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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

5 Comentários de Anne Rice sobre a Escrita

Cada escritor encontra o seu próprio caminho. Não existem caminhos únicos quando se trata do universo literário, desde o desenvolvimento do estilo da escrita até a publicação de livros e histórias. É preciso coragem para ser você mesmo em um mundo que as pessoas querem que você seja outro. Anne Rice não seria Anne Rice se ela tentasse copiar o estilo de outra escritora, por exemplo. Parece bobo, mas a pressão e o medo de falhar, principalmente quando o escritor ainda não é publicado, muitas vezes, leva ele a se afastar de si mesmo, de sua própria essência e a tentar imitar outros autores.


Como diria a própria Anne Rice, é preciso coragem para ir atrás da dor e do prazer e usar a escrita para criar o mundo em que desejaríamos viver. Autora de mais de 30 romances, Entrevista com o Vampiro, foi publicado pela primeira vez em 1976 e se tornou um dos livros de vampiros mais vendidos de todos os tempos. O livro mais recente de Anne Rice, Ramses The Damned: The Passion of Cleopatra, escrito junto com o seu filho, Christopher Rice, será lançado no dia 21 de novembro de 2017.

Anne Rice aconselha os escritores a escreverem e a ignorarem os críticos. Outra dica valiosa dela é sobre a importância de ignorar regras e fazer do seu jeito. São comentários bem intuitivos, mas que muitos escritores iniciantes e até mesmo alguns veteranos esquecem. Ninguém precisa ser o próximo Stephen King, a próxima Anne Rice e por aí vai... O escritor precisa confiar em seu próprio estilo. Quanto a agradar todo mundo, esta é uma das ilusões ainda presentes em todas as áreas criativas, né? No fundo, todos sabem que é impossível, mas ainda assim alguns ficam paralisados pelo medo, pela autocrítica e a Síndrome do Impostor.

Confira 5 comentários de Anne Rice sobre a escrita:


“Como escritora, você precisa estar aberta à escuridão. Você deve estar aberta à tristeza. Enquanto outras pessoas podem correr e dizer que eu tenho que continuar minha vida, você pode sentar-se lá e você pode sentir que a tristeza passa por você. Você pode sentir que uma grande lamentação vem de você. Você pode dizer do seu marido morto: "Oh, Stan, eu te amei com toda a minha alma, eu te amei". E nesse espírito, você pode escrever. Você pode escrever! Não é talvez a história literal de seu marido e como você o amava e como ele morreu, você entra na imaginação e você cria uma história e essa história vai ter qualquer sabedoria que você tenha permitido a Deus adquirir. E vai ser bom. E isso o mantém em pé. Isso o mantém trabalhando. Isso o mantém aberto para todos os sinais que vão chegar até você”.


“Eu irei a qualquer tipo de estilo para entender. Se for necessário 50 adjetivos, vou usá-los, porque sempre estou tentando capturar uma imagem, um personagem, um humor, uma emoção; e porque eu estou fazendo isso com linguagem, irei para os extremos. Vou quebrar qualquer regra. Eu não acredito em nenhuma regra sobre o estilo, exceto que esse estilo tem que funcionar para o seu leitor. Tem que levar o seu leitor diretamente para o que você está tentando fazer”.

“Os personagens ganham vida na página, o clichê é absolutamente a verdade. Lestat nasceu para mim dessa maneira, um personagem em "Entrevista com o Vampiro", que não pensei ser tão importante. Ele nasceu como o mau, o bully, o vampiro ruim que não apreciava a sensibilidade do herói. Louis era o herói. Louis era eu. Louis era o romance. E, de alguma forma, como um dos meus amigos o colocou: Louis foi desenhado vividamente com tinta preta, mas Lestat ganhou vida com uma cor ardente. Lestat foi o ímpeto para o segundo romance; Lestat tornou-se o herói de uma série de forma que Louis nunca poderia ter sido o herói. Como eu fui de ser Louis para ser Lestat? Gosto de pensar que foi um processo de descoberta cada vez mais profunda. Não consigo escrever sobre personagens que não exploramos totalmente e, finalmente, amamos. Eu me movo através do mundo de forma criativa por meio de amores e obsessões, cedendo aos meus sentimentos mais profundos do que a razão. Para outro tipo de escritor, o processo pode ser totalmente diferente”.

“Abrir seu trabalho para o público é muito corajoso, é verdade. Mas comigo, foi meu sonho. Foi minha obsessão. Eu queria ser uma escritora, queria que meus livros fossem lidos, queria a expressão completa de qualquer talento que possuísse, e qualquer visão que eu possuía para encontrar o caminho para os livros. E assim, desde o início, eu simplesmente fui apaixonadamente, quase como um esportista iria. Trabalhei nisso e trabalhei e trabalhei nisso, e continue enviando meus manuscritos até que finalmente um foi aceito para publicação, e isso foi ENTREVISTA COM O VAMPIRO. Costumava circular meus manuscritos entre meus amigos, algo que eu nem sempre recomendo aos jovens escritores. Seus amigos às vezes podem estar muito distantes da imparcialidade. No entanto, sempre estive morrendo de vontade de ser escritora, morrendo de vontade de renascer como escritora e, como escritora, sinto que estou cumprindo minha vocação. E é uma vocação – é o que os críticos às vezes não conseguem entender – não é um esporte, pode ser um esporte quando você está indo, mas é realmente uma vocação, e você leva muito a sério. E realmente, cada palavra que escrevo quase tem um sentimento religioso para mim e uma intensidade religiosa. Mas, era algo que eu era obrigada a fazer, e empurrada para fazer, e obrigada a fazer, e queria fazer, e eu não escolheria qualquer outra vida”.

“Aqui está um clichê em que acredito: escreva o livro que seu coração deseja que você escreva. Se é este novo, então se mova com entusiasmo. Você sempre pode voltar para o outro livro. Eu mesma, depois de me tornar uma escritora publicada, tendia a ficar com o que estava fazendo. Por esse motivo, escrevi muitos livros e gosto de ser prolífica. Mas eu sou uma grande crente em um escritor indo onde está a dor e onde está o prazer”.

Com mais de um milhão de curtidas, a escritora é bem ativa em sua página do Facebook e também no Twiter. Gosta da Anne Rice? Curta sua página no Facebook: https://www.facebook.com/annericefanpage/ 

Comentários

  1. Olá Ben :)
    Eu amei o post, acho que todos escritores deveriam ler esses comentários e assim preservar a sua essência, escrever aquilo que acredita e ama ♥
    Não sou escritora, mas amei muito os comentários e já quero me aventurar no mundo da escrita também :)
    ótimo final de semana
    bjo

    Tati C.

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    Respostas
    1. Oi, Tati!
      Muito bom te ver por aqui. Concordo contigo. Cada escritor deve se focar naquilo que move ele. Não adianta tentar copiar o estilo de outro autor, pensando que desse jeito vai fazer sucesso ou algo do tipo. Até porque, tudo é tão transitório no meio editorial.
      Gratidão pela visita.
      Beijos

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  2. "Ferro se aguça com ferro". Essa é uma grande verdade.

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  3. Uma das dicas dela, a última, era exatamente o que eu estava precisando ouvir.

    Vidas em Preto e Branco

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    Respostas
    1. Oi, Lary! Fico feliz que tenha gostado ♥ Anne Rice é uma inspiração para muitos escritores. Ela foi e ainda é bem ousada.

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