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Destaques

Born This Way: Hino LGBTQIA da Lady Gaga e sua importante Fundação

Os anos passam mais algumas músicas continuam fazendo sucesso. Neste mês do Orgulho LGBTQIA , Born This Way , da Lady Gaga , permanece sendo reconhecida como um hino LGBTQIA. Mais do que cantar sobre a causa, a importância da própria identidade e aceitação, a cantora da música lançada em 2011 é também co-fundadora de uma fundação que apoia comunidades LGBTQIA. Segundo informações do site da Born This Way Foundation , a missão é: “Empoderar e inspirar os jovens a construírem um mundo mais gentil e corajoso que apoia a saúde mental e o bem-estar deles. Baseado na relação científica entre gentileza e saúde mental e construído em parceria com os jovens, a fundação incentiva pesquisa, programas, doações e parecerias para envolver o público jovem e conectá-los com recursos acessíveis de saúde mental”. Mais do que uma música para inspirar a Parada do Orgulho LGBTQIA ou ser ouvida o ano inteiro, Born This Way deixou esse grande legado que foi a fundação que já ajudou muitos jovens LGBTQIA. E o...

Café, o vício e o prazer do escritor francês Honoré de Balzac

Escrito em 1830 pelo escritor francês Honoré de Balzac, o ensaio Os Prazeres e as Dores do Café (The Pleasures and Pains of Coffee) foi publicado no apêndice de uma edição especial de A Fisiologia do Gosto (La Physiologie du Gout), do cozinheiro francês Jean Anthelme Brillat-Savarin. O texto se tornou um registro de Balzac sobre a sua paixão e o vício do café.


No ensaio, Honoré de Balzac complementa as palavras de Brillat-Savarin sobre os efeitos do café no organismo, como de afastar o sono e possibilitar um pouco mais de tempo no exercício do intelecto e descreve sua experiência pessoal com a bebida e com os grãos. Ele afirma que existe um tempo determinado pelo qual os poderes do café agem sobre as pessoas e que esses benefícios poderiam ser estendidos de acordo com a forma de preparo.

“O café é um grande poder na minha vida; Observei seus efeitos em uma escala épica. O café torra seu interior. Muitas pessoas alegam ser inspiradas pelo café; Mas, como todos sabem, o café torna as pessoas chatas ainda mais chatas” – Honoré de Balzac

Balzac gostava do café turco e considerava os processos orientais de preparo do café mais saborosos do que os europeus. O escritor francês acreditava que o método turco, além de ser mais saboroso, liberava menos substâncias danosas para o corpo.

Apesar de amar café, no texto fica claro que Balzac está consciente dos efeitos, já que ele mesmo cita alguns casos, como o de um homem de Londres que teve torção gástrica, de um homem de Paris que precisou de 5 anos para se recuperar do estado físico que o café o colocou e de um pintor que morreu por tomar café demais.

“Os conhecedores buscam beber café da maneira que eles perseguem todas as suas paixões; eles continuam por incrementos [...] mudam de coisas fortes para mais fortes, até que o consumo se tornar abusivo” – Honoré de Balzac

Quando o café parava de fazer efeito, Balzac compartilhou que descobriu um método horrível e brutal, ao qual ele recomendava somente para homens de vigor excessivo. Ele consumia o café moído de estômago vazio. O viciado em café descreveu o efeito da substância no estômago e como o inflamava, fazendo as faíscas dispararem até o cérebro:

“A partir desse momento, tudo fica agitado. As ideias se movem rapidamente como batalhões de um grande exército para o seu lendário campo de luta, e a batalha se enfurece. Memórias atacam, bandeiras brilhantes ao alto; A cavalaria da metáfora se desdobra com um galope magnífico; a artilharia da lógica corre com os vagões e cartuchos irregulares; nas ordens da imaginação, na visão e no fogo dos atiradores; formas, formatos e caracteres para trás; o papel é espalhado com tinta, pois o trabalho noturno começa e termina com torrentes desta água negra, quando uma batalha se abre e termina com o pó preto”.

Honoré de Balzac lembra que quando chega a esse ponto, a pessoa sempre quer mais e ainda assim acaba ligando com alguns efeitos colaterais, como suor excessivo, fraqueza dos nervos e episódios de sonolência severa. Ele aconselhou a parar neste ponto, pois acreditava que a morte imediata não era o seu destino. O escritor também parecia ciente de como o excesso de café mudava o comportamento das pessoas, deixando-as impacientes e mal-humoradas, além de deixá-las com sede e com a pele seca. “Entre aqueles que abusam do grão, a saliva torna-se tão grossa e tão seca como o papel na língua”, descreveu.

Especula-se que Balzac tomava entre 20 e 40 xícaras de café por dia, alguns até mesmo diziam que 50. A quantidade da bebida provocou cólicas estomacais e contribuiu para elevar sua pressão arterial. Balzac morreu no dia 18 de agosto de 1850, aos 51 anos, de gangrena associada com insuficiência cardíaca congestiva – quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para os órgãos do corpo.

Além de ser viciado em cafeína, Balzac também tinha o hábito de comer demais, acompanhado de diferentes bebidas. Há um relato de que durante meses o escritor acordava a uma hora da manhã e escrevia até às oito e depois tirava uma soneca e bebia café para aguentar o resto das atividades da tarde.

Encontre livros do escritor Honoré de Balzac: http://amzn.to/2DMQOMg

Sobre o escritor – Honoré de Balzac nasceu em Tours em 1799, filho de um funcionário público. Na infância, foi interno por seis anos em um colégio de Vendôme, e aos quinze anos se mudou com a família para Paris. Formou-se em direito e trabalhou com um tabelião. De 1820 a 1824 escreveu, com diversos pseudônimos, seus primeiros romances. Em 1825 se lançou, sem muito êxito, como editor, impressor e tipógrafo, e desenvolveu intensa atividade jornalística. Aos trinta anos, muito endividado, retomou a literatura com grande empenho e escreveu o primeiro romance com seu nome, A Bretanha. Nos vinte anos seguintes, escreveu cerca de noventa romances e contos, entre os quais muitas obras-primas, que receberam o título abrangente de A comédia humana. A respeito de sua obra, disse Balzac: “O que ele [Na-poleão] não conseguiu concluir com a espada, eu realizarei com a pena”. Faleceu em 1850, meses depois de se casar com Evelina Hanska, a condessa polonesa com quem manteve um relacionamento por dezoito anos.

O ensaio The Pleasures and Pains of Coffee, traduzido do francês para o inglês por Robert Onopa, está disponível no link a seguir: https://urbigenous.net/library/pleasures_pains_coffee.html 

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*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad.

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