale a pena ser lido, do resto só autores clássicos”.

Egos e prisões. Leia para se libertar, mesmo que seja da prisão que você criou para si mesmo.

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