Quando se lê ou ouve o termo dorama, muitas pessoas associam aos dramas românticos e leves, fazendo com que muitas pessoas evitem conhecer uma série de produções de gêneros diferentes, para quem também gosta de histórias mais sombrias e com uma dose de suspense e ação. Pensando em uma postagem assim que vi nas redes sociais, nas quais os dorameiros estavam indicando opções diferentes, decidi selecionar minhas cinco sugestões de dramas coreanos (kdramas) que fogem dos clichês românticos, dos quais algumas pessoas não gostam. Apesar de grande parte dos conteúdos lembrarem novelas de drama e romance, surgem cada vez mais possibilidades de gêneros e temas para assistir. Quando o termo dorama se popularizou no Brasil, parte da comunidade brasileira coreana não ficou muito feliz por associarem a um gênero. Confira 5 K-dramas Para Quem Não Gosta de Romance: 1) Round 6 (Squid Game): da lista, este é um dos dramas coreanos que conseguiram furar a bolha da dramaland e conquistaram telespectadore
Escritores e leitores no Brasil: entre o prazer e o estranhamento
Visão subjetiva. Quem não gosta de ler não entende a importância dos livros para quem escreve e/ou é leitor. Muita gente vê o contato com os livros como uma perda de tempo. É triste. Isso me faz pensar sobre a importância do escritor se permitir. Não importa qual caminho escolhido, temos que confiar no que estamos fazendo. Nem sempre é uma tarefa fácil prosseguir em uma jornada que muitas vezes está associada a uma visão negativa dos outros ou à indiferença, mas são aqueles que sabem que os livros nos proporcionam viagens mágicas que nos dão força para seguir em frente.
A relação com a literatura é muito cultural. Em alguns países os livros são mais apreciados do que em outros. No Brasil, ainda há uma longa caminhada pela frente. Se ser leitor provoca estranhamento e até mesmo julgamentos de quem desconhece o prazer de se perder em um bom livro, ser escritor é como nadar contra a maré. A tensão entre a validação do que faz – muitas vezes procurada nos lugares errados – e a necessidade da criação literária é o que nos move.
Não chega a ser estranho para um escritor entrar em uma espiral de questionamentos existenciais. Para o leitor brasileiro, a atividade pode ser bem solitária e a comunidade literária na internet ajuda a conectar pessoas com afinidades parecidas. Para o escritor, no entanto, há uma cobrança esmagadora de si mesmo. Por que escrever quando existem milhares de livros? Qual o propósito de escrever romances que jamais serão publicados por editoras ou se tornar um sucesso de vendas? Por que ser um escritor em um país em que a leitura é tão desvalorizada? Entre tantas questões que podem nos aprisionar, levando a estados mistos de ansiedade e depressão e consequente desconexão consigo mesmo. Escrevemos porque existimos e isso deveria bastar.
A paixão pela escrita vai além do seu lado comercial, embora para um escritor, não seja nada mal ganhar dinheiro por seu ofício e não há nada de errado nisso, afinal, há todo um investimento de tempo, energia, entre outros recursos. Histórias e livros não se escrevem do nada. Da perspectiva daqueles que ignoram a literatura e destilam preconceito, artistas deveriam fazer algo ‘útil’. Parece até algo do passado, mas mesmo com as mudanças tecnológicas e gradativa abertura de escritores para o mercado, alguns escritores são vistos como criaturas perdidas, amaldiçoadas.
Relendo o livro Escrevendo com a Alma, da Natalie Goldberg, é impossível não lembrar de que se pensarmos demais pelo viés de quem não dá a mínima para a literatura, teremos motivos de sobra para não escrever. Mesmo sabendo de todos os desafios, a autora norte-americana incentiva a escrita frequente. Para algumas pessoas, escrever pode ir além da compulsão e também se transformar em uma prática de meditação, um espaço para se conhecer melhor e entrar em contato com suas emoções, sonhos, desejos e conflitos.
“Os escritores vivem duas vezes [...] Estão mais interessados, enfim, em reviver a vida ao escreverem do que em ganhar dinheiro [...] Ao contrário do que diz a crença popular, os artistas gostam de comer. Só que o dinheiro não é a principal motivação. Sinto-me riquíssima quando tenho tempo para escrever e paupérrima quando recebo regularmente meu contracheque, mas não tenho tempo de me ocupar do meu trabalho de verdade. Pense nisso. Os empregadores pagam salários em troca de tempo. É esse o bem mais valioso que o ser humano pode negociar”– Natalie Goldberg, Escrevendo com a Alma
O preconceito não é unilateral. Da mesma forma que os amantes dos livros são julgados por quem não lê, há um estranhamento com quem sabe ler, mas não demonstra o mínimo interesse pela leitura – sem mencionar o preconceito linguístico e o preconceito com determinadas obras. A distância das perspectivas seria mais agradável se houvesse mais respeito. As pessoas são diferentes. Contamos nossas vidas com o tempo e cabe a cada um saber a melhor maneira de administrar o seu. Seja escrevendo, lendo ou fazendo qualquer outra atividade, uma das lições universais deixadas pela literatura é a de que existem vários mundos dentro de cada um de nós e de que inevitavelmente coexistimos. Para quem odeia livros, nós, sonhadores, podemos parecer desperdiçadores de tempo, sempre com a cabeça na lua. Para quem ama ler e escrever, a vida parece curta demais para a quantidade de livros que gostaríamos de ter lido ou escrito.
Não há nada de errado em parecer estranho aos olhos do outro. Diante de um universo de possibilidades e de uma crise existencial, vale se questionar: Se você pudesse fazer o que tem vontade, o que faria?
É impressionante o quanto as pessoas associam a leitura ao cumprimento de alguma tarefa ou simplesmente algo pra matar o tempo. Ou seja, a pessoa está lendo porque não tem nada melhor pra fazer. E por isso não tem nenhum pudor em interromper a leitura de alguém, pelo contrário,acreditam estar fazendo um favor. E escrever é a mesma coisa, nunca recebi o estímulo que receberia se estivesse tocando um instrumento, fazendo uma embaixadinha ou praticando uma arte plástica.
Oi, Ronaldo. Infelizmente, acredito que é uma questão bem cultural. Nosso baixo índice de leitura no Brasil não ajuda. Se elas não leem ou não gostam de livros, na visão delas, por que deveriam respeitar quem gosta? Quanto à escrita, nem se fala. É mais complexo. É desvalorizada até mesmo no ambiente escolar. Muitos professores só seguem a cartilha quando se tratam de literatura e redação. Não é à toa que muitos alunos são traumatizados com a leitura e a escrita.
É impressionante o quanto as pessoas associam a leitura ao cumprimento de alguma tarefa ou simplesmente algo pra matar o tempo. Ou seja, a pessoa está lendo porque não tem nada melhor pra fazer. E por isso não tem nenhum pudor em interromper a leitura de alguém, pelo contrário,acreditam estar fazendo um favor. E escrever é a mesma coisa, nunca recebi o estímulo que receberia se estivesse tocando um instrumento, fazendo uma embaixadinha ou praticando uma arte plástica.
ResponderExcluirOi, Ronaldo. Infelizmente, acredito que é uma questão bem cultural. Nosso baixo índice de leitura no Brasil não ajuda. Se elas não leem ou não gostam de livros, na visão delas, por que deveriam respeitar quem gosta? Quanto à escrita, nem se fala. É mais complexo. É desvalorizada até mesmo no ambiente escolar. Muitos professores só seguem a cartilha quando se tratam de literatura e redação. Não é à toa que muitos alunos são traumatizados com a leitura e a escrita.
ExcluirLindo texto! Gratidão!
ResponderExcluirOi, Fábio Shiva!
ExcluirMuito bom te ver por aqui. A gratidão é recíproca, meu amigo.
Abraço